
Bruninho não esconde que esta Superliga tem um “gostinho especial”. Pela primeira vez, o levantador campeão olímpico tem a chance de conquistar um título representando a cidade em que cresceu, a cidade da sua família: Campinas. Para isso, precisa vencer o Cruzeiro neste domingo (4/5), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, pela final da competição.
A missão é difícil, já que a Raposa venceu as últimas sete decisões de Superliga Masculina de Vôlei que disputou. Mas o levantador do Campinas tem no que se apoiar: ele foi o algoz do time celeste na última derrota cruzeirense em uma final da competição, em 2012/2013, quanto atuava pelo Rio de Janeiro (atual Flamengo). Curiosamente, aquela final também foi no Ibirapuera.
Doze anos depois, Bruninho pode voltar a ser o algoz celeste em uma final no Ibirapuera. E, de quebra, levar o projeto de Campinas ao título inédito logo no seu retorno ao Brasil após praticamente uma década atuando na Itália. Na temporada passada, ainda sem o levantador, a equipe paulista “bateu na trave” – perdeu a final para o Bauru, em Recife.
‘Temporada mágica’
Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Bruninho ressaltou o que já havia dito no começo da temporada, quando explicou que escolheu pelo Campinas para enfim poder jogar perto da família e dos amigos após tantos anos jogando fora.
Além disso, ele nunca teve a oportunidade de vencer um título representando sua cidade natal. O lendário levantador deu seus primeiros passos no vôlei no Ginásio do Taquaral, mas migrou para o Florianópolis jovem e lá iniciou a carreira profissional. Foram cinco títulos conquistados pela equipe catarinense, um pelo Rio de Janeiro e um pelo extinto Taubaté, conquistado durante breve retorno ao Brasil na pandemia.
“Cada final é especial e tem um sabor diferente. Para mim, essa volta ao Brasil, voltar a Campinas, onde eu comecei minha carreira quando fui morar com minha mãe e meus avós, a família toda nossa está em Campinas. Então, estar vivendo isso neste projeto em que fui recebido de braços abertos…tem sido uma temporada mágica, com um grupo muito especial, que não vai ser o mesmo na próxima temporada mas que ficou marcado para todos nós no nosso coração. Isso deixa a temporada ainda mais especial”.
Bruninho, em entrevista exclusiva ao No Ataque
Nos 15 anos de projeto do Campinas, a equipe se classificou para os playoffs 15 vezes e, em duas, chegou na final – em 2015/2016, quando perdeu para o Cruzeiro, e em 2023/2024, quando perdeu para o Bauru.
Lógico que é o nosso sonho, o nosso objetivo, mas neste momento tentamos viver esses dias que antecedem a final da maneira que vivemos as últimas 44 semanas, de uma maneira leve, nos divertindo, mas concentrados também. Claro que há a expectativa (de vencer o primeiro título do projeto e o segundo da cidade de Campinas). Hoje, no primeiro treino no Ibirapuera, tem aquela ansiedade, aquele frio na barriga natural pré-final. Que a gente possa fazer um grande jogo no domingo, é para isso que estamos nos preparando”, disse Bruninho.
Última final no Ibirapuera teve Bruninho x Cruzeiro
O Cruzeiro levou a melhor nas últimas sete finais que chegou na Superliga. A última vez que a equipe celeste perdeu uma decisão foi em 2012/2013, para o Rio de Janeiro de Bruninho, que tinha 25 anos à época.
Aquela foi a sexta conquista do levantador, que fez boa partida na final e comandou virada da equipe carioca, que perdeu o primeiro set por 25 a 15, mas venceu os três seguintes por 25 a 18, 25 a 18 e 25 a 14, em um Ibirapuera lotado.
Em entrevista exclusiva ao No Ataque, o craque relembrou a conquista: “O Ibirapuera é um palco importante do voleibol brasileiro e mundial. O Brasil já venceu títulos aqui, eu pude vencer uma Superliga aqui dentro. Jogar em palcos como esse é tudo que o atleta sonha”.
Bruninho pode alcançar marca pessoal importante
Caso o Campinas ganhe do Cruzeiro, Bruninho se tornará o segundo jogador com mais títulos de Superliga, empatado com o ex-central Éder. O levantador é o terceiro colocado ao lado de Lucão, do Cruzeiro. O líder do ranking é Serginho, ídolo celeste, que soma nove conquistar.
Mas, para o levantador, essa marca não importa tanto: “Sinceramente, ser o recordista ou não…joguei muitos anos fora, tenho mais títulos na Itália, então no geral eu já estou muito feliz com aquilo que eu tenho. Eu quero conquistar porque faz parte do atleta querer vencer sempre. Não busco ser o recordista, mas sei que é especial conquistar esse título”.