As jogadoras de vôlei Anne Buijs, Carol, Kisy e Thaisa reforçaram a importância da luta LGBTQIAP+ no esporte. Em entrevistas exclusivas ao No Ataque, as atletas falaram sobre o combate de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais/transngêreos/travestis, queer, intersexual, assexual e pansexual contra as desigualdades.
A discussão se faz importante devido aos constantes casos de LGBTfobia que ocorrem no mundo. No Brasil, 228 pessoas LGBTQIAP+ foram assassinadas em 2022.
Ou seja, no ano passado, foram, em média, quase duas mortes a cada três dias, segundo dados do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil.
Anne e Carol
Campeãs da Superliga e do Sul-Americano de Clubes em maio, Anne Buijs e Carol se casaram em 2023 e protagonizam um “casal-símbolo” do voleibol. A dupla, que deixou o Praia Clube e jogará na Europa na próxima temporada, destacou um nobre sentimento: o amor.
“A gente acha isso uma coisa normal, que a gente se ama, que não é uma coisa ruim. É só amor. O mundo merece mais amor. A gente tenta mostrar isso de uma forma natural”, afirmou a holandesa Anne Buijs.
“Nosso relacionamento é sempre baseado na naturalidade, no amor. É isso que a gente prega. As pessoas que nos conhecem sabem disso. A gente está muito feliz”, disse Carol, que representa o Brasil na Liga das Nações.
Kisy
Assim como Carol, Kisy é atleta da Seleção Brasileira e se relaciona com uma mulher. A oposta do Minas, eleita a melhor jogadora da Superliga, namora Amanda, jogadora do Pinheiros, e desabafou sobre o preconceito.
“Eu acho que as pessoas que fazem parte deste grupo [LGBTQIAP+ e outros] têm que se fortalecer cada vez mais. A nossa sociedade é uma sociedade doente que não sabe diferenciar o que é verdadeiro, às vezes julga demais. Então, o importante é você ser feliz, amar da tua forma e é isso. Se todo mundo se preocupar com amar o teu e cuidar do teu, ia evitar este bando de coisa”.
Thaisa
Já Thaisa é um exemplo de pessoa aliada à luta LGBTQIAP+ mesmo sem fazer parte do grupo. A central do Minas e da Seleção, que é casada com um homem, evidenciou empatia e consciência ao se posicionar ao lado de pessoas que enfrentam o preconceito.
“Eu torço muito para o que for o melhor para a pessoa. Eu sempre falo que [estou ao lado] da pessoa, da luta da pessoa. Sou sempre humana. Eu vou estar sempre ao lado dessas pessoas que precisam do nosso apoio”.