VÔLEI

Mestre x aprendiz: final da Superliga opõe técnicos que trabalharam juntos até 2024

Duelo entre Osasco e Bauru na final da Superliga Feminina de Vôlei marcará o encontro dos técnicos Henrique Modenesi e Luizomar de Moura

O mestre contra o aprendiz. O técnico que está prestes a completar 20 anos no mesmo time diante do estreante na profissão. Um duelo antagônico, mas de treinadores que se conhecem muito bem, até porque trabalhavam juntos até 2024. O experiente Luizomar de Moura, do Osasco, e novato Henrique Modenesi, do Bauru, se enfrentarão na final da Superliga Feminina de Vôlei 2024/25 nesta quinta-feira (1/5), às 15h45.

O Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, será o palco do reencontro entre os profissionais que estiveram lado a lado até a última temporada. Técnico do Osasco desde 2006/07, Luizomar de Moura, de 58 anos, se aproxima de duas décadas no comando do time e enfrentará um “pupilo” na final da liga nacional.

Henrique Modenesi foi auxiliar técnico do Osasco entre 2022 e 2024, deixando a função apenas após receber o convite do Bauru no ano passado. E logo no primeiro trabalho como treinador principal, aos 45 anos, ele chegou à decisão da principal torneio do vôlei brasileiro.

E nesta primeira temporada de Modenesi como técnico, eles já decidiram outras duas competições. Osasco e Bauru se enfrentaram nas finais do Campeonato Paulista e da Copa Brasil, e o time de Luizomar de Moura ergueu as duas taças.

Luizomar e Modenesi se conhecem muito. Isso ajuda ou atrapalha?

Foram duas temporadas lado a lado e, no ano seguinte, um duelo na final da Superliga. Obviamente, Luizomar de Moura e Henrique Modenesi se conhecem muito. Porém, ao ser perguntado pelo No Ataque na véspera da decisão, em entrevista coletiva, o técnico do Bauru deixou claro que isso não atrapalha o plano de jogo para a decisão e destacou a amizade entre os profissionais.

“Por ter trabalhado juntos, a gente se conhece, sabe filosofia de trabalho e sei como é que funciona. Mas ele também me conhece e sabe minha maneira de pensar, de fazer as coisas acontecerem. É claro que agora, os trabalhos são diferentes. Então, a realidade eu já não conheço mais. E vice-versa”, disse Henrique Modenesi, que continuou.

“O que é mais importante é entender que, dentro do vôlei, podemos ter amizade, companheirismo, mesmo em equipes adversárias. Isso é o mais legal de mostrar a todo mundo, de estar juntos em uma final. Tem esse lance de ser adversários, mas não tem inimizade. Todo mundo é amigo, se conhece, trabalha bem, troca informações. Um deu força ao outro nas quartas de final. Trocamos mensagem. Muito respeito, muito carinho. [Ter trabalhado com Luizomar] mais ajuda, não tem o que atrapalha não”

Henrique Modenesi, técnico do Bauru

Bem mais experiente, Luizomar, que já conquistou três edições de Superliga – inclusive uma logo na primeira temporada como técnico (Flamengo, em 2000/01) -, aproveitou as palavras do estreante e fez questão de o elogiar, revelando até como foi a conversa enquanto Modenesi estava no Osasco e recebeu proposta do Bauru.

“Vou usar as palavras do Henrique. Mais ajuda [do que atrapalha]. Foram muito prazerosos os dois anos que trabalhamos juntos. Eu sou professor de educação física, e uma das missões de um professor é compartilhar e receber conhecimento. Estar sempre aberto a receber e entender o que está acontecendo”, afirmou Luizomar de Moura, que seguiu.

“Henrique é mais jovem e trouxe algumas questões importantes para nós. E eu fiquei muito feliz quando ele me confidenciou que o Bauru tinha feito uma proposta a ele. Eu falei: ‘Segue o seu caminho’. E estar hoje, dividindo uma final de Superliga, é muito prazeroso. Então, Henrique, a convivência de dois anos aqui foi muito importante para mim e que façamos uma grande final amanhã”

Luizomar de Moura, técnico do Osasco

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