VÔLEI

Gabi Guimarães no Minas? Craque brincou com Nicola: ‘Me espera que eu volto’

Craque da Seleção e do Conegliano, da Itália, brilhou no Minas em 2018/2019 e já brincou com o técnico sobre possível retorno a BH

Seis dias. Esse foi o espaço de tempo entre o anúncio da saída de Gabi Guimarães do Minas, em 15 de maio de 2019, e o anúncio da chegada do técnico Nicola Negro, em 21 de maio de 2019. Por muito pouco, o italiano não teve a chance de treinar a craque belo-horizontina que hoje é, para muitos – inclusive para ele -, a melhor jogadora de vôlei do mundo.

Capitã da Seleção Brasileira, a ponteira teve passagem curta, mas marcante pelo clube da Rua da Bahia. Gabi disputou apenas a temporada 2018/2019 pela tradicional equipe de Belo Horizonte, mas deixou sua marca: foi um dos pilares do time que venceu a Superliga, o Sul-Americano, o Campeonato Mineiro e a Copa Brasil, além de ter sido vice-campeão do Mundial de forma inédita.

O marcante Minas da ponteira era comandado pelo italiano Stefano Lavarini, que deixou o clube ao fim da temporada para voltar à terra natal e treinar o Busto Arsizio. Seu substituto foi o compatriota Nicola, que não teve a mesma “sorte” de comandar Gabi. “Ela saiu (para o Vakifbank, da Turquia) no momento em que cheguei”, disse o técnico, em entrevista exclusiva ao No Ataque.

Perguntado se gostaria de tê-la treinado, Negro rasgou elogios à craque: “Com certeza. No Minas ou em qualquer outro lugar. Estamos falando, de verdade, da melhor jogadora do mundo, na minha opinião. Talvez não a melhor atacante, mas com certeza a jogadora mais completa”.

‘Me espera que eu volto’

Nicola revelou ao No Ataque que, em diversas conversas que teve com Gabi após se tornar técnico do Minas, a ponteira fez uma brincadeira que pode deixar os torcedores do Minas otimistas para o futuro.

“Estávamos sempre brincando, claro que falei com ela: ‘Espero treinar você um dia’ e ela: ‘Me espera que eu volto’. Mas acho que ela ainda tem um tempo na Europa, acho que não será imediata a volta de Gabi ao Brasil. Assim, me cansei esperar e fui embora (risos)”

Nicola Negro, ao No Ataque

O técnico, que está de saída após seis vitoriosos anos no comando do clube da Rua da Bahia, disse à reportagem que Gabi é a jogadora – entre as que nunca foram treinadas por ele – com quem mais gostaria de ter trabalhado.

Carreira de Gabi Guimarães

Nascida e crescida em Belo Horizonte, Gabi foi rejeitada pelo Minas aos 14 anos, por ser considerada “baixa demais”. Aos 15 anos, chegou a outro tradicional clube da capital mineira: o Mackenzie. Lá, rapidamente evoluiu e, aos 16 anos, já se destacava com o time principal na Superliga.

Com 17 anos, a ponteira chegou ao Rio de Janeiro – hoje Flamengo – e, comandada por Bernardinho, foi multicampeã por lá: venceu cinco Campeonatos Cariocas, (2012/13, 2013/14, 2014/15, 2015/19 e 2017/18), duas Copas Brasil (2015/16 e 2016/17), cinco Superligas (2012/13, 2013/14, 2014/15, 2015/16 e 2016/17), quatro Sul-Americanos (2012/13, 2014/15, 2015/16 e 2016/17) e três Supercopas (2015/16, 2016/17 e 2017/18).

Gabi só retornaria à cidade natal em 2018/2019, temporada em que teve sucesso pelo Minas e conquistou Mineiro, Copa Brasil, Superliga e Sul-Americano.

Aos 24 anos, após o grande desempenho na Rua da Bahia, fechou com o Vakifbank. Ela passou quatro temporadas no gigante turco e acumulou títulos: Supercopa da Turquia (2021/22 e 2023/24), Copa da Turquia (2020/21, 2021/22 e 2022/23), Liga da Turquia (2020/21 e 2021/22), Campeonato Mundial (2021/22) e Liga dos Campeões (2021/22 e 2022/23).

Nesta temporada (2024/2025), a mineira chegou ao Conegliano, da Itália, hoje considerado o melhor time feminino de vôlei do mundo, e tem tido grande desempenho.

Líder técnica da equipe, ela já foi eleita três vezes a jogadora mais valiosa da liga italiana – Most Valuable Player (MVP) -, em outubro, novembro e janeiro, e já conquistou três títulos: o Mundial, a Supercopa do país e a Copa da Itália.

Na reta final da temporada de clubes, o Conegliano de Gabi está na linha de frente da briga pelos dois títulos que ainda disputa, que são justamente os mais valiosos: o Campeonato Italiano e a Champions League.

A passagem de Nicola Negro pelo Minas

Nicola Negro assumiu como técnico do Minas em maio de 2019. Ele foi anunciado para substituir o compatriota Stefano Lavari, que deixou o time da Rua da Bahia logo após a conquista da Superliga de 2018/2019.

Em quase seis anos, Nicola construiu trajetória de enorme sucesso, com 25 finais alcançadas e 13 títulos conquistados – é o maior campeão da história do clube.

A lista, que já é grande, pode ficar ainda maior: o time ainda briga pelo título da Superliga, competição que está nas quartas de final. Ao final da temporada, ele deixará o clube e retornará à Itália para comandar o Chieri.

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