
Técnico lendário do Osasco, Luizomar Moura sagrou-se tetracampeão – tri pelo time paulista e uma vez pelo Flamengo – da Superliga Feminina de Vôlei nessa quinta-feira (1º/5), com vitória por 3 sets a 1 sobre o Bauru dentro de um Ginásio do Ibirapuera lotado. Durante a comemoração do título, ele exaltou o fim da hegemonia Minas x Praia e relembrou a antiga hegemonia “Minas x Osasco”, além de explicar o que foi decisivo para o título.
O Osasco não vencia a Superliga havia 13 anos. Nos últimos oito, a final vinha sendo sempre a mesma: Minas x Praia na final. O time paulista foi eliminado pela equipe da Rua da Bahia nas últimas duas temporadas, mas neste ano, “deu o troco”, despachou os mineiros na semifinal e, como o Bauru já havia eliminado o Praia no outro confronto da fase, pôs fim à hegemonia “pão de queijo”.
Treinador do Osasco há quase 20 anos, Luizomar relembrou a hegemonia anterior à mineira, da qual fez parte. De 2004/2005 a 2016/2017, o time paulista travou com o Rio de Janeiro 13 finais seguidas.
“Falamos o tempo inteiro de quebrar essa hegemonia, eu falava ‘já fiz parte disso’, e muitas vezes você nem faz muito esforço, os adversários já vêm meio que ‘acho que não vai dar’. Quando tínhamos Rio x Osasco, muitas vezes falávamos ‘esse ano vai ser difícil’, aí de repente dava, aí eu falava: ‘Talvez porque os outros não acreditaram’. Neste ano, acreditamos muito e fomos recompensados.”
Luizomar Moura
O que mais Luizomar disse
Luizomar exaltou o trabalho feito pelo Osasco e o retorno da ponteira campeã olímpica Natália nesta temporada, que surtiu efeito: ela foi a melhor jogadora da Superliga e a maior pontuadora da final, com 25 pontos.
“É o trabalho de muitos anos. Resiliência é manter uma equipe entre os quatro primeiros, todo ano brigando por uma final, e muitas vezes a final não vindo. Vocô tem que se reconstruir, analisar o que acertou ou errou, mas o mais importante é acreditar, e neste ano acreditamos muito. A vinda da Natália foi um esforço junto com a Brait, nos envolvemos para tentar convencê-la a vir, uma jogadora que é cobiçada pelo mundo inteiro”, disse ele, que havia sido campeão com a ponteira cria do Osasco brilhando no Ibirapuera em 2009/2010.
“E aí quando anunciaram que a festa seria no Ibirapuera, falei: ‘Será que tem um enredo programado para nós?’. E esse enredo foi fechado com chave de ouro, 15 anos depois, reviver esse Ibirapuera lotado, pulando, é bem legal. Eu falei na preleção que elas precisavam disfrutar, lá no Minas eu falei: ‘Chegar na final é bem legal’. E aí hoje eu disse: ‘Estar na final de Superliga é legal, mas ganhar a Superliga é bem legal'”, prosseguiu.
“A vitória não se resume nos três títulos (Superliga, Copa Brasil e Paulista, tríplice coroa inédita do Osasco em 2024/2025). A vitória para mim como treinador é ter uma equipe coesa, que acredita nos ideais da comissão técnica, que trabalha, que quando são cobradas e desafiadas, levam para o lado positivo. Isso não tem preço para um treinador, para um líder. As medalhas vão passar, mas o que vai ficar desta temporada é a entrega da equipe aos ideais da comissão”, finalizou.