Lenda da Seleção Brasileira de vôlei, Bruninho não esconde ser fã de Alex, ídolo do Cruzeiro. Mesmo com a diferença entre os esportes em que ambos se eternizaram, o levantador do Campinas fez paralelo com comentário do ex-meia-atacante sobre qual é, na visão dele, a principal diferença entre as gerações do vôlei.
Campeão olímpico nos jogos do Rio de 2016, Bruninho rasgou elogios a Alex em entrevista ao Flow Esporte Clube nessa segunda-feira (12/5) e relembrou a seguinte fala do ex-jogador em entrevista ao mesmo podcast, no início de abril.
“O que eu acho, e hoje posso falar isso de referência do que era na minha época e do que é hoje, é que a gente gostava mais de jogar bola. A geração de hoje, muitos desses jogadores gostam desse movimento que é o futebol, mas o jogar bola… Não estou generalizando. Em vários momentos é o ‘eu jogo futebol’, mas não faz por onde jogar futebol”, disse Alex, na ocasião.
Bruninho fez, então, uma analogia com o vôlei.
“Eu vi cortes em relação a isso. Pô, o Alex, já vi várias entrevistas dele. A filha dele (joga vôlei), ele adora também. É um cara espetacular, sempre acompanhei, craque e muito inteligente, sábio. E é verdade, por isso que falo. É a coisa mais genuína, do querer, realmente tem que querer. Tem que ser mais forte. Você vai ter que sofrer, fazer sacrifícios, muita coisa, se quiser mesmo chegar lá”, disse Bruninho.”Se não, não vai, e está tudo bem. Você não precisa querer ser um jogador (de alto nível), mas depois não sofra com as escolhas”
Bruninho
Bruninho comparou o seu pensamento no início da carreira com o da nova geração que, na visão dele, é “um pouco imediatista”.
“O vôlei era a minha grande paixão. Quando comecei, não me preocupava com comparação, meu pai (Bernardinho) já era técnico da Seleção. ‘Será que vai ser igual a mãe dele? (Vera Mossa, duas vezes medalhista olímpica pela Seleção).’ Cara, eu só queria me divertir. Era a paixão genuína de um adolescente, você não se preocupa, não tem noção do que vai ser lá na frente, a pressão, a responsabilidade de levar com isso. E foi isso que me levou durante todo esse tempo”, disse.
Eu cheguei a fazer faculdade, mas para mim não tinha plano B. Eu não pensava ‘quero ser jogador para ser…’, não, eu sonhava em ser da Seleção, jogar Olimpíada, mas jamais imaginei o que pudesse acontecer. Eu estava ali o que eu gostava. Nisso, a nova geração é um pouco imediatista e talvez se perca nisso. A minha ambição era fazer aquilo que eu amava“. explicou Bruninho
Trajetória de Alex no Cruzeiro
Alex é um dos grandes nomes da história do Cruzeiro. Ele atuou em 121 jogos, marcou 64 gols e distribuiu 61 assistências com a camisa celeste. A trajetória no clube se divide em duas passagens: a primeira, sem muito brilho, em 2001; e a segunda, genial e vitoriosa, entre 2002 e 2004.
Nesse período, o ex-camisa 10 e capitão regeu o time estrelado a duas conquistas do Campeonato Mineiro, ao título da Copa do Brasil de 2003 e ao tão sonhado troféu da Série A de 2003. Sob a liderança de Alex, o Cruzeiro voltou a ser campeão brasileiro após 37 anos.
