Oposta titular e destaque do Minas no início da temporada, Amanda Marques não deve mais atuar em 2025/26. A pernambucana rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho esquerdo na terceira parcial da vitória por 3 sets a 1 sobre o Fluminense, na sexta-feira (31/10), pela terceira rodada da Superliga Feminina de Vôlei.
Com isso, a responsabilidade de ocupar a posição que tem a maior responsabilidade ofensiva em quadra recai sob uma jogadora que chegou há pouco tempo no clube e ainda não conseguiu encontrar sua melhor forma física.
Trata-se da oposta Maria Khaletskaya, de 31 anos e 1,95m. Canhota, a russa foi apresentada em agosto deste ano e chegou com a missão de substituir Kisy, jogadora da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei que foi a grande destaque do Minas nas últimas temporadas – em 2022/23 e 2023/24, foi eleita a MVP (melhor jogadora) da Superliga.
Khaletskaya, no entanto, começou a temporada como reserva de Amanda e ainda não teve sequência como titular, embora não tenha se destacado muito nas vezes em que esteve em quadra. A oposta pernambucana era a substituta imediata de Kisy na temporada passada e vinha se destacando nas oportunidades que recebeu de Lorenzo Pintus como titular em 2025/26.
Por que Khaletskaya não conseguiu sequência?
Além de ter que se adaptar a um país totalmente diferente – dentro e fora de quadra – da Rússia, onde construiu toda a sua carreira, Maria Khaletskaya sofreu com problema físico nos últimos dias: uma contratura muscular na região cervical, conforme apurou o No Ataque.
Maria sequer jogou na estreia da equipe na Superliga Feminina de Vôlei, na vitória por 3 sets a 1 sobre o Mackenzie, na Arena UniBH, devido a dores no ombro. Na segunda rodada, no triunfo por 3 sets a 2 sobre o Barueri, Khaletskaya entrou em quadra apenas em uma parcial.
Só na terceira rodada a russa conseguiu ter maior tempo de quadra. Contra o Fluminense, Maria chegou a entrar no primeiro set, ficou apenas no banco no segundo e, a partir do início da terceira parcial, passou a ser a única oposta da equipe e permaneceu durante o resto da partida após a contusão da companheira de posição pernambucana. Segundo apurou a reportagem, a russa já está 100% fisicamente e em plenas condições de jogar.
Até pela baixa minutagem, Khaletskaya tem apenas cinco pontos na Superliga. Veja, abaixo, as estatísticas detalhadas dela na competição, conforme levantamento feito pelo No Ataque.
Os números de Khaletskaya na Superliga
- Não entrou na estreia contra o Mackenzie
- Foi acionada diante do Barueri somente no segundo set; atacou uma bola, mas foi bloqueada
- Entrou no primeiro set contra o Fluminense e jogou a partir do terceiro com a lesão da Amanda; marcou cinco pontos, quatro de ataque e um de bloqueio
A carreira de Maria Khaletskaya
Nascida em 31 de julho de 1994, Maria Khaletskaya é filha de ex-jogadora de vôlei da Seleção de Cazaquistão e fez toda a carreira na Rússia até decidir ir para o outro lado do mundo. A experiência na Superliga Feminina de Vôlei será a primeira vez que ela atuará longe do frio e enorme país que se estende por Europa e Ásia.
A oposta estreou na elite do vôlei em 2011, aos 17 anos, pelo Dinamo Moscou e passou por Saratov Proton, Sverdlovsk Uralochka-NTMK e Dínamo de Krasnodar até voltar ao tradicional clube russo. E foi justamente nesse retorno que ela conquistou o maior título da carreira: a Liga da Rússia 2022/23 ao lado de Natália Zílio, campeã olímpica pelo Brasil em Londres 2012 e ex-jogadora do Minas.
Após levantar a taça mais importante da Rússia no Dínamo de Moscou, Khaletskaya foi para Zarechye Odintsovo e disputou duas temporadas no time. Na última temporada, a oposta e as companheiras levaram a equipe à semifinal pela primeira vez desde 2015, mas perderam a decisão de terceiro lugar e terminaram no quarto lugar.
Uma das principais pontuadoras do Odintsovo, Maria Khaletskaya fez 34 partidas durante a Liga da Rússia 2024/25 e fez 360 pontos, sendo 18 aces e 47 bloqueios. Desta forma, a média da nova oposta do Minas foi de 10,5 pontos por jogo.
Já pela Seleção da Rússia, Khaletskaya até fez parte do elenco para a Liga das Nações (VNL) em 2019 e conquistou a medalha de bronze na Copa do Mundo – competição qualificatória para a Olimpíada -, mas não teve novas oportunidades até porque o país foi punido e não está competindo. Devido à guerra com a Ucrânia, a equipe russa está fora do torneios de vôlei – e diversos outros esportes.
