SUL-AMERICANO DE VÔLEI

Técnico de vôlei brasileiro do Alianza revela estratégia contra o Praia: ‘Estou flutuando’

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Paulo de Tarso exaltou vitória do Alianza Lima sobre o Praia Clube no Sul-Americano e dissertou sobre o vôlei peruano

Um dos maiores responsáveis pela histórica “zebra” do Alianza Lima contra o Praia Clube, na noite desse domingo (9/3), é brasileiro. Técnico do time peruano, Paulo de Tarso deu entrevista exclusiva ao No Ataque logo após a vitória por 3 sets a 1 sobre as uberlandenses, pela terceira rodada do Grupo B Sul-Americano Feminino de Vôlei, na Arena UniBH. Disse ainda estar incrédulo com o resultado.

“Estou flutuando ainda”, brincou Paulo. “A sensação é incrível, não posso deixar de parabenizar todas as pessoas que trabalham aqui, a comissão técnica, os assistentes, o preparador físico, o fisioterapeuta, supervisor, gerente, todos vieram trabalhar e trabalham muito duros”, afirmou.

Qual foi a estratégia do Alianza?

“Sabíamos do potencial da nossa equipe, mas também sabíamos do Praia. Sabíamos que teríamos que sacar muito bem e receber muito bem para poder dificultar o sistema ofensivo delas e facilitar o nosso sistema ofensivo. E isso funcionou muito bem”, explicou Paulo.

“Espero que amanhã, na semifinal, contra o Estudiantes, consigamos passar de fase e sonhar com uma final inédita para o Alianza Lima”, completou.

No entanto, caso o Alianza chegue à final, não será de forma inédita – a melhor campanha do time no Sul-Americano Feminino de Vôlei foi em 1995, quando foi vice para o Ribeirão Preto.

No ano anterior, em que o torneio foi realizado na casa do time, em Lima, no Peru, o Alianza havia conquistado o terceiro lugar – o campeão foi o São Caetano e o vice foi o Minas.

Alianza Lima foi subestimado?

Afinal, o Alianza Lima foi subestimado pelos brasileiros?

Paulo de Tarso opinou ao No Ataque: “Deixei de acompanhar as redes sociais e, se alguém tenta me passar algo, procuro não saber. Se foi subestimado ou não, a partir de agora não vai ser mais. O favoritismo era do Praia, mas felizmente estávamos em um ótimo dia”.

O vôlei peruano

Paulo de Tarso explicou ao No Ataque que a liga peruana melhorou neste ano, e o voleibol do país busca “reconquistar o lugar de potência que já teve no passado”.

A gerente do Alianza Lima, Cenaida Uribe, encabeça o movimento: lendária oposta do Peru, ela foi um dos pilares da seleção que conquistou a histórica medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Seul, na Coreia do Sul, em 1988.

“O vôlei peruano foi vitorioso na década de 1980, a nossa gerente, a Senaida, foi medalhista de prata em 1988. Ela tem uma visão bem diferente, moderna, está ajudando a construir o voleibol peruano. A liga cresceu bastante neste ano, tem algumas brasileiras se destacando, jogando bem, e acho que essa mistura de técnicos só faz com que o vôlei cresça no mundo todo. Apesar de faltar ainda um pouco mais de investimento, principalmente nos clubes da liga peruana, aos poucos estão fazendo esse trabalho para que o Peru reconquiste o lugar de potência que já teve no passado”

Paulo de Tarso, ao No Ataque

Paulo tem compatriotas no Alianza Lima

Duas das destaques do Alianza Lima no Sul-Americano Feminino de Clubes também são brasileiras: a levantadora Marina Scherer e a ponteira Sonaly.

A última, maior pontuadora da vitória sobre o Praia (18), também deu entrevista após o histórico triunfo: “Conseguimos um feito histórico aqui, porque o Praia é o primeiro colocado da Superliga. Eu tentava falar isso para elas, que são grandes jogadoras. Conheço a maioria das atletas do outro lado. Ver a alegria delas com a vitória foi muito legal”.

Ela também dissertou sobre o voleibol peruano: “Por curiosidade, há 20 brasileiras jogando no Peru e, se não me engano, três técnicos brasileiros (um deles é Paulo de Tarso). É uma liga que está evoluindo, tem um pouco de dificuldade técnica, faltam algumas coisas, obviamente a Superliga é superior, mas a liga peruana me surpreendeu muito, tanto que conseguimos apresentar esse nível de jogo aqui”.

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