
A postura de Bernardinho durante a primeira semana da Liga das Nações Masculina de Vôlei chamou a atenção de muitas pessoas nas redes sociais. Conhecido por ser enérgico nas brincas e bem inquieto, o técnico da Seleção Brasileira Masculina aparentava estar mais “tranquilo”. Criou-se, inclusive, o termo “Bernardinho paz e amor”.
Perguntado se teria “mudança de perfil” pela reportagem do No Ataque após a vitória do Brasil por 3 sets a 0 sobre a Eslovênia, neste domingo (15/6), Bernardo negou e brincou: “Eu li também que o velho testamento voltou. Olha aqui meu braço como que está”.
“Não, tô no gás, tô no gás. E sabendo que é diferente, mas o gás não acabou, não dá para dar moleza não.”
Bernardinho
Na sequência, o técnico decidiu fazer elogio a um jogador: “Vi coisas boas também, fazendo elogio. Maique (líbero titular do Brasil) subiu bem as bolas hoje, passou muito bem. Recepção dele na liga foi meio altos e baixos, mas ele fez uma etapa fantástica no passe sob pressão. Hoje entraram umas pancadas e ele sustentando, muito positivo isso”.
O treinador aproveitou o elogio para prometer que o líbero reserva, Alexandre, do Cruzeiro, terá chances de jogar – ele foi um dos únicos atletas que não entrou em quadra na primeira etapa da VNL. “O Alexandre vai ter as oportunidades dele, temos que fazer. Hoje até queria botar um pouco mais o Arthur (Bento, ex-Minas) também, mas o time estava ali (instável), e aí a troca foi com o Darlan”.
Bernardinho, então, voltou a rechaçar que esteja em uma versão mais “paz e amor”: “Então acho que não, eu estou (no gás), pode ter certeza, pergunta para os caras que a pressão está grande”.
O que mais ele falou
Avaliação da etapa do Rio da VNL
“Foi positivo como fase de construção, uma base sendo montada. A partir dessa base que você vai alinhando as peças ali”, iniciou o técnico. Na sequência, ele destacou a “resiliência” da equipe – contra Cuba, na quinta-feira (12/6), buscou empate após perder os dois primeiros sets, embora tenha perdido no tie-break; contra a Ucrânia, no sábado (14/6), repetiu o roteiro mas venceu a partida e, contra a Eslovênia, salvou quatro set points adversários no segundo set e virou a parcial.
“É sempre um teste válido, importante. Tem jogadores que nunca sentiram esse clima, de certa maneira uma pressão, se você não souber. Mas eu acho positivo no momento de dificuldade a torcida sempre apoiando, por quê? Porque via no no time aquilo que a que as pessoas querem ver, que nós queremos ver, que é a vontade de fazer, a determinação em todas as bolas. Foram em cima da câmera lá, quase foram lá xingar a câmera, ‘o que que a câmera está fazendo ali’? (no segundo set, Brasil tentou salvar bola, mas foi “atrapalhado” por câmera próxima à área da arquibancada Experiencia quadra)
Bernardinho
#ACulpaédoBernardinho
O técnico reafirmou que a “responsabilidade” e a “liderança” são dos jogadores, mas lembrou que, em caso de “erros”, a culpa é sempre dele. Bernardinho, inclusive, voltou a brincar e citar a hashtag que criou: #ACulpaÉdoBernardinho.
“O americano chama isso de ‘accountability’. De ser responsável pelas suas coisas. É deles. A liderança tem que vir de lá. É o Flávio (capitão) lá dentro, ele é importante; o Honorato que encarna um pouco o espírito que a gente quer, é um guerreiro, um cara ‘mais baixo’ no processo, mas que está ali o tempo inteiro fazendo”, iniciou Bernardinho, que destacou as diferenças culturais: “Cada um tem sua forma de fazer, o alemão é mais friozão, porque é o jeito do alemão, quer que ele seja o quê? Um brasileiro? No aspecto da cultura”.
Mas isso é importante, eles entendem que nós somos ferramentas. Estamos aqui monitorando como um maestro. Quem toca, quem faz, são eles. Então é essa responsabilidade, de fazer a coisa acontecer. Mas lembre-se, qualquer erro ou qualquer culpa é minha. Vocês conhecem a hashtag ‘É culpa do Bernardinho’. Qualquer crítica é feita, a resposta que eles tem que dar na rede social é que é culpa do Bernadinho. Ouviram uma crítica, é culpa em última instância é nossa. Quem escalou, quem treinou, quem preparou? Nós. Portanto, temos que fazer o deles ali. Agora, se faltar a vontade, pode criar. Fora isso, tecnicamente a culpa é nossa. Bernadinho, deixa eu só te fazer uma última pergunta, rapidinho.
Bernardinho