VÔLEI

Vôlei: Zé Roberto abre o jogo sobre treinar clube em 2025 e permanência na Seleção

José Roberto Guimarães comanda a Seleção Brasileira desde 2003 e pensou que deixaria a função após a participação na Olimpíada de Paris

Técnico da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei, Zé Roberto abriu o jogo sobre o futuro e o passado. Em entrevista ao Uol, o profissional de 70 anos comentou se pretende comandar clubes em 2025 e como foi o processo de optar por permanecer à frente da equipe nacional.

Futuro no comando de clubes

Até o fim de outubro, Zé Roberto comandava o THY, da Turquia. Livre no mercado após pedir demissão, detalhou que tem concentrado as energias na Seleção Brasileira, mas não descarta estudar possibilidades. “Eu não posso dizer totalmente não, porque pode chegar algum convite e acho que nunca devemos fechar as portas para experiências”, comentou.

Rapidamente, falou sobre o que o motivou a deixar o antigo clube: “Chega um momento na sua vida que você tem que escolher um pouco as suas batalhas. Concordar ou não concordar, isso faz parte das nossas escolhas. Eu achei que era hora de voltar… O que ficou dentro daquela sala, no dia que eu conversei com as jogadoras e dirigentes, foi um pedido de demissão. Era um momento que a gente estava passando, estava vivendo, mas seguimos amigos, nos respeitando”.

Permanência na Seleção Brasileira

Zé Roberto detalhou que viveu os últimos dias da Olimpíada de Paris 2024 como se fossem os últimos como treinador da Seleção Brasileira. Logo após a conquista do bronze, diante da Turquia, refletiu.

“Sentei no banco, tomei um gole de água e passei a olhar para a arquibancada, as pessoas. Me deu uma emoção muito grande e comecei a chorar naquele cenário. Ali, eu senti que poderia mesmo ser minha última vez como técnico da seleção brasileira feminina de vôlei após 21 anos na função”, contou

Àquela altura, Radamés Lattari, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), já havia feito a proposta de renovação. Mas a dúvida seguia. Quando voltou para casa, conversou com pessoas próximas e, motivado pelo terceiro lugar, tomou a decisão de ficar,

Todo mundo perguntou: ‘Você não vai parar, né?’ Amigos, família… Todos questionando a mesma coisa. Eu fui para a igreja, rezei e pedi que me dessem uma luz. Pensei com calma, todos aqueles anos voltaram à minha mente e falei: ‘Acho que não está na hora de parar'”

Zé Roberto, técnico da Seleção Brasileira

O comandante já está de olho na próxima temporada de seleções. Em 2025, o Brasil disputará a Liga das Nações e o Campeonato Mundial. As expectativas são boas.

“A gente espera fazer um bom trabalho, que a gente consiga chegar nas finais e conseguir o nosso primeiro título de VNL. Temos uma boa Seleção, as jogadoras são talentosas… Falando em ciclo olímpico, eu acho que é promissor. Os resultados são a única coisa que eu não posso garantir, porque vai depender também da performance dos nossos adversários. Estou otimista em relação ao time que temos, aos desafios e à programação. Eu acredito muito em treinamento. E eu sei que essas meninas gostam de treinar, gostam de aprender. Vamos ter bons adversários pela frente que vão fazer com que a gente cresça”, completou.

Último ciclo

Zé Roberto já avisou. Ele pretende ficar na Seleção Brasileira até a Olimpíada de Los Angeles, em 2028. Depois, os responsáveis pela federação nacional terão de encontrar outra opção.

Acho que vai ser a última (Olimpíada). Já estou com 70 anos. Eu me cuido muito, treino todos os dias para ficar em forma. Estava atuando na Turquia até recentemente, sempre tentando me reciclar, vendo que rumo o voleibol está tomando, conhecendo todas as jogadoras do mundo. Mas penso que esse ciclo vai ser o último”, disse o comandante após receber o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, no Prêmio Brasil Olímpico (PBO).

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