“Tenho ela no meu coração”. É assim que Sassá, ex-líbero e ponteira campeã olímpica em Pequim 2008, se refere a Adenizia, central do Praia Clube e campeã olímpica em Londres 2012. Parceiras na Seleção Brasileira e durante três anos no Osasco, onde venceram juntas a Superliga de 2009/2010, as duas nutrem grande amizade entre si.
Em entrevista exclusiva ao No Ataque, a ex-jogadora mineira – que encerrou a carreira pelo Mackenzie ao fim da temporada 2024/2025 e hoje é supervisora técnica do clube belo-horizontino – se declarou capitã do Praia dentro e fora de quadra.
“A Adenizia é uma pessoa incrível, tenho ela no meu coração. É uma pessoa com quem temos que conviver, porque é extrovertida, te coloca para cima… é lindo ver a Adenizia jogando dentro de quadra, aguerrida, contagia o time inteiro.”
Sassá, ex-jogadora de vôlei
Na sequência, a dirigente do Mackenzie agradeceu às palavras de Adenizia – a central do Praia havia mandado recado carinhoso à ex-companheira também em entrevista exclusiva ao No Ataque, no dia 21 de março, data da aposentadoria de Sassá.
“Adê, muito obrigada pelas palavras, tenho certeza que o nosso legado está aí, conseguimos fazer o nosso trabalho bem feito. Vou estar aqui de fora, torcendo por você sempre, pelas suas conquistas. Sei também que você está pensando em uma área mais voltada para o jornalismo, então quero desejar sorte para você também, e pode ter certeza que, em tudo que você for fazer, vai ter sucesso”, disse Sassá.
O que Adenizia havia dito a Sassá
“A Sassá tem todo o respeito de todas as jogadoras, de todo mundo desse Brasil, porque ela já jogou muito pelo Brasil, já salvou muita gente. Então a carreira dela é brilhante, o que ela fez foi magnífico e eu não tenho dúvidas de que agora nesse lado da comissão ela vai estar sendo ótima também, porque o que ela toca é muito bom. Sassá, eu te amo e boa sorte na sua nova trajetória”, disse Adenizia após vitória do Praia por 3 sets a 1 sobre o Minas na 22ª rodada da Superliga Feminina de Vôlei.
Adenizia faz curso de jornalismo
No final do recado, Sassá desejou sucesso à amiga. Em outra entrevista exclusiva ao No Ataque, Adenizia revelou que está fazendo o curso e que é apaixonada pela área.
“Faço jornalismo na UniCesumar. Sou apaixonada. Tive essa oportunidade na TV Cazé, juro que não pensava nisso. Mas, quando fui comentarista dos Jogos Olímpicos, quando fui apresentadora de um programa, fui me apaixonando pela profissão, pelas pessoas que trabalhavam na Cazé TV. Isso me deu um ‘start’ a mais para começar a estudar jornalismo”, disse a capitã do Praia Clube.
A nova carreira de Sassá
Sassá explicou ao No Ataque que terá função de dirigente no Mackenzie: “A princípio seria mais uma função extraquadra, primeiro porque acredito que tem que haver uma preparação para estar na beira da quadra (como técnica, auxiliar técnica…), existem cursos que são exigidos pela CBV, então não é uma transição a curto prazo, se você quiser trabalhar mais na parte prática”.
“Me identifiquei muito na área da gestão nessas últimas semanas, em que tive a oportunidade de acompanhar o trabalho do Mateus, do Hugo, que é o nosso supervisor, foi uma parte que mexeu muito comigo e que eu gostaria de seguir. Óbvio que vai ter uma preparação, alguns estudos, mas quero ajudar da melhor forma possível o Mackenzie nessa área. Fico extremamente agradecida por esta oportunidade”, prossegiu.
Sassá revelou à reportagem que, antes da aposentadoria, já conversava com o Mackenzie sobre o desejo mútuo que ela continuasse no clube após encerrar a carreira.
“O Mackenzie sempre deixou muito claro a vontade da minha continuidade no clube. Não sabíamos ainda como seria essa função e essa continuidade, mas sempre teve uma conexão muito forte entre mim e o Mackenzie e esse desejo de continuar no clube. Mas ainda não tinha nada certo, um convite formal. Analisando um pouco nessas últimas semanas, a parte de gestão foi a que mais me tocou.
Sassá, ao No Ataque
A barbacenense, no entanto, admitiu a vontade de estudar para se tornar técnica no futuro e citou como exemplo a ex-levantadora Fofão, campeã olímpica com a ponteira/líbero.
“Tenho vontade de ter uma experiência, por isso quero me preparar bastante. Tive contato com a Fofão e vi o quanto ela estudou nos últimos anos, no pós-carreira dela. Ela estudou bastante, conseguiu chegar a uma Seleção Brasileira de base. Temos que ter dedicaçãoo e nos prepararmos para realizarmos um bom trabalho, porque a categoria de base é extremamente importante, formar o atleta para que ele chegue no profissional é muito importante, são muitos detalhes, fundamentos, então você tem que ter uma metodologia bem apurada. Acredito que para isso não só a prática, como a teoria também seja muito importante”, finalizou.