
Foram 13 anos de espera. Mas, finalmente, o grito entalado na garganta pôde ser solto pela massa do Osasco, que foi maioria em um Ibirapuera lotado com 10.322 presentes, fez linda festa e viu o time conquistar o título da Superliga Feminina de Vôlei pela sexta vez. Nesta quinta-feira (1º/5), feriado nacional pelo Dia do Trabalhador, a equipe venceu o rival estadual Bauru por 3 sets a 1 (parciais de 26/24, 19/25, 28/26 e 25/20).
Com o título, o Osasco igualou o Minas na lista de maiores campeão da competição. São seis troféus para cada lado. O único time com mais conquistas é o arquirrival Flamengo (antigo Rio de Janeiro e Paraná Vôlei), com 12.
O Bauru, por sua vez, amargou o primeiro vice-campeonato na história e segue sem ter o troféu da Superliga na sua galeria. O time nunca havia chegado em decisão.
Com a conquista, o Osasco chega à inédita tríplice coroa na temporada. No Campeonato Paulista e na Copa Brasil, a equipe também venceu o Bauru na final – foram sete vitórias sobre o rival em seis embates entre eles na temporada.
O Osasco também entra para a história como o primeiro campeão da Superliga a receber um prêmio em dinheiro da CBV pelo título. O clube embolsará R$ 230 mil, enquanto o Bauru vai faturar R$ 180 mil.
A campanha do campeão
O Osasco foi o terceiro colocado na fase inicial da Superliga, com 48 pontos. Nas quartas de final, desbancou o Flamengo com facilidade e, na semifinal, começou série contra o Minas perdendo por 3 sets a 0 na Arena UniBH, mas conseguiu virada histórica e ganhou os dois jogos seguintes: 3 sets a 2 no José Liberatti e 3 sets a 0 em plena Arena UniBH lotada. Foi a primeira vez em seis anos que o time da Rua da Bahia ficou de fora da semifinal.
Já o Bauru terminou em quinto a fase inicial, 42 pontos. Nas quartas, superou o Fluminense em acirrada melhor de três e, nas semifinais, despachou o Praia após vitória por 3 sets a 0 no Ginásio do UTC e “atropelo” por 3 sets a 0 na Arena Paulo Skaf, em Bauru.
O jogo
O técnico Luizomar de Moura levou o Osasco a quadra com Valquíria, Callie, Natália, Valdez, Tifanny, Giovana e Camila Brait. Já Henrique Modenesi, ex-auxiliar de Luizomar, escalou o Bauru com Mayany, Mayhara, Kasiely, Acosta, Bruna Moraes, Dani Lins e Léia.
O Osasco começou com o “pé direito” a partida. Ou melhor, com a mão direita da levantadora Giovana que, numa bola de segunda, abriu o placar. Na sequência, erro do Bauru ampliou a vantagem. Com dois pontos seguidos de Natália e belo ataque de Tifanny, o time da Região Metropolitana de São Paulo abriu 5 a 1 e levou a torcida à loucura, com os gritos “Ôôô, vai pra cima deles Osasco!”.
Com grande inicio das principais definidoras da equipe – a ponteira Natália e a oposta Tifanny, que marcaram seis dos 11 primeiros pontos – e contendo bem Bruna Moraes e Acosta, atacantes do Bauru, o Osasco abriu quatro pontos – 11 a 7 – e manteve a vantagem por boa parte da parcial. No final, entretanto, o Bauru reagiu: engatou três pontos seguidos, – 20 a 19 -, empatou duas vezes – 22 a 22 e 23 a 23 – e virou com bloqueio decisivo de Mayany. Neste momento, novamente, brilharam as estrelas das definidoras do Osasco: Natália empatou e Tifanny, com dois pontos seguidos, deu a vitória por 26 a 24.
Segundo set
E se a etapa inicial teve Natália e Tifanny como protagonistas, a segunda teve uma “dona” diferente: a venezuelana Acosta. Foi graças a ela que o time desequilibrou após início com grande alternância no placar e, com bloqueio da ponteira, abriu três de vantagem – 11 a 8 – pela primeira vez, levantando os torcedores do Bauru, que também compareceram em peso ao Ibirapuera. A margem aumentou para cinco: 12 a 7, com metade dos pontos bauruenses feitos por Acosta – ela terminou a parcial com oito.
O Osasco tentou encostar em sucessivas vezes, mas esbarrou nos próprios erros e na melhora do Bauru que, confiante e encaixado, não cedeu o empate em nenhum momento. Regendo a torcida e o time, Dani Lins comandou a melhora ofensiva da equipe e Kasiely, regular, segurou no passe e na recepção, suas principais qualidades, e foi bem nas vezes em que teve seu ataque requisitado. No final, novamente, erros consecutivos do Osasco – de Giovana e Natália – foram decisivos para o Bauru voltar a abrir cinco de vantagem – 22 a 17- e fechar em 25 a 19 com belo ponto de Kasiely.
Terceiro set
O Osasco começou a terceira parcial avassalador, com cinco pontos seguidos. Mas, novamente, o calcanhar de aquiles do time fez o Bauru reagir: os erros. Mesmo com Léia discpliscente em algumas recepções, a equipe do interior paulista errava menos e, por isso, empatou três vezes: 9 a 9, 10 a 10 e 12 a 12. A partir daí, no entanto, o Osasco retomou a confiança, fez quatro pontos seguidos,voltou a abrir cinco de vantagem – 18 a 13 – e reanimou a torcida, que cantava “Vamos, Osasco, este jogo temos que ganhar”.
Quando parecia que o time despontaria, o Bauru conseguiu nova reação e, esbanjando volume de jogo, fez cinco pontos seguidos mineiros para empatar – 18 a 18. As bauruenses “venderam caro” o final do set e salvaram três set points em sequência – 26 a 26. Foi aí que Natália, a grande destaque do Osasco e do jogo, voltou a fazer a diferença: bom belo ataque diagonal e bloqueio na sequência, ela levou as osasquenses à vitória por 28 a 26.
Quarto set
O quarto set começou com o Osasco ligeiramente melhor. Assim que a equipe abriu 9 a 6, a torcida, que aumentava sua confiança e percebia que o momento de gritar campeão se aproximava, aumentou o barulho com gritos ensurdecedores de “Ôoo, Osascooo”. Com a confiança elevada, as osasquenses se aproveitaram de falhas na cobertura do Bauru e apresentavam atuação segura.
No entanto, de novo, o Bauru conseguiu reagir – com bom desempenho ofensivo de Bruna Moraes, que fez grande partida – e emplacou sequência de quatro pontos seguidos para empatar em 17 a 17. No entanto, o Osasco retomou à frente do placar e controlou a ansiedade. Após minutos finais eletrizantes, a torcida osasquense finalmente pôde explodir – o time fechou o jogo em 25 a 20.