VÔLEI

Do interior de MG a destaque na VNL: conheça Aline Segato, ‘caloura’ da Seleção de vôlei

Ponteira de 19 anos, Aline Segato é a mais jovem do atual elenco da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei na disputa da Liga das Nações (VNL)

A Seleção Brasileira Feminina de Vôlei venceu os dois jogos iniciais da Liga das Nações, a VNL, por 3 sets a 0, e várias jogadoras podem ser destacadas. Mas a “caloura” surpreendeu, “furou a fila” e é a sensação do time. E trata-se justamente de uma representante do interior de Minas Gerais. Nascida em Uberlândia, Aline Segato estreou pelo Brasil aos 19 anos diante da Tchéquia e teve ainda mais tempo de jogo contra os Estados Unidos, sendo fundamental para a vitória no segundo set. 

Natural do Triângulo Mineiro e filha de Daniela Maestri Segato, ex-jogadora do Uberlândia Tênis Clube e da Seleção Mineira na adolescência, Aline deu os primeiros passos da carreira pelo Praia Clube, passou pelo Flamengo e atualmente joga no Barueri. O talento apresentado nesses capítulos iniciais da trajetória chamou a atenção de Zé Roberto Guimarães. 

O histórico técnico da Seleção Brasileira – está no comando desde 2003 e conquistou os ouros olímpicos com a equipe feminina em Pequim 2008 e Londres 2012 – havia inscrito Aline Segato na Liga das Nações Feminina de Vôlei (VNL), em uma lista “protocolar” de 30 jogadoras. Porém, em 30 de maio, já na reta final de preparação para a etapa que está sendo realizada no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, a uberlandense foi “promovida”. 

Em Saquarema-RJ, o time principal estava treinando com Zé Roberto, e Aline estava se preparando com as seleções de base, de olho no Mundial Sub-21. Porém, a jogadora de 19 anos chamou a atenção e foi para o time principal, estreando na última bola da vitória sobre a Tchéquia, na quarta-feira (4/6). 

Já diante dos Estados Unidos, na quinta (5/6), Segato entrou em um momento complicado do jogo: Brasil havia perdido uma vantagem de cinco bolas na segunda parcial e vencia apenas por 19 a 18, e ela entrou para sacar. Só que a representante do interior de Minas brilhou, fez ace logo na primeira tentativa e persistiu no fundamento até a Seleção vencer o set, “incendiando” a torcida brasileira no Maracanãzinho. 

Aline Segato, ponteira da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei - (foto: Divulgação FIVB)
Aline Segato, ponteira da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei(foto: Divulgação FIVB)

Mesmo aos 19 anos e sendo a atleta mais jovem da reformulada Seleção Brasileira, Aline Segato é a reserva que mais ganhou espaço nos dois primeiros jogos, e Zé Roberto Guimarães justificou a escolha ao No Ataque: “Ela é boa sacadora e tem um ótimo fundo, por isso que ela está fazendo essa função, mas ela também pode entrar na rede”.

Os primeiros passos da carreira de Aline Segato

Em 2019, o Praia Clube fez uma postagem exaltando uma jogadora de 13 anos que fazia parte do time sub-15. O nome: Aline Segato. Já como ponteira, ela havia sido campeã do Campeonato Mineiro Sub-14 em 2018 e estava fazendo parte, em 2019, da Seleção Mineira de Vôlei Sub-16 em um torneio em Saquarema-RJ. 

Aline Segato, aos 13 anos, na base do Praia Clube - (foto: Reprodução Facebook de Aline Segato)
Aline Segato, aos 13 anos, na base do Praia Clube(foto: Reprodução Facebook de Aline Segato)

Só que a passagem pela base pelo time de Uberlândia, que começou aos 8 anos, foi interrompida por uma ida ao Flamengo, aos 14, em 2020. Foi no Rubro-Negro Carioca que Aline se profissionalizou, tendo sido integrada ao time principal em 2022/23. Na temporada seguinte, ela rumou ao Barueri, equipe que defendeu na última edição da Superliga Feminina – foi ao mata-mata, mas caiu para o Minas nas quartas de final. 

E esses primeiros passos da carreira foram exaltados pela atleta em entrevista exclusiva ao No Ataque. Aline Segato destacou o quão importante foi poder jogar na cidade natal e o processo em cada clube até chegar à Seleção Brasileira. 

“[O início de carreira] foi muito legal. Todo o processo que eu vivi até chegar aqui, todas as etapas foram muito importantes. Passei pelo Praia, foi muito bom jogar em casa [em Uberlândia]. Depois passei pelo Flamengo, onde fiz praticamente minha base inteira. Então todos esses processos são muito importantes para estar hoje aqui. Os clubes que eu passei e os técnicos que eu trabalhei são sensacionais e me ajudaram a evoluir muito”, disse Aline. 

A primeira experiência na Seleção principal

Após a trajetória por esses clubes e pelas seleções de base, chegou o momento de estrear pelo “Brasil adulto”, e a  data de 4 de junho de 2025 ficará sempre na memória de Aline Segato. Em conversa com o No Ataque após a boa atuação contra os Estados Unidos, na quinta-feira (5/6), a ponteira falou sobre a experiência no time principal e não poupou elogios a Zé Roberto. 

“Tá sendo mágico estar aqui [na Seleção] com essa galera toda. O time é muito especial, as meninas são incríveis. A torcida ajuda muito. Então, você consegue sentir o calor e o carinho. Isso é muito bom para quem está dentro de quadra. E poder contribuir no jogo foi muito bom Era o que eu queria ter feito desde o início e espero continuar fazendo”, destacou Aline, que seguiu. 

“E o Zé Roberto é sensacional. Ele ajuda muito, tem pequenas falas pontuais que são extremamente importantes, que às vezes você passa despercebido e ele vai te dar um toque. É muito bom. Sinto que ele me ajuda muito”

Aline Segato, ponteira nascida em 2005

E o técnico da Seleção também falou mais sobre a atleta. Perguntado pelo No Ataque se Aline está “furando a fila”, já que está ganhando mais tempo de jogo que Helena Wenk, ponteira do Flamengo que havia sido convocada anteriormente, Zé Roberto não concordou, mas focou apenas na importância de dar experiência para as atletas – Helena participou apenas do jogo dos EUA e por menos tempo. 

“Não tem essa de furar fila. Acho que a Aline está sendo observada, tendo chances, como a Helena teve em um momento, e vai continuar tendo. E é difícil você entrar com o time ganhando para manter o nível, mas tem que entrar. […] Se elas não tiverem chance de entrar, de sentir esse ‘friozinho’ na barriga, poder acertar ou errar, quando é que a gente vai fazer? Eu acho que faz parte”

Zé Roberto Guimarães, técnico da Seleção Brasileira

Outro ponto destacado por Zé Roberto é que essas jovens atletas estarão em outra competição com o Brasil entre 7 e 17 de agosto. “Tanto a Aline como a Helena estão e fazem parte da Seleção adulta, mas a prioridade delas, nesse ano, é disputar o Mundial Sub-21 [na Indonésia]. Já [estamos] dando essa pressão para elas participarem desses jogos e chegarem no Mundial mais tranquilas, mais absolutas”, concluiu Zé.

Compartilhe