Ícone do vôlei brasileiro, a central Thaisa Daher desabafou após sofrer uma “agressão” no duelo entre Osasco e Minas na noite desta sexta-feira (6/12). No clube de Belo Horizonte desde 2019, a bicampeã olímpica de 37 anos fez questão de reclamar do comportamento da torcida adversária no ginásio José Liberatti após a vitória por 3 sets a 2 (18/25, 25/19, 25/20, 23/25 e 16/14), em jogo da nona rodada da Superliga Feminina.
Em entrevista ao SporTV 2 após o confronto, Thaisa relatou o arremesso de um objeto desde a torcida do Osasco na direção das jogadoras do Minas. A ex-jogadora do Osasco lamentou a postura dos torcedores em mais uma recepção na sua antiga casa e até relembrou que Adenízia, central do Praia Clube e campeã olímpica em Londres 2012, também passou por situação semelhante.
“É muito triste você vir no clube que você jogou muitos anos, conquistou um Mundial e você recebe uma agressão de tacar coisa na gente. É a segunda vez que eu estou jogando contra e isso acontece. É triste. Já fizeram muita coisa também de ofensa com a Adenízia, que também jogou anos e anos aqui”, afirmou Thaisa, que seguiu.
“Eu acho que torcer contra, vibrar, faz parte do jogo. É normal. Xingar até acontece. Mas passam do limite com os atletas. É muita falta de respeito. Eu fico muito triste, principalmente porque eu sei que eu dei minha vida quando eu estava aqui, então, assim, muita falta de respeito não só comigo, mas com as outras jogadoras”
Thaisa, central do Minas
Pelo Osasco, Thaisa conquistou a Superliga de 2009/10 e 2011/12, o Sul-Americano de 2009, o Mundial de Clubes de 2012 e quatro edições do Campeonato Paulista – 2008, 2012, 2013 e 2014.
O arremesso do objeto em Thaisa
Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012 e bronze em Paris 2024, Thaisa também fez um pedido aos árbitros da partida: que o arremesso do objeto – que se assemelha a um tubo lança-confete – seja registrado na súmula e enviado à Confederação Brasileira de Vôlei.
“Eles jogaram um caninho de, sei lá, de alguma coisa lá, e jogaram nas meninas. Não pegou porque a Kisy pulou pra trás. E já aconteceu outra vez que eu não jogava no Minas, jogava no Barueri. Eles juntaram pilhas e fizeram um negócio duro pra atacar em mim também. Quase pegou em mim. Então, assim, eu acho que tem limite pra tudo, tem limite pra torcer. E tem que botar na súmula isso”, concluiu a bicampeã olímpica.
A próxima partida do Minas de Thaisa na Superliga Feminina é justamente o grande clássico do vôlei brasileiro. Praia Clube e Minas Tênis Clube se enfrentarão na terça-feira (10/12), às 21h, no Centro de Treinamento da Prefeitura, em Uberlândia. Esse jogo marcará a despedida dos times do Brasil antes de ir à China representar o país no Mundial de Clubes de Vôlei.
