
Minas e Praia decidiram a Superliga Feminina de Vôlei nas últimas cinco temporadas. Mas, em 2024/2025, a história é diferente: pela primeira vez em oito anos, não haverá nenhum time mineiro na final da competição. A decisão, nesta quinta-feira (1º/5), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, será entre dois times paulistas: Osasco e Bauru. Caberá, portanto, a seis jogadoras representar Minas Gerais na partida.
As seis atletas mineiras envolvidas viram suas equipes eliminarem na semifinal os times que dividiam a hegemonia do vôlei nacional nos últimos anos. O Osasco, que tem três jogadoras nascidas no estado, superou o atual campeão Minas de forma dramática – perdeu o primeiro jogo da série por 3 sets a 0 na Arena UniBH, mas venceram por 3 sets a 2, de virada, no Ginásio José Liberatti, em Osasco, e “atropelaram” por 3 sets a 0 na partida decisiva, em BH.
Já o Bauru, que possui outras três jogadoras nascidas em Minas Gerais, precisou de apenas dois embates para despachar o atual vice-campeão Praia Clube. A equipe do interior paulista venceu o jogo de ida por 3 sets a 1 em pleno Ginásio do UTC, em Uberlândia, e voltou a ganhar na volta, por 3 sets a 0, na Arena Paulo Skaff, em Bauru.
Minas é o segundo estado mais representado na grande final da Superliga Feminina de Vôlei, perdendo apenas para São Paulo, que conta com nove atletas e o técnico do Bauru, Henrique Modenesi, natural da capital paulista.
As seis jogadoras mineiras de Osasco e Bauru
Osasco
Histórica líbero do vôlei brasileiro, Camila Brait nasceu em Frutal, na região do Triângulo Mineiro. No entanto, ela deu seus primeiros passos no esporte em Sacramento, que fica a 382km da sua cidade natal. O município, inclusive, homenageou a atleta no fim de 2024, com monumento de aros olímpicos em referência à medalha de prata conquistada por ela pela Seleção nos Jogos de Tóquio 2020 (disputados em 2021).
Camila foi revelada pela União Recreativa Sacramentana. A líbero de 36 anos também passou pelo Sesi-Uberlândia e pelo Praia Clube no estado, mas fez história no Osasco, onde atua há 16 anos e é ídolo da torcida, com dois títulos de Superliga conquistados
O Osasco tem outra líbero mineira. Trata-se de Silvana Papini, reserva de Brait. A atleta de 27 anos nasceu em Belo Horizonte e iniciou a carreira no Olympico Club, tradicional clube da capital mineira, aos 14 anos, como ponteira.
Aos 16 ela, cruzou seus caminhos com o técnico Luizomar Moura, seu atual comandante no Osasco, pela primeira vez, quando foi convidada por ele para a equipe principal do extinto Campos-RJ. A líbero, que acumula três passagens e um título de Superliga pelo Osasco, já atuou profisionalmente por um time mineiro: o Minas, entre 2009/2010 e 2010/2011.
A ponteira Maíra fecha o trio de mineiras do Osasco. Ela nasceu em Itanhandu, no sul de Minas Gerais, mas nunca jogou no estado. Há duas temporadas no time paulista, atleta de 28 anos começou a carreira em São José dos Campos, no sul de São Paulo, e teve a ADC Bradesco, extinto time de Osasco, como primeira equipe profissional.
Bauru
A única representante do norte de Minas Gerais entre as atletas que disputarão a final da Superliga Feminina de Vôlei é Thaisinha, veterana do Bauru. A ponteira de 37 anos nasceu na pequena cidade de Monte Azul, que fica a apenas 30km da divisa do estado com a Bahia.
Assim como Maíra, do Osasco, Thaís não iniciou a carreira em Minas, e sim em São Paulo. Ela começou nas categorias de base do São Caetano e, na sequência, jogou no Pinheiros. A ponteira, no entanto, jogou por dois times mineiros – o Mackenzie, em 2011/2012, quando foi companheira de Gabi Guimarães, que à época era uma jovem revelação e hoje é a melhor jogadora brasileira em atividade, e o Minas, em 2012/2013.
Central que atuou nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 pela Seleção Brasileira, Lorenne é outra atleta do Bauru que representa Minas Gerais. Ela nasceu em Belo Horizonte, cresceu em Conselheiro Lafaiete, na região do Alto Paraopeba, a 96km de BH, e retornou à capital mineira para dar seus primeiros passos no vôlei, no tradicional Mackenzie.
Ainda nas categorias de base, a medalhista olímpica de bronze foi para o Pinheiros, onde estreou profissionalmente. No Bauru desde o início da temporada, ela fez parte do elenco campeão da Superliga pelo Rio de Janeiro (hoje Flamengo) em 2015/2016.
Quem fecha o trio mineiro do time do interior paulista é a jovem Nicole Fernandes, que também é natural de BH. Ela deu os primeiros passos no vôlei no Colégio Novos Tempos, em Contagem, e passou pelo Betim antes de chegar ao Bauru, ainda nas categorias de base. A ponteira de 21 anos também passou pelo Mackenzie.