
Bruninho fez história no vôlei brasileiro e no vôlei europeu. Sete vezes campeão da Superliga por três clubes diferentes – Florianópolis, Rio de Janeiro e Taubaté – e multicampeão na Itália atuando pelo Modena e pelo Civitanova, ele acredita que há um aspecto no qual há grande diferença entre as ligas: o saque.
Em entrevista exclusiva ao No Ataque, o levantador campeão olímpico nos Jogos do Rio 2016 destrinchou no que a Superliga difere dos dois maiores campeonatos da Europa e do Mundo – o italiano e o polonês.
“Pensando no nível técnico, existe uma diferença, olhando principalmente para a liga italiana e talvez a liga polonesa, no saque – que hoje é a primeira arma para ser agressivo e, digamos, fazer mal ao adversário. Nisso ainda estamos um pouco atrás na Superliga, lá fora as pessoas forçam muito (os saques), não se preocupam tantos com os erros, aqui tem esse lance ‘ah, do erro, do erro, do erro’, então isso vai tirando um pouco da possibilidade de forçar, da agressividade que os jogadores têm.
Bruninho
“Isso já é um aspecto técnico que, no voleibol mundial, tem feito a diferença, você vê grandes equipes sacando muito bem e, principalmente, tendo volume de jogo. Se você olhar, mesmo equipes altas estão tendo muitas defesas, bolas ‘rejogadas’, ações longas, que são coisas que podemos crescer aqui na Superliga”, finalizou o levantador, vice-campeão da última Superliga atuando pelo Campinas.
Bruninho na Superliga e no vôlei italiano
O lendário levantador deu seus primeiros passos no vôlei no Ginásio do Taquaral, em Campinas, mas migrou para o Florianópolis ainda jovem e lá iniciou a carreira profissional. Foram cinco títulos conquistados pela equipe catarinense 2003/04, 2005/06, 2007/08, 2008/09 e 2009/10).
Em 2011, Bruninho foi pela primeira vez jogar na Europa – teve passagem pelo Modena para a disputa dos playoffs do Campeonato Italiano mas, com a eliminação na semifinal, retornou rapidamente para o Brasil para jogar pelo Rio de Janeiro, onde conquistaria mais uma Superliga, em 2012/2013.
Em 2014, o levantador iniciaria sua segunda passagem pelo Modena, que durou dois anos. Nela, conquistou o Campeonato Italiano (2015/16), na Copa Itália (2014/15 e 2015/16) e na Supercopa Italiana (2015/16).
Bruninho retornou ao Brasil em 2016/2017 e, após temporada pelo Bauru, voltou ao Modena e atuou mais uma temporada pelo clube italiano, no qual é ídolo. Em 2018/2019, acertou com outra equipe do país europeu – o Civitanova. Em duas temporadas lá, ele conquistou títulos inéditos – o Mundial de 2019/2020 e a Liga dos Campeões de 2018/2019 – além do Campeonato Italiano (2018/2019 e da Copa Itália (2019/2020).
Em 2020, durante a pandemia, o campeão olímpico teve mais uma rápida passagem pelo vôlei brasileiro – pelo Taubaté, onde conquistou mais um título da Superliga (2020/2021) – e, na sequência, voltou para o Modena. A quarta e última passagem pela equipe não teve muitos títulos – apenas a Copa Cev de 2022/2023 – e durou até o meio de 2024, quando decidiu voltar de vez para o Brasil e atuar em Campinas, cidade onde cresceu.