
A dupla de irmãos Alan e Darlan concorre diretamente pela titularidade na posição de oposto da Seleção Brasileira Masculina. E, na primeira semana Liga das Nações de Vôlei, a VNL, disputada no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, cidade natal da dupla, ambos mostraram serviço para o técnico Bernardinho em partidas diferentes.
Darlan, de 22 anos, foi o grande nome da vitória por 3 sets a 0 do Brasil sobre o Irã, na quarta-feira (12/6), que marcou a estreia da equipe na VNL. Maior pontuador da partida com 16 tentos, o atacante foi o grande responsável por inflamar a torcida, que encheu o Maracanãzinho para apoiar o time.
Na quinta-feira (14/6), a Seleção perdeu para Cuba, mas o oposto foi um dos principais nomes na reação brasileira – começou perdendo por 2 sets a 0, porém levou a decisão do jogo para o tie-break. Darlan foi o maior pontuador do Brasil, com 21 pontos.
Neste sábado (16/6), no entanto, o jovem teve início apagado – bem como toda a Seleção, que de novo foi dominada nos dois primeiros sets, desta vez contra a Ucrânia. Na segunda parcial, o oposto lugar ao irmão mais velho, Alan – que se recuperava de infecção urinária e, por isso, havia perdidoos dois primeiros jogos. Mais experiente, o oposto de 31 anos não saiu mais do time depois que entrou: colocou o jogo “no bolso”, fez 21 pontos – maior número entre os brasileiros – e foi o grande responsável pela virada da equipe, que venceu no tie-break com ponto decisivo dele.
Perguntado pelo No Ataque sobre a responsabilidade de ser o oposto mais experiente do Brasil – que ainda tem Chizoba, de 27 anos; e teve Sabino, de 23, na estreia – Alan brincou sobre a concorrência com o irmão e exaltou o caçula, considerado por ele o titular da posição no ciclo para os Jogos de Los Angeles 2028.
“Concorrência é sempre bom, ainda mais quando você está na Seleção Brasileira, todo mundo quer representar a camisa. Eu concorro diretamente com meu irmão. Chega a ser engraçado. Ele é um jovem talento que está em crescente, com certea vai se tornar um put* jogador. Mas eu sou um cara mais experiente, hoje consegui entrar e dar uma energia melhor, ajudar em algumas coisas diferentes do que os outros jogadores já estão acostumados. A questão da experiência ajuda.”
Alan
Bernardinho valoriza concorrência
Bernardinho valoriza a concorrência entre os irmãos e também considera a experiência de Alan um diferencial. Em Darlan, ele vê mais oscilações, mas também vê “picos mais altos”. Além disso, o irmão mais velho tem mais problemas com lesões: “Às vezes a gente brinca que não precisa de médica, e sim de uma benzedeira, porque essas pequenas coisas que acontecem com ele nos preocupam, depois da lesão nas costas, poxa, teve uma questão renal, teve que ser internado por dois dias”.
“Ele (Alan) teve umas cólicas, problema renal. Ontem à noite decidi pela permanência dele, mas veio com o Chizoba, porque era o meu medo, entrar para fazer algumas ações ele tinha condições, jogar o jogo todo não sabia, mas mostrou que sim. Ele é um cara mais experiente e regular , considerando que o Darlan tem ainda altos e baixos, mas picos mais altos. Então ter alguém como o Alan, íntegro, com essa condição, que não é o que vimos na Olimpíada, em que tivemos dois jogos, contra Polônia e Itália, sem um cara como ele. A presença dele é fundamental, e ele hoje mostrou a capacidade e a recuperação, que é o mais importante”, explica o técnico.
Darlan e o protagonismo
Maior pontuador das últimas duas edições da Superliga e a caminho do Verona, na Itália, Darlan tem se acostumado com mais responsabilidades e deve ser o titular da Seleção neste ciclo olímpico, que será o primeiro inteiro dele com a Amarelinha – o jovem foi convocado para Paris 2024 junto do irmão, mas não havia participado de todo o ciclo”.
“No entanto, quando perguntado sobre protagonismo, o carioca preferiu exaltar o grupo: “Não me vejo como protagonista. É algo da minha posição (ser o maior pontuador). Qualquer pessoa no meu lugar teria a mesma responsabilidade, de colocar a bola no chão. Sempre falo que fico com a parte fácil: saque, ataque e bloqueio. Não preciso ser excepcional nos outros fundamentos, mas preciso ser bom no que realmente faço. O protagonismo vai para todos.”
“Vem bastante da minha posição e do clube (protagonismo no Bauru), sempre fui um cara que gostei de receber bastantes bolas, estou ali para fazer pontos e vou dar o meu máximo em todos os pontos. Mas é isso, não me vejo como o principal, mas sempre que puder puxar mais a responsabilidade e puxar mais a pressão para mim, eu vou fazer”, finalizou.
As histórias de Alan e Darlan
Alan começou a jogar vôlei com 14 anos e teve ascensão rápida. Aos 17, já era da Seleção de base. Cria do Cruzeiro, ele soma duas passagens pela Raposa, onde foi multicampeão – foram 12 títulos, incluindo três Superligas e dois Mundiais. No Brasil, ele também passou pelo Sesi-SP e Blumenau-SC.
Oposto da Seleção nos Jogos de Tóquio 2020 (disputados em 2021) e em Paris 2024, ele inicia seu terceiro ciclo olímpico com a equipe. Nos últimos anos, ele tem se aventurado no exterior – atuou pelo Olsztyn, da Polônia, em 2023/2024; pelo Toray Aeeows, do Jaõa, em 2024/2025 e, 2025/2026, jogará pelo PGE GiEK Skra Bełchatów, da Polônia.
Já Darlan foi revelado pelo Sesi-SP, onde é ídolo máximo e foi protagonista da primeira e única Superliga conquistada pelo time – em 2023/2024, quando o clube já havia migrado de São Paulo para Bauru.
Melhor oposto e maior pontuador da Superliga nas últimas duas temporadas, ele vai jogar em uma equipe de fora do país pela primeira vez em 2025/2026 – defenderá o Verona, da Itália.