Bola no chão. Ponto para o Osasco. Placar do quarto set apontando 25 a 20. Fim da decisão da Superliga Feminina de Vôlei 2024/25. Imediatamente, duas jogadoras se abraçaram e ficaram por muito tempo. Camila Brait e Natália levaram a conexão de “irmãs” para dentro de quadra, foram destaques do time paulista e protagonizaram até uma previsão sobre o título.
Na quinta-feira (1/5), o Osasco venceu o Bauru por 3 sets a 1 e conquistou a Superliga de 2024/25 em São Paulo. E as principais jogadoras campeãs nutrem uma amizade de quase duas décadas, dividindo até roupa íntima, como brincou Natália em entrevista ao No Ataque após a conquista ao lado de Camila Brait.
“Quem assistiu às imagens do final do jogo viu: a gente se abraçou e nem sei quanto tempo passamos abraçadas ali chorando. É muito emocionante. Conheço a Brait desde 2006, quando a gente jogou na Seleção Brasileira de base juntas. E, desde lá, nós somos amigas. Ela é uma irmã. Brincamos que a gente só não divide marido, porque até calcinha a gente divide de vez em quando [risos]”
Natália Zílio, campeã olímpica em Londres 2012
Elas não só construíram mais um lindo capítulo da amizade, mas como colocaram o nome na história da Superliga até mesmo com o desempenho individual. Camila Brait foi eleita a melhor líbero, enquanto Natália ficou com os prêmios de melhor ponteira – junto de Sofya Kuznetsova, do Praia Clube – e melhor jogadora da Superliga Feminina de Vôlei 2024/25.
Admiração recíproca e até ‘previsão’ do título
O carinho entre as jogadoras é tão forte que as falas após o título contaram com declarações mesmo sem que fossem perguntadas. Natália e Camila Brait queriam exaltar a companheira de time, tendo em vista a importância que a outra teve na caminhada até mais um título conquistado, e fizeram isso na entrevista ao No Ataque.
“Eu sou fã dela. Sempre falo para todo mundo: a Brait é uma das melhores pessoas que eu já conheci na minha vida. Pessoa com coração imenso, e quem não gosta da Brait, gente boa não é. Não tem jeito”, disse Natália, que teve a atuação de 25 pontos – maior pontuadora da final – elogiada pelo amiga.
“Se tinha algum jeito de eu admirar mais a Natalia ainda, hoje foi o ápice da admiração. Sou muito feliz de ter jogado com ela mais um ano antes de me aposentar. Sou muito feliz e ainda tenho esperança de ela ficar. Esperança é a última que morre [risos]”
Camila Brait, medalhista de prata em Tóquio 2021
E essa relação rendeu até mesmo uma previsão do título quando o ginásio da final foi decidido, em 12 de março deste ano. Natália contou que Brait a telefonou quando viu que o Ibirapuera, palco da conquista das atletas em 2009/10 pelo Osasco, receberia a decisão de 2024/25. A história também foi relembrada pela líbero.
“Só Deus sabe a importância dessa Superliga para mim, jogando com a Nat de novo, que é uma amiga minha de tantos anos. A gente é parceira. Temos até tatuagem junto escrito amizade em japonês. Quando a gente soube que a final ia ser aqui, eu até liguei para ela, arrepiei toda e falei: ‘Caraca, você viu onde vai ser a final? Vai ser no Ibirapuera’. Temos ótimas lembranças daqui”
Camila Brait, líbero do Osasco
Só que não foi apenas o título da Superliga que a conexão entre Brait e Natália rendeu ao torcedor do Osasco. A temporada 2024/25 do time de Luizomar de Moura também contou com as conquistas do Campeonato Paulista e Copa Brasil.
“É muito especial. Brait foi um dos motivos para eu voltar aqui para Osasco também. A gente tinha um sonho de poder jogar juntas ainda antes nos aposentar, e fechar a temporada com a ‘tríplice coroa coroa’… três campeonatos, três finais, três títulos. Não podia ser melhor”, concluiu Natália.
A esperança do torcedor é que Natália mude de ideia sobre a provável saída para o exterior assim como Brait desistiu da aposentadoria. O osasquense vê a conexão entre as atletas com bons e vitoriosos olhos.
