
“Ficamos mal acostumados” com tantas glórias da Seleção Masculina de Vôlei. Essa é a opinião do lendário levantador Bruninho sobre o atual momento da equipe nacional treinada por Bernardinho, eliminada nas quartas de final das últimas quatro principais competições que disputou – os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e as Ligas das Nações (VNL) de 2024, 2023 e 2022.
O novo ciclo do Brasil se inicia nesta quarta-feira (11/6), dia da estreia da VNL, contra Cuba, a partir das 17h30, no Maracaãzinho, no Rio de Janeiro. Renovada, a Seleção não terá sete dos 12 atletas que fizeram parte do elenco em Paris 2024 – inclusive Bruninho, capitão daquele time.
O levantador campeão olímpico nos Jogos do Rio 2016 e prata em Pequim 2008 e Londres 2012 considera “natural” a queda da Seleção nos últimos anos. “É muito difícil mantermos tudo o que foi feito durante 22 anos, contando (de 2000) até o Mundial de 2022, em que fomos bronze perdendo por 15 a 13 no tie-break a semifinal para a Polônia”, iniciou o levantador.
Se você olhar os resultados, são 22 anos chegando em finais, semifinais, pódios, vencendo. Lógico que os primeiros 10, 11 anos foram de muitos títulos, depois talvez menos títulos mas sempre chegando e conquistando. É normal que, em algum momento, possa haver uma pequena queda.
Bruninho, em entrevista exclusiva ao No Ataque
No período delimitado por Bruno, a Seleção foi duas vezes medalhista de ouro olímpicas (Atenas 2004 e Rio 2016), duas vezes prata (Pequim 2008 e Londres 2012), três vezes campeã mundial (2002, 2006 e 2010), quatro da Cupa do Mundo (2003, 2007 e 2019), quatro da Copa dos Campeões (2005, 2009, 2013 e 2017), uma da VNL (2021), 11 do Sul-Americano e três do Pan-Americano.
E a nova geração?
Bruninho, que já tem 38 anos e aparenta ter finalizado seu vitorioso ciclo na Seleção – ficou de fora da última convocação do pai, Bernardinho, para a disputa da VNL (a Liga das Nações) – avalia positivamente a nova geração do vôlei brasileiro em meio a um cenário internacional equilibrado, mas cita um aspecto que falta nos jogadores: experiência internacional.
“Existe um equilíbrio muito grande hoje no voleibol masculino. Eu acho que nós temos bons talentos, bons potenciais aqui no Brasil, que precisam principalmente estar jogando a nível internacional”, opinou.
Nesse sentido, o levantador considerou acertada uma decisão tomada recentemente pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV): a ampliação do projeto das Seleções de Novos, com as Seleções masculinas Sub-23 e Sub-26. Ele explicou que, quando era jovem e a equipe nacional tinha craques como Giba, Ricardinho e Serginho no auge, atuava pelas Seleções de Novos, que funcionavam como uma espécie de “time B”.
“A volta da Seleção “B”, Seleção de Novos, ou Seleção Sub-23 e Sub-26, é fundamental. Foi assim que fomos forjados lá atrás, eu, Lucas, Éder, Sidão, Tiago Alves, quando na época a Seleção Principal tinha Giba, Serginho, entre outros…nós fazíamos parte da Seleção B e ajudaremos no treinamento (da principal). E, aos poucos, fomos ganhando essa experiência para estar na Seleção principal quando acontecesse essa troca. Isso é fundamental para que possamos dar essa bagagem, essa experiência, para os jogadores mais jovens.”
Bruninho, em entrevista exclusiva ao No Ataque
‘Ficamos mal-acostumados’
O icônico levantador finalizou reforçando o otimismo com a Seleção Brasileira, mas relembrando que o público ficou ‘mal-acostumado’ com tantos anos da equipe em alto nível.
“Eu acredito que vamos voltar a brigar, mas tem que ter paciência, faz parte de um momento que todas as seleções passaram e talvez tenhamos que dar um passo para trás. Ficamos mal acostumados (risos)”, finalizou Bruninho ao No Ataque.