JOGOS OLÍMPICOS

Não passa nada! Mineira de BH, Carol é ‘arma’ poderosa do Brasil na briga pelo tri do vôlei em Paris 2024

Seleção Brasileira Feminina de Vôlei estreia na Olimpíada de Paris em 29 de julho (segunda-feira), contra o Quênia, às 8h, na Arena 1 Paris Sul
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Agitada, competitiva, determinada, merecedora, forte… Essas foram algumas palavras utilizadas com carinho pelo antigo treinador de Carol, Jamison Morais, para defini-la. Atual atleta do Scandicci-ITA, a eficiente central de 1,83m e 33 anos é uma das 12* jogadoras convocadas pelo técnico Zé Roberto para disputar a Olimpíada de Paris 2024 com a camisa da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei, entre 29 de julho e 11 de agosto.

Carol iniciou a carreira na base do Mackenzie, de Belo Horizonte, cidade natal da atleta. Era acompanhada pela mãe, enquanto o pai trabalhava fora de casa. Jamison foi um dos profissionais que a acompanhou durante o processo de formação. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, o antigo treinador relembrou com saudosismo os velhos tempos.

*A líbero Natinha, do Praia Clube, é a jogadora coringa, a 13ª. Ou seja, ela está liberada para assistir aos jogos e participar dos treinos, mas só poderá atuar caso alguma companheira seja cortada por lesão. De forma inédita em Olimpíada, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) autorizou que as seleções inscrevam essa suplente.

Destaque do grupo

Fora de quadra, a relação com as companheiras de elenco era a melhor possível: “Ela sempre foi de grupo. Agitadíssima”. Em jogo, o que impressionava era a força física. Na visão de Jamison, tratava-se de uma atleta completa: “Ataque e bloqueio passaram rapidamente a chamar atenção. No infanto juvenil, o bloqueio se destacou”.

O treinador nunca teve dúvidas de que testemunhava a formação de uma das melhores atletas do mundo. Contou que, durante os amistosos que o Mackenize realizava contra a Seleção Brasileira juvenil, não só ele, mas todos ao redor perceberam que estavam diante de uma extraclasse.

Com ‘apenas’ 1,83 metros de altura, é considerada baixa para a posição em que atua. Thaísa e Diana, as outras centrais da Seleção convocadas para os Jogos Olímpicos, por exemplo, medem 1,94. Ainda assim, o bloqueio é a principal ‘arma’ de Carol. Para se ter uma noção, ela encerrou a Liga das Nações de Vôlei (VNL) como a melhor bloqueadora isolada (50) do torneio mesmo sem ter chegado à final. Segunda colocada na estatística, Korneluk, da Polônia, marcou 36 pontos no fundamento.

Jamison não poupou adjetivos para explicar como Carol supre a altura: “É dona de uma envergadura extraordinária. E uma força de membros inferiores anormal. Assim, ela compensa a estatura”.

Por outro lado, a altura propiciou a Carol uma experiência diferente. Ainda no clube mineiro, arriscou-se nas passarelas. Alegre, Jamison relembrou o momento: “Ela foi miss no Garota Clube Belo Horizonte. Nunca rimos tanto. Não tínhamos nenhuma candidata, e Carol falou ‘eu vou’. Quando chamaram, ela de maiô, com aquela musculatura. Eu não poderia deixar de falar isso nunca!”.

Desempenho de Carol nos clubes

Depois que deixou o Mackenzie, defendeu Pinheiros, Sesc (atual Flamengo), Nilüfer Belediyespor-TUR, Praia Clube e, por fim, Scandicci. Como profissional, atuou mais tempo pela equipe de Uberlândia – cinco temporadas, entre 2018/19 e 2022/23. No interior de Minas Gerais, colecionou conquistas, criou vínculo com a torcida e chamou a atenção do resto do mundo.

Estão no currículo de Carol três edições do Campeonato Mineiro (2008/09, 2019/2020 e 2021/22), seis da Supercopa do Brasil (2015/16, 2016/17, 2018/19, 2019/20, 2020/21 e 2021/22), quatro do Campeonato Carioca (2011/12, 2013/14, 2014/15 e 2015/16), uma do Campeonato Paulista (2010/11), duas da Copa Brasil (2015/16 e 2016/17), cinco da Superliga (2013/14, 2014/15, 2015/16, 2016/17 e 2022/23) e cinco do Sul-Americano (2014/15, 2015/16, 2016/17, 2020/21 e 2022/23).

Jamilson tem orgulho de quem Carol era e de quem se tornou: “Considero uma filha. Um carinho assustador. Quando eu lembro, fico extremamente emocionado. Felicidade demais por ela”.

Passagem de Carol na Seleção Brasileira

Zé Roberto, comandante da Seleção Brasileira há 21 anos, convocou Carol pela primeira vez em 2014, quando ela atuava pelo Sesc. Pelo menos desde a Olimpíada de Tóquio, é presença frequente nas listas do treinador.

Com a amarelinha, Carol conquistou quatro edições da Copa Internacional (2015, 2016, 2017 e 2019), duas do Grand Prix (2014 e 2017) e cinco do Sul-Americano (2015, 2017, 2019, 2021 e 2023). Também subiu ao pódio em outras oportunidades. Na Olimpíada de Tóquio, por exemplo, venceu a medalha de prata. Pela VNL, também foi vice-campeã três vezes.

Na opinião de Jamison, o Brasil é um dos favoritos ao ouro em Paris 2024. “Onde Zé Roberto coloca as mãos, as possibilidades são enormes. Vai enfrentar pedreiras, mas tem todas as chances (de ouro). Certamente entre os três primeiros vai estar. A Carol é um diferencial. No bloqueio, contribui demais para o sistema defensivo. É uma Seleção frutífera”, avaliou.

Com o sentimento de saudade, o antigo treinador de Carol reforçou que guarda no coração a menina de 15 anos e a mulher experiente de 33.

Quem é Carol?

  • Nome: Ana Carolina da Silva
  • Modalidade: vôlei
  • Data de nascimento: 8/4/1991 (33 anos)
  • Local de nascimento: Belo Horizonte, Minas Gerais
  • Altura: 1,83m
  • Chance de medalha: alta
  • Olimpíadas anteriores: Tóquio 2020 (prata)
  • Principais conquistas: Superliga (2013/14, 2014/15, 2015/16, 2016/17 e 2022/23), Sul-Americano de clubes (2014/15, 2015/16, 2016/17, 2020/21 e 2022/23), Grand Prix (2014 e 2017), Sul-Americano de seleções (2015, 2017, 2019, 2021 e 2023), prata em Tóquio 2020, entre outras.

Participações de Carol na Olimpíada de Paris 2024

  • 29/7 – 8h – Brasil x Quênia
  • 1º/8 – 8h – Brasil x Japão
  • 4/8 – 16h – Brasil x Polônia
  • 6/8 – quartas de final
  • 8/8 – semifinais
  • 10/8 – disputa pelo bronze
  • 11/8 – final
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