O Minas é campeão da Superliga Feminina de Vôlei! Neste domingo (21/4), ao derrotar o Praia Clube por 3 sets a 1 (25/23, 23/25, 25/16 e 25/21), a equipe conquistou o terceiro título da temporada e o sexto título do torneio – considerando todas as competições da liga nacional desde 1976.
Pela primeira vez, a final da Superliga foi disputada num ginásio do Nordeste. Os torcedores de Recife não desperdiçaram a oportunidade e lotaram o Geraldão com a esperança de assistir a um show de voleibol. E confirmaram as expectativas.
Algumas questões marcaram a decisão da Superliga. Depois de 10 temporadas, a central Garol Gattaz se despediu do Minas. Paulo Coco, treinador do Praia Clube, jogou ‘em casa’. Isso porque é natural de Olinda, cidade a pouco menos de 10 quilômetros da capital.
Em quadra, disputa de gigantes. No meio de rede, duelo entre Thaísa e Adenízia. Em jogo, estavam 10 taças de Superliga e número interessantes. A central minas-tenista chegou à decisão como a quinta melhor bloqueadora (69 pontos). Já a meio de rede praiana entrou na final como líder da estatística (101 pontos). Adenízia encerrou a Superliga como melhor bloqueadora (103).
Para tentar o terceiro título da temporada, o técnico minas-tenista Nicola Negro escalou Peña, Thaísa, Kisy, Jenna Gray, Júlia Kudiess, Pri Daroit e Nyeme. Com a mesma intenção, o comandante Paulo Coco iniciou a partida com Kasiely, Milka, Monique, Claudinha, Adenízia e Sofya Kuznetsova.
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O jogo
Nos dois primeiros sets, os times não entregaram menos do que prometeram.
A primeira etapa foi disputada ponto a ponto. No fim, o Minas conseguiu abrir vantagem importante de três pontos para alcançar o set point. Mas o Praia não se entregou. Do outro lado, Adenízia liderou a equipe. Vibrante a cada ponto, não permitiu que abaixasse a cabeça.
Para buscar o resultado, Paulo Coco substituiu Claudinha por Milla em momento de saque decisivo. No entanto, no último rally do set, o Minas conquistou a vitória por 25 a 23. Jenna Gray, levantadora minas-tenista, comandou o triunfo na distribuição do jogo. E Peña não poupou na eficiência. Ainda no fim da primeira parcial, Carol Gattaz entrou em quadra pela primeira vez e ouviu o ginásio aumentar o volume para consagrá-la.
Empate praiano
O Minas cresceu na segunda etapa. Abriu três pontos. Paulo Coco chegou a sacar Sofya Kuznetsova, a maior pontuadora da Superliga até o momento da decisão. O choque fez efeito, já que o Praia não só reverteu a vantagem, como abriu dois pontos. Na tentativa de frear as rivais, Annie Mitchem e Fran Tomazoni entraram em quadra.
O domínio permaneceu no lado aurinegro. Para selar o empate, a habilidade de Claudinha falou mais alto. Desequilibrada, a levantadora teve consciência que não conseguiria fazer um levantamento primoroso e pontuou de segunda: 25 a 23.
Minas avassalador
O empate incendiou o clima do ginásio. Palmas na arquibancada, divida entre os times, e gritos em quadra. O bom ritmo permaneceu, até que o Praia se desligou da partida. Sequência de erros do clube uberlandense aumentou o ímpeto minas-tenista, que não poupou as adversárias e surfou na pontuação. Júlia Kúdiess se destacou na parcial. Peña selou a vitória em ace: 25 a 16.
A superioridade minas-tenista prevaleceu no quarto set, embora o Praia não tenha dado folga. As jogadoras celestes conseguiram controlar o jogo, ditaram o ritmo e administraram o placar para triunfar por 25 a 21.
Boas atuações de Júlia Kúdiess, Peña e Jenna Gray marcaram a vitória do Minas.
Pós-jogo minas-tenista
Yonkaira Peña, ponteira dominicana, recebeu o prêmio de melhor jogadora da partida – o segundo na temporada. “Eu já fiz (partidas) melhores. Mas a gente fez melhor junta. O time todo. Trabalhamos para chegar na final. É campeão”, comemorou a atleta.
Júlia Kúdiess também expressou a comoção após a partida, ressaltou a união do grupo e homenageou Carol Gattaz.
Foi um jogo muito difícil. Não esperava passar tão mal. Tive uma semana difícil, adoeci. Para mim, é sinônimo de resiliência. Nosso grupo é diferenciado… Estou muito feliz porque assumi a responsabilidade de ficar no lugar da Carol Gattaz, e disse a ela que, se não fosse ela, eu não saberia bater uma china tão bem”
Júlia Kudiess, central do Minas
Thaísa desabafou após a partida. Em forte relato, disse que o grupo se fechou em busca das vitórias após ser vaiado em algumas ocasiões.
O nosso time foi muito desacreditado. Teve momentos de vaia, que pediram saída de técnico. Eu achei feio. Porque quem torce, torce na alegria e na tristeza. Quem torce, tem que estar junto na dificuldade. E muitas vezes a gente não teve isso. A gente se fechou. Teve lesão, machucado, gente de fora. Nessa virada de chave, de ‘vamos nos fechar, é a gente por a gente, não podemos esperar nada de ninguém’. Então, chegar aqui e vencer ainda…
Thaísa, central do Minas
Pós-jogo praiano
Claudinha, levantadora do Praia, lamentou a derrota, mas demonstrou satisfação pela campanha temporada. A jogadora também fez questão de reconhecer o Minas.
Difícil falar. Estou muito orgulhosa da minha equipe por tudo que construímos na temporada. Ninguém acreditava. Às vezes, nem a gente… essa temporada foi muito difícil. As pessoas não fazem ideia. Não foi só a minha lesão, foi a temporada toda, na construção, na insistência. Mas deu certo porque chegamos ao grande dia. Queríamos esse título, merecíamos, mas o minas mereceu mais hoje
Claudinha, levantadora do Praia
Adenízia tinha o sonho de vencer a Superliga pelo estado natal. A central é natural de Ibiaí, no interior de Minas Gerais. Mesmo frustrada, fez questão de exaltar a equipe e levantar a cabeça.
Esse time fez uma história muito bonita, de superação. Todas as vezes que jogamos com coletivo, saímos com a vitória. E isso vai ficar. Não tem desistência. A gente pode tudo. Basta ter foco dentro de quadra e uma ajudar a outra. Mostramos que nosso time é forte. Hoje bateu ansiedade. Muitos erros. Numa final, numa partida como essa, corre o risco de perder o set e o jogo. O Praia tá de parabéns
Adenízia, central do Praia