
Lanternas da Superliga Masculina de vôlei, São José e Neurologia Ativa viram seus atletas protagonizarem protesto na noite desta terça-feira (28/2), no início do confronto que terminou com vitória do time paulista por 3 sets a 1 (25/22, 23/25, 25/21 e 25/15), no Ginásio Rio Vermelho, em Goiânia, pela 18ª rodada da competição.
No primeiro saque do jogo, que era do São José, os atletas do Neurologia decidiram ficar de costas para a rede, “deixando” o adversário fazer o ponto. O ponteiro Marcos Coelho, no entanto, sacou a bola para fora intencionalmente, sem sequer saltar.
As assessorias de ambos os clubes foram procuradas sobre o tema – a do Neurologia disse “não saber” o motivo do protesto, enquanto a do São José não respondeu até a publicação desta matéria. Sabe-se, entretanto, que os clubes vêm sofrendo com problemas financeiros e saídas de jogadores ao longo da temporada.
Na última rodada, contra o Minas, os atletas do time goiano haviam feito o mesmo protesto, ficando de costas para a rede antes do primeiro saque da equipe belo-horizontina.
As situações de Neurologia Ativa e São José
Neurologia
Estreante na Superliga, o Neurologia vive grave crise financeira que se estende há meses. Em dezembro, os salários dos atletas já estavam atrasados havia três meses, e os jogadores chegaram a ameaçar não entrar mais em quadra. Isso fez com que a Confederação Brasileira de Voleibol antecipasse ajuda financeira ao clube, conforme revelado pelo ge.
Diversos atletas se desligaram do time goiano devido à situação, além do técnico Pedro Moska. A equipe perdeu todas as 18 partidas que fez pela Superliga, soma apenas dois pontos na competição e já está matematicamente rebaixada à Segunda Divisão.
Em junho do ano passado, antes mesmo do início do torneio, o Neurologia Ativa já enfrentava problemas financeiros, que o fizeram cogitar não disputar a Superliga.
“Nós vamos pagar o boleto da inscrição e iniciar a pré-temporada no dia 22 de julho. Vamos confiar no Estado e continuar trabalhando para encontrar novos parceiros. A situação é muito difícil. Nós não temos um fundo para iniciar a competição, acreditamos nas promessas, mas sabendo que é incerto. Estou com muito medo, mas continuo acreditando que vai ser possível jogar a Superliga”, disse Sávio Beniz, presidente do clube, ao jornal O Popular, à época.
São José
O São José também passa por problemas. Segundo o comentarista Marco Freitas, do Sportv, em janeiro, a Associação Amigos do Vôlei, que administra o clube, estaria passando por dificuldades financeiras que teriam atrasado salários de jogadores e afetado o ambiente interno – problema que também teria acontecido em temporadas passadas. Dias depois, no entanto, a entidade paulista negou a situação.
A equipe joseense perdeu, no meio da temporada, seu principal jogador: o levantador argentino Nicolás Uriarte, multicampeão pelo Cruzeiro, que encerrou o contrato em comum acordo com o clube.
O São José é o vice-lanterna da Superliga, com 14 pontos, cinco a menos que o 10º, Goiás, que tem uma partida a menos e pode aumentar a diferença para oito pontos. Antes de derrotar o Neurologia, o time paulista estava há 10 jogos sem vencer.