
Rio de Janeiro – O vôlei de praia faz parte dos Jogos Olímpicos há oito edições – desde Atlanta 1996 -, e o Brasil se consolidou como o maior medalhista: 14, sendo quatro de ouro, sete de prata e três de bronze. Devido à tradição, a modalidade, que é a quinta que mais premiou o país em Olimpíadas mesmo sendo recente, carrega uma pressão por resultados, e os homens convivem com essa questão.
O vôlei de praia masculino conquistou medalhas em todas as cinco edições entre Sydney 2000 e Rio 2016, tanto que o Brasil se tornou o maior medalhista entre os homens com seis glórias: dois ouros, três pratas e um bronze. Porém, em Tóquio 2020 e Paris 2024, os brasileiros não passaram das quartas de final e nem sequer disputaram novas medalhas para a coleção nacional. Enquanto no feminino, na última edição de Olimpíada, Duda e Ana Patrícia levaram o ouro.
A queda de rendimento do vôlei de praia masculino se tornou tema de pergunta para um dos maiores ícones esportivos do país. Emanuel Rego, que conquistou um ouro em Atenas 2004, prata em Londres 2012 e bronze em Pequim 2008, conversou com o No Ataque no evento do Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e estimou um prazo para a retomada do alto nível dos brasileiros no esporte.
Aposentado desde 2016 e atual diretor geral do COB, Emanuel destacou o bom momento que o feminino vive e a renovação que o masculino passou. Até por isso, o homem com mais medalhas olímpicas na história – ao lado do também brasileiro Ricardo Santos – falou que o Time Brasil precisará de “um ano e meio” para se preparar visando à Olimpíada de Los Angeles 2028.
“O vôlei de praia está naquele momento em que realmente o feminino está tendo muito mais resultados em nível internacional. O masculino está tendo renovações. Temos atletas muito bons começando a jogar o circuito brasileiro. Acho que isso vai muito de geração a geração. Temos uma geração que vai precisar de um ano e meio para se preparar”
Emanuel Rego, lenda do vôlei de praia
Na sequência, Emanuel fez questão de enfatizar a esperança nas atuais duplas do vôlei de praia masculino. Os nomes citados pelo ídolo do esporte brasileiro foram de Evandro e Arthur, que chegaram às quartas de final em Paris 2024 e estão na sexta posição do ranking mundial da Federação Internacional de Voleibol (FIVB).
“Eu acho que isso [recuperar o alto nivel] é possível. A gente tem duplas fortes, como o Evandro e o Arthur, que continuam no ciclo. Eu acredito que, nesses próximos três anos, é o momento de investir no desenvolvimento, chegando mais próximo ainda mais preparado, pensando em Los Angeles 2028”, concluiu Emanuel.
Homenagem do Hall da Fama do COB
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) promoveu na noite de terça-feira (13/5), no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, um evento para homenagear quatro atletas que entraram para o Hall da Fama da entidade. Daiane dos Santos, da ginástica artística, Edinanci Silva, do judô, Gustavo Kuerten, o Guga, do tênis, e Afrânio Costa, do tiro esportivo – que morreu em 1979 -, foram os ícones do esporte brasileiro escolhidos para que a trajetória seja celebrada e premiada.
Daiane, Edinanci e Guga estiveram no evento no tradicional bairro de Copacabana e deixaram as marcas com mãos ou pés, enquanto Afrânio foi representado pela sobrinha-neta Cristina Ferraz. Os moldes estarão disponíveis no Centro de Treinamento do COB, e todos os detalhes da vida de cada um dos atletas está disponível na página digital do Hall da Fama do COB, que foi criado em 2018 e já contava com 35 atletas, chegando à marca de 39 ícones brasileiros.
O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite do Comitê Olímpico Brasileiro para participar de eventos no Rio de Janeiro e acompanhar in loco a homenagem. Acompanhe o No Ataque para ver os desdobramentos dos eventos na capital carioca.