VÔLEI

Vôlei: Natália volta ao palco onde foi heroína e algoz do Osasco em finais de Superliga

'Que continue dando sorte' brincou Natália em entrevista ao No Ataque sobre 100% de aproveitamento em finais de Superliga Feminina de Vôlei no Ibirapuera

Natália Zilio. Ginásio do Ibirapuera. Final da Superliga. A combinação desses três fatores é garantia de uma partida histórica. Nesta quinta-feira (1/º5), a ponteira campeã olímpica em Londres 2012 voltará ao local em que tem 100% de aproveitamento em decisões da competição e onde fez o Osasco sorrir e chorar com atuações icõnicas.

A atacante de 36 anos é a grande líder técnica do time paulista e comandou o retorno da equipe a uma decisão de Superliga Feminina de Vôlei após nove anos. Para isso, foi preciso derrotar o todo poderoso Minas, campeão de quatro das últimas cinco edições, na semifinal. Na final, o adversário será o Bauru, que desbancou o Praia Clube, presente nas últimas seis finais do torneio.

Ao pisar na quadra do ginásio do Ibirapuera, a atacante catarinen se certamente se lembrará dos dias 18/4/2010 e 7/4/2013. Em ambos, ela foi decisiva para o título da equipe que defendia sendo a maior pontuadora da partida. O Osasco estava presentes nas duas ocasiões – na primeira, saiu vencedor graças à campeã olímica e, na segunda, foi derrotado também graças à ela.

“Eu até brinquei que meu aproveitamento aqui no Ibirapuera é bom, espero manter. Para mim foram duas finais muito especiais, uma pelo Rio e uma pelo Osasco, em momentos diferentes da minha carreira, mas momentos que lembro até hoje. Com o Osasco foi meu primeiro título, e com o Rio foi depois de uma cirurgia na tíbia e foi especial do mesmo jeito. Agora estou de volta aqui com a chance de ganhar mais um título.”

Natália em entrevista exclusiva ao No Ataque

“Vai ser um jogo difícil, a torcida que estará aí não pode esperar um 3 a 1, 3 a 1, porque vai ser definido nos detalhes, nos finalmentes da partida. Tenho boas lembranças e espero manter essas boas lembranças aqui no Ibirapuera, que ele continue dando sorte como me deu no passado”, completou a ponteira.

A final de 2009/2010

O Osasco chegou para a final de 2009/2010 com grito entalado na garganta: há quatro temporadas consecutivas, chegava à decisão, mas perdia para o Rio de Janeiro. Mas, em 18/4/2010, uma jovem Natália, de 21 anos recém-completos, fez a história mudar.

A ponteira – que atuava como oposta a pedido do técnico Luizomar de Moura – comandou vitória por 3 sets a 2 das paulistas com direito a virada no final. A equipe de Zilio começou ganhando (25/23), mas passou a ser dominada pelo rival, que virou com parciais de 25 a 18 e 25 a 19. Com o desequilíbrio da catarinense, no entanto, o Osasco voltou para o jogo e “atropelou”: 25 a 13. No tie-break, venceu por 15 a 12.

Natália fez história naquela partida. Com incríveis 28 pontos, ela quebrou o recorde de maior pontuadora em uma final de Superliga Feminina.

A final de 2012/2013

Em 2012/2013, Natália voltou a decidir uma final no Ibirapuera. Mas, dessa vez, vestindo a camisa do Rio de Janeiro.

A rivalidade entre a equipe carioca e o Osasco vivia o seu auge. Era a 11ª de 15 finais conscutivas disputadas pelos dois times. E, naquela ocasião, as paulistas eram consideradas favoritas, pois tinham em seu elenco três bicampeãs olímpicas – Thaisa, Sheilla e Jaqueline – e duas campeãs olímpicas – Fê Garay e Adenizia.

O Rio de Janeiro começou perdendo por 2 sets a 0 (parciais de 25/22 e 25/19), e tudo indicava que a decisão terminaria em atropelo. Mas, com protagonismo das jovens Natália, de 24 anos, e Gabi Guimarães (hoje a melhor jogadora brasileira em atividade) e da veterana levantadora Fofão, de 43 anos, o time comandado por Bernardinho conseguiu virada histórica e venceu os três sets seguintes (25/20, 25/15 e 15/9) para ganhar o jogo por 3 sets a 2.

Natália, que já havia voltado a atuar como ponteira, foi a maior pontuadora daquela partida, com 22 pontos, ao lado da oposta canadense Sarah Pavan.

Companheira de Natália rasgou elogios a ela

Também em entrevista exclusiva ao No Ataque, a ponteira Maíra rasgou elogios a Natália, que voltou ao Osasco em 2024/2025 após muitos anos fora do país, e exaltou a convivência com a campeã olímpica.

“É uma experiência incrível. A Nat é uma pessoa muito especial dentro e fora de quadra, ela é um exemplo. Nos momentos difíceis da equipe, ela vinha com toda a exériência dela, nos dando confiança e passando histórias que ela viveu em finais, semifinais. Ela tem uma experiência, uma energia que agrega muito à equipe, eu me sinto muito honrada de ter essa oportunidade de jogar com a Nat, com a Camila Brait (líbero de 36 anos do Osasco), a gente tenta ficar o mais perto possível para ‘puxar’ um pouco dessa experiência e aprender.”

Maíra, do Osasco

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