NO ATAQUE COM NYEME

De volta ao Minas, Nyeme revela ‘não’ a outros times de vôlei: ‘Tinha certeza’

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Nyeme explicou por que recusou outros clubes para retornar ao Minas após gravidez

Desde o momento que deu hiato na carreira para ser mãe, Nyeme tinha certeza: quando voltasse ao vôlei, seria pela camisa do Minas Tênis Clube. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, a líbero medalhista olímpica pelo Brasil em Paris 2024 revelou ter recusado propostas de clubes do exterior e explicou os bastidores do retorno ao clube da Rua da Bahia.

Anunciada pelo time belo-horizontino na última sexta-feira (19/9), a maranhense de 26 anos havia dado pausa no vôlei após o bronze na Olimpíada da França, em agosto do ano passado. Em outubro, ela engravidou e, em maio, deu a luz à pequena Antonella, hoje com pouco mais de quatro meses.

Ao No Ataque, Nyeme revelou que o Minas ofereceu a ela a permanência no clube durante a gravidez. No entanto, a líbero recusou, pois não sabia como seria seu retorno ao vôlei.

“Nossa vida tem que ser tudo planejada, né? Não dá para ser, assim, ‘ao léu’. Antes de eu parar para engravidar, conversei com meus técnicos, conversei com o Minas, e eles me ofereceram ficar. Iam continuar me pagando para eu ficar. Mas eu falei: ‘Eu não sei como vai ser’. Eu não queria ter um contrato fixo, porque era tudo muito novo para mim, não sabia como ia reagir, como ia ser. Aí, pedi para não assinar, para me aguardarem depois para eu ver o que realmente ia acontecer.”, iniciou.

No meio da gestação e ainda no início da temporada 2024/25, Nyeme voltou a ser procurada para já acertar um contrato visando 2025/26, mas novamente esfriou os planos do Minas: ‘Em dezembro, ou foi janeiro, se não me engano, eles já entraram em contato. Eu falei: ‘Gente, deixa eu aproveitar mais um pouquinho a minha gravidez e depois a gente conversa’.

O ‘sim’ ao Minas e o ‘não’ a propostas do exterior

O “sim” ao Minas veio um pouco depois do primeiro contato feito pelo clube durante a gestação. Nyeme, então, revelou que recebeu propostas do exterior, mas não queria ir jogar fora do país nos primeiros meses da vida de Antonella – a única possibilidade, para ela, era o time belo-horizontino.

Aí no início do ano, fevereiro, por aí, eles mandaram mensagem de novo e eu falei para o meu esposo, o Mikael: ‘Agora não tem mais jeito, temos que decidir. E eu já tinha certeza, porque não queria ir para fora neste momento, no final da gravidez, início da maternidade, com minha filha nos braços. E teve proposta. Mas minha empresária já sabia que eu não queria nesse momento ir para fora. O lugar para onde eu iria seria o Minas. Então deu certo, eles entraram contato querendo que eu voltasse e foi o momento certo, que eu também já estava com a cabeça: ‘Não, agora é hora de voltar’. Deu tudo certo.

Nyeme, em entrevista exclusiva ao No Ataque

A carreira de Nyeme

Nascida em Barra do Corda, no sertão do Maranhão, Nyeme deu seus primeiros passos no esporte no Maranhão Vôlei mas, ainda na adolescência, mudou-se para São Paulo para jogar nas categorias de base do extinto ADC Bradesco.

Após três meses por lá, migrou para o Barueri, onde começou a chamar atenção do cenário nacional e conquistou seu primeiro título como profissional: o Campeonato Paulista de 2019. Foram duas temporadas no clube fundado por Zé Roberto Guimarães antes de, em 2021/22, migrar para o Bauru.

Nyeme brilhou na primeira e única temporada no time do interior de São Paulo – foi campeã da Copa Brasil e uma das melhores líberos da Superliga de Vôlei. O bom desempenho motivou o Minas, atual campeão da competição, contratá-la para substituir Léia, ícone do clube, que fez o caminho inverso aos 37 anos – para ficar mais próxima da família, a paulista saiu de Belo Horizonte e fechou com o Bauru.

Duas temporadas na Rua da Bahia foram o bastante para que a maranhense caísse nas graças da torcida, se transformasse em ícone do clube e passasse a figurar na lista de maiores líberos da história da equipe. entre 2022/23 e 2023/24, Nyeme conquistou cinco títulos pelo Minas: um Campeonato Mineiro (2022/23), uma Supercopa (2023/24), uma Copa Brasil (2022/23), uma Superliga (2023/24) e um Sul-Americano (2023/24).

Na Seleção Brasileira, a jogadora recebeu sua primeira convocação em 2021, quando conquistou a prata da Liga das Nações (VNL). No ano seguinte, foi vice-campeã novamente do torneio e também foi prata no Mundial. Em 2024, Nyeme brilhou na VNL e conquistou de vez o posto de líbero titular do time verde-amarelo para os Jogos Olímpicos de Paris 2024′. Na França, a maranhense foi uma das grandes destaques do Brasil e foi crucial para a conquista da medalha de bronze.

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