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Vôlei: jogo festivo une ídolos e geração atual em celebração aos 90 anos do Minas

'Encontro dos Tricampeões contou com ídolos do Minas nas décadas de 1980 e 1990 e elenco da temporada 2025/2026 nesta quarta-feira (23/7)

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Uma noite especial. Frente a frente, dois times tricampeões: o Fiat/Minas, com os títulos de 1984/1985/1986, e o Telemig Celular/Minas, que conquistou os troféus das temporadas 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002. No fim, o placar pouco importou. No confronto de tricampeões, o Telemig Celular venceu por 2 sets a 0, com parciais de 15/7 (29 minutos) e 25/22 (28 minutos).

Foi disputado mais um set, o terceiro, que foi como uma passagem do tempo, pois as equipes tricampeãs foram fundidas e enfrentaram o time atual, o Itambé/Minas, com vitória destes por 25/15, em 20 minutos.

Jogo festivo

Os tricampeões brasileiros pelo Minas estiveram de novo na quadra, para delírio dos torcedores e dos próprios jogadores.

Não foi apenas um jogo comum, principalmente para o torcedor, pois no primeiro set, uma surpresa: o jogo foi disputado no sistema antigo, com vantagem. Ou seja, para conquistar um ponto, um time tinha de tomar o saque, para em seguida, conseguir recuperar a bola, atacar e colocá-la na quadra adversária. Aí sim, conquistava-se um ponto.

Pelé e Giba se abraçam - (foto: Hedgard Moraes/MTC)
Pelé e Giba se abraçam(foto: Hedgard Moraes/MTC)

Também foi válido bloquear o saque, o que na regra atual é proibido, e não pode defender com os pés e nem com qualquer parte do corpo abaixo da cintura. Os dois sets seguintes foram nas regras atuais, que permite defesa com os pés, conta-se um ponto a cada saque. Só não pode bloquear na rede.

E como numa volta no tempo, não foi apenas uma vez que a torcida gritou, a plenos pulmões, “Pelé, Pelé”, a cada saque que resultava em ponto do oposto ou em cada ataque fulminante. “Como é gostoso voltar a sentir essa emoção, de fazer um ponto e ouvir seu nome. O Minas me deu isso”.

Aconteceu o mesmo com Giba. “Foi a primeira vez que joguei nesse ginásio, reformado. Joguei no outro, mas uma coisa posso dizer, a torcida continua a mesma e isso é fantástico”.

Maurício foi quem mais levantou a torcida. E numa situação que não era o seu destaque em quadra: o saque. Foram nada menos que seis pontos nesse fundamento. A cada um, a torcida inflamava. “Muito bom sentir essa sensação novamente. A torcida do Minas é fantástica.”

  • Fiat/Minas: Helder, Pelé, Elberto, Zé Eduardo, Henrique Bassi e Cebola. Depois: Urbaninho, Xisto, Robison, Benjamim, Antônio Sérgio, Ângelo, Cacau e Renato Costa. Técnico: Luiz Eymard. Preparador físico: Rommel Milagres.
  • Telemig Celular/Minas: Maurício, Giba, André Heller, Douglas Cordeiro, Carlão e Serginho (líbero). Depois: Rafael, Sunguinha, Bruno e Felipe. Técnico: Jarbas Soares. Auxiliar técnico: Belfort. Preparador físico: Sérgio Falci. Auxiliar de preparação: Edmilson Marques.
  • Árbitros: Francisco Carlos de Medeiros (cadeira) e Marcos Salles (rede).
Maurício, ex-levantador do Minas - (foto: Hedgard Moraes/MTC)
Maurício, ex-levantador do Minas(foto: Hedgard Moraes/MTC)

Novo Minas

No intervalo do segundo para o terceiro set, foram apresentados os jogadores do time que disputará a próxima Superliga.

  • Comandado pelo técnico Guilherme Novais, o elenco do Itambé/Minas contará com os levantadores Gustavo Orlando, Javad Karimi e Henrique Veiga; os ponteiros Renato Pato, Djalma, Hugo Hamacher, Bryan e Diego dos Santos; os centrais Lucas Cambuim, Henrique Guedes e Lucas Perrut; o oposto Samuel Neufeld e o líbero Rogerinho.

Surpresa

O Encontro de Tricampeões, jogo festivo que fez parte das comemorações dos 90 anos do Minas Tênis Clube, reservou uma surpresa para os torcedores, especialmente os mais jovens, que puderam ver, pela primeira vez, como o jogo era disputado antes da mudança de regras, que instituiu o líbero e colocou fim à era da vantagem.

“Venho em todo jogo e jamais imaginei que o jogo fosse disputado daquela maneira. Venho em todo jogo e ao ver o primeiro set. Senti o jogo mais disputado. Ele se torna mais lento, mas não menos animado. Gostei de conhecer. Achei muito legal”, diz o estudante Lucas Cattoni, de 14 anos.

Maria Amélia Silva, de 15 anos, também estudante, gostou. “Queria ver um jogo inteiro, para saber como era decidido e quanto tempo duraria. Meus avós contam, que uma vez, viram um jogo de quase cinco horas. Agora entendi porque. Tinha de ter a vantagem para marcar o ponto no saque seguinte”.
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Agradou, também, quem viveu o esporte na regra antiga. “Eu tenho saudade desse tempo. Era novinha, e minha mãe brigava comigo, pois saía para ver um jogo e demorava a voltar. Ela dizia que tinha de chegar em casa ás 10 da noite, mas nunca que um jogo terminava antes disso. Na verdade, muito além. Mas era muito bom”, disse a professora Angélica Rostov, de 72 anos.

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