
Central do Praia Clube, Milka ganhou missão difícil para o restante da temporada: substituir a titular Carol Gattaz. A multicampeã e medalhista olímpica de 43 anos rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho esquerdo no dia 14 de março, gerando comoção no mundo do vôlei e do esporte em geral, e passará por cirurgia neste sábado (22/3).
Milka, no entanto, deixou claro nessa sexta-feira (21/3) que tem plenas condições de substituir Gattaz à altura. A jogadora de 31 anos foi uma das destaques do Praia na vitória de virada por 3 sets a 1 sobre o arquirrival Minas, pela 22ª e última rodada da fase inicial da Superliga Feminina, no BeFly Hall, em Belo Horizonte. A vitória foi crucial para a equipe, pois garantiu a liderança da competição.
Em entrevista exclusiva ao No Ataque, a central deixou claro que “não sente como um fardo” ter que substituir Gattaz, pois treinou “o tempo inteiro para estar ali e ajudar a equipe”: “Infelizmente estou entrando em uma situação que ninguém queria, eu muito menos, Deus me livre, não desejaria isso para ninguém, mas nos preparamos a temporada inteira para isso”.
“Às vezes você está a temporada inteira sem jogar, mas na reta final tem a chance e tem que estar bem naquele dia. É muito treino o dia inteiro. Nós, as quatro centrais, Adenizia, Gabi Martins, Carol e eu, sempre nos ajudamos e exigimos muito uma da outra, então estamos preparadas. Infelizmente, tive que entrar numa fatalidade, mas estamos torcendo e jogando por ela (Carol Gattaz), pegando essa força como se ela estivesse conosco”
Milka, central do Praia Clube
O baque da lesão de Gattaz
Milka também explicou como a lesão de Carol Gattaz foi impactou o elenco do Praia Clube e o mundo esportivo: “Tem o baque, não tem como. Todo atleta que vê o outro, mesmo que seja em outra modalidade, futebol, handebol, se machucando, se coloca no lugar. Você entende, porque já passou por essa fase”.
Prova do que a central disse é que Everson, goleiro do Atlético, Rebeca Andrade, ginasta multimedalhista olímpica, e várias outras personalidades de outros esportes lamentaram a lesão e se solidarizaram com Gattaz.
“Quando está chegando na reta final do campeonato tem uma lesão, te tira dos playoffs, e não tem escolha, não é uma simples dor… o caso da Carol foi sério, então você acaba se solidarizando”, concluiu Milka, ao No Ataque.
A lesão de Carol Gattaz
Durante o quarto set da partida entre Praia e Brusque, que terminou com vitória por 3 sets a 2 do time uberlandense, Gattaz pulou para tentar bloquear uma bola e, ao aterrissar, sofreu uma torção. Ela imediatamente caiu no chão com demonstrações de fortes dores.
Os médicos do clube mineiro entraram na quadra para os primeiros cuidados enquanto as companheiras de equipe cercaram Carol. Ela foi atendida por alguns minutos antes de ser carregada para fora.
Esta é a segunda vez em dois anos que a central, que acumula 16 títulos pelo Minas e foi medalhista de prata em Tóquio 2020 pela Seleção Brasileira, rompe o ligamento cruzado anterior do joelho. Em 2023, ela lesionou o joelho direito quando ainda jogava na Rua da Bahia, e precisou ficar fora das quadras por aproximadamene dez meses para se recuperar.