A provável despedida do levantador Bruninho, da Seleção Brasileira masculina de vôlei, não foi como ele imaginava. Ou como os vôlei fãs esperavam. O Brasil perdeu para os Estado Unidos por 3 sets a 1, nesta segunda-feira (5/8), e caiu nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris.
A amarga derrota resultou na segunda pior campanha da Seleção na história da Olimpíada. Sem chance de brigar por medalha, o time comandado por Bernardinho deixa Paris com apenas uma vitória em quatro jogos olímpicos.
Para Bruninho, capitão e referência da Seleção, não há desculpas para a eliminação. Ele reconheceu que as outras seleções estiveram à frente e que o Brasil não chegou com grandes chances para a disputa de pódio.
“Muito frustrante. Por mais que a gente soubesse que era difícil todo o percurso, a gente sempre acreditou. É triste. Agora, é remoer e cicatrizar essa perda, acho que o que fica é o legado em relação ao trabalho, a gente nunca deixou de trabalhar, nunca deixou de lutar, faltou o voleibol, porque hoje as outras equipes estavam na nossa frente”, começou.
Na fase de grupos dos Jogos, o Brasil perdeu para a Itália e Polônia. A Seleção venceu o Egito e avançou às quartas de final. Contudo, os resultados negativos perduram mais tempo – a equipe caiu precocemente na Liga das Nações de Vôlei (VNL), também nas quartas.
“Não tem muito para onde correr, sabe? Não adianta arranjar desculpa. Os caras estão melhores que a gente nesse ciclo, nos últimos dois anos foram melhores que a gente”, falou.
Renovação na Seleção
A despedida não será só para Bruninho. Outras referências da Seleção também encerrarão o último ciclo olímpico em Paris – como o central Lucão e o ponteiro Lucarelli. O levantador falou da renovação que o grupo passa e da melhoria necessária para evolução do Brasil no vôlei masculino.
“Existe uma mudança de geração, os jogadores que vão chegando. Os jogadores com mais experiência também já não estão mais no auge. Reconheço que a nossa experiência é importante, mas talvez não é a mesma coisa que três anos atrás. O nosso campeonato está bastante aquém do nível lá fora, e isso faz uma diferença. Todos esses jogadores jogam em nível europeu nos melhores campeonatos do mundo, e estão acostumados a isso”, falou.
Por fim, Bruninho disse que essa provavelmente será sua última representação da Seleção Brasileira e ressaltou a dedicação com a Amarelinha. Ele também pediu ‘paciência’ com os novatos no ciclo.
“Lá atrás, em 2000, o Dante não era o Dante ainda. A gente perdeu as quartas de final com ele em quadra. Depois ele se tornou o Dante. Então assim, a gente tem que também dar tempo. É difícil, porque eu não consigo dar tempo. Eu estou aqui dentro e a gente sofre, porque perde. O esporte ele é cruel às vezes, apesar de dar tanta coisas boas. Não faltou luta, não faltou trabalho, esse é o legado que fica de gerações passadas, e eu espero que continue pra frente”, disse.
Com a Seleção, Bruninho foi campeão olímpico uma vez, na Rio 2016, além de ter conquistado outras duas medalhas de prata – Pequim 2008 e Londres 2012.