
Dentro da quadra, o treinador contava com três campeões olímpicos na Rio 2016. Porém, o desempenho na final da Superliga Masculina de Vôlei não começou bom, e ele resolveu substituir dois deles. E deu certo. Foi desta forma com que Filipe Ferraz viu o Cruzeiro “acuado” diante do Campinas e foi decisivo ao tirar Douglas Souza e Wallace.
A situação ocorreu no domingo (4/5), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. A Raposa iniciou a decisão da Superliga com muitos erros e perdeu o primeiro set por 25 a 18. Com a atuação aquém, Filipe Ferraz fez mudanças que surtiram efeito rapidamente.
Vaccari entrou na vaga de Douglas Souza e marcou 12 pontos, 11 a mais que o melhor ponteiro da Superliga que foi substituído e viu a boa atuação do companheiro no banco. Já Wallace, que fez quatro pontos, saiu para a entrada de Oppenkoski, autor de 12 bolas que ajudaram o Cruzeiro a se recuperar, virar, vencer por 3 sets a 1 e conquistar a competição.
“Final de um jogo só realmente a gente não tem tempo para esperar. No primeiro set, eu senti o time um pouco acuado, um pouco desequilibrado e precisei fazer algumas alterações, como o Vaccari entrando no lugar do Douglas”
Filipe Ferraz, em entrevista exclusiva ao No Ataque
Roteiro repetido?
E essa não foi a primeira vez na temporada em que o técnico agiu e mudou uma decisão para a Raposa. Na final do Sul-Americano de Clubes, em 16 de março deste ano, Filipe Ferraz também promoveu uma substituição que mudou a história do jogo.
O Cruzeiro perdia o clássico decisivo contra o Praia Clube por 2 sets a 1 quando o treinador acionou Oppenkoski para entrar na vaga de Wallace. O oposto reserva fez 22 pontos na partida, foi decisivo em finais de sets e levou a Raposa ao título sul-americano em Uberlândia, além de receber o prêmio de melhor jogador do torneio.
O roteiro se repetiu na decisão da Superliga, menos de dois meses depois. Filipe Ferraz mostrou talento para, mais uma vez, tirar o capitão do time e atrapalhar as ideias do adversário. Ele falou sobre a mudança contra o Campinas ao No Ataque.
“Ao mesmo tempo, o Wallace também estava muito bem marcado. Ele é estudado o ano inteiro, fica difícil, sobrecarregado. Eu coloquei uma peça nova, como o Oppenkoski, que foi brilhante mais uma vez e nos ajudou a trazer mais um título para o Cruzeiro. Essas mudanças realmente fizeram o time ser feliz”
Filipe Ferraz, técnico do Cruzeiro
Mais um título de Filipe Ferraz pelo Cruzeiro
O título da Superliga teve um “gosto especial” para Filipe Ferraz não só pelas mudanças decisivas, mas também por ser o 57º da carreira pelo Cruzeiro, contando taças enquanto jogador e técnico. Ele até demonstrou espanto com o próprio número de conquistas em entrevista ao No Ataque.
“Caramba, é bastante título, né? Estou muito feliz de escrever mais uma página na história do Cruzeiro, agora, como treinador nesse ginásio emblemático que é o Ibirapuera. Aqui também, Cruzeiro venceu o Sesi por 3 a 2 aqui e finalizou no Mineirinho, em 2017/18. E agora, voltar como treinador, ser campeão aqui, pra mim não tem uma coisa mais gostosa, mais prazerosa”
Filipe Ferraz, ídolo do Cruzeiro
Como jogador, ele conquistou 11 edições do Mineiro, seis da Superliga, seis da Copa Brasil, sete do Sul-Americano e três do Mundial. Já como treinador, Filipe Ferraz é responsável por quatro troféus do Mineiro, três da Superliga, duas da Copa Brasil, três da Supercopa, quatro do Sul-Americano e duas do Mundial, somando assim 57 taças pelo Cruzeiro.