
Após 11 anos, o Bauru está de volta à final da Superliga Feminina de Vôlei e buscará o título inédito da competição. Na noite desta terça-feira (22/4), o time paulista voltou a dominar o Praia Clube, venceu por 3 sets a 0 (parciais de 25/20, 25/17 e 29/27), desta vez na Arena Paulo Skaf, em Bauru, e despachou o time mineiro da competição ainda no segundo jogo da semifinal.
Com grande atuação ofensiva, Mayhara e Mayany imponentes no bloqueio e a armação precisa de Dani Lins – campeã olímpica pela Seleção Brasileira em Londres 2012 e eleita a melhor em quadra -, o Bauru teve grande desempenho – especialmente nos dois primeiros sets – e encerrou sequência de sete temporadas seguidas do Praia se classificando para a grande decisão da competição.
Alguns outros dados elucidam a grandeza do feito do Bauru: quinto colocado na fase inicial, o time desbancou a equipe que liderou a primeira etapa da competição, que teve o maior investimento na formação do elenco e que menos havia perdido na Superliga (antes desta terça, foram apenas quatro derrotas em 25 jogos).
Na partida de ida, em pleno Ginásio do UTC, em Uberlandia, o Praia havia sido derrotado pelas paulistas por 3 sets a 1, em virada surpreendente. A equipe mineira – que já havia sido eliminada pelo Bauru na semifinal da Copa Brasil – venceu apenas uma das cinco parciais disputadas no confronto pela semi da Superiga.
Rumo à final
Agora, a equipe paulista espera Minas ou Osasco na grande final da competição, que será disputada em jogo único no dia 1º de maio (quinta-feira), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O time da Rua da Bahia e as osasquenses se enfrentam na sexta-feira (25/4), a partir das 20h, pelo terceiro e decisivo jogo da outra semifinal.
O Bauru só disputou uma final na sua história, em 2014. Curiosamente, a protagonista do time na época também era Dani Lins, que tinha 29 anos. Hoje, com 40, a levantadora buscará levar a equipe ao título inédito já que, há 11 anos, foi derrotada pelo Rio de Janeiro (hoje Flamengo) por 3 sets a 1, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.
O jogo
O técnico Henrique Modenesi levou o Bauru a quadra com Mayany, Mayhara, Bruna Moraes, Kasiely, Acosta, Dani Lins e Léia. Já Marcos Miranda escalou o Praia Clube com Milka, Adenizia, Kuznetsova, Caffrey, Monique, Macris e Natinha.
O Bauru assumiu as rédeas da partida logo no início, quando abriu 8 a 5. Regido por Dani Lins – a campeã olímpica levou a melhor no confronto de levantadoras com Macris, que teve atuação ruim e foi substituída por Ju Carrijo em diversos momentos -, o time aumentou a vantagem ao longo do set, apresentando alto volume e eficiência ofensiva. O Praia teve nove erros, número alto, enquanto oas paulistas foram firmes, pouco erraram e fecharam a parcial em 25 a 20, empurrado pela torcida que lotou a Arena Paulo Skaf.
O segundo set teve verdadeiro atropelo do Bauru. Fluido e eficiente no ataque graças a Kasiely e Bruna Moraes, o time paulista criva muitas chances com Dani Lins e as aproveitava com facilidade, enquanto o Praia seguia errando muito. A única fagulha ofensiva do time mineiro foi Kuznetsova, maior pontuadora do jogo, com 18 pontos, mas que também cometia mais erros do que o “normal”.
Completamente dominado pelo Bauru, o Praia tentava enfrentar os bloqueios do time paulista e sucumbia. As paulistas dominaram no fundamento, com 17 pontos de “tocos” – oito deles da central Mayany, que fez 100% dos seus pontos com bloqueios -, contra apenas sete do time mineiro.
Adenizia, melhor bloqueadora da Superliga, teve atuação apagada e somou apenas dois pontos na partida – um de bloqueio. As uberlandenses chegaram a ensaiar reação no final, com quatro tentos seguidos (de 24 a 13 para 24 a 17), mas viram o Bauru aproveitar seu quinto match point e fechar em 25 a 17.
No terceiro set, o Bauru seguiu em alto nível, mas viu o Praia equilibrar o jogo. A parcial teve “ralis” eletrizantes e muitas alternâncias no placar. O time mineiro conseguiu salvar dois “match points”das paulistas, que também salvaram um “match point” das uberlandenses. No fim, o Bauru fechou em 29 a 27 com belo ponto de ataque da ponteira Kasiely, que jogou pelo Praia na temporada passada.