VÔLEI

Brasil perde Ana Cristina, mas se recupera de ‘apagões’ e vence França na VNL

Em jogo que a maior pontuadora da Seleção Brasileira na VNL sentiu dores e saiu carregada, a equipe teve atuação irregular, mas arrancou a vitória no tie-break

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Um jogo com um roteiro maluco. O Brasil perdeu Ana Cristina, maior pontuadora da equipe na Liga das Nações Feminina de Vôlei (VNL), que sentiu dores e saiu de quadra carregada, e ainda viu a França ter um desempenho excelente na Arena Portuária de Chiba, em Chiba, Região Metropolitana de Tóquio, no Japão. Porém, a Seleção Brasileira se recuperou de alguns “apagões” cometidos – o principal foi no terceiro set – e venceu as surpreendentes europeias por 3 sets a 2, com parciais de 23/25, 25/21, 17/25, 25/21 e 15/11.

A partida ficou marcada pela instabilidade do Brasil, tanto que Zé Roberto Guimarães promoveu várias mudanças no decorrer do confronto, como as entradas definitivas de Rosamaria, Marcelle e Roberta – a levantadora foi crucial no quarto set na passagem do saque, e a líbero teve ótima atuação na estreia com a camisa da Seleção. Em meio às titulares, as centrais se destacaram e chamaram a responsabilidade, tanto que Júlia Kudiess foi a maior pontuadora brasileira com 17 pontos e Diana ficou na liderança dos bloqueios com incríveis nove blocks.

Só que qualquer análise sobre a atuação irregular do Brasil deve passar por dois pontos. O primeiro é a lesão de Ana Cristina, que teve que deixar o jogo ainda no segundo set – procurada pelo No Ataque, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) ainda não atualizou a situação da ponteira. E outra questão é o alto nível da França na partida. As europeias surpreenderam o Brasil, tiveram um desempenho bem completo e contaram com os impressionantes 33 pontos da ponteira Héléna Cazaute.

Classificação e próximos jogos

Com a vitória no tie-break, o Brasil somou dois pontos e chegou à marca de 25, assumindo a vice-liderança com um ponto a mais que a Polônia, que é a próxima rival e tem um jogo a menos. Já a França ficou com um ponto pela derrota com duas parciais vencidas, está com 11 e é a 11ª colocada da VNL.

A Seleção Brasileira volta à quadra nesta sexta-feira (11/7), às 7h20, diante das polonesas, enquanto a França duela com a Bulgária no mesmo dia, só que às 3h30. Esses jogos, válidos pela terceira rodada da terceira semana da VNL, serão disputados novamente na Arena Portuária de Chiba, em Chiba, Região Metropolitana de Tóquio, no Japão.

O jogo

Logo na escalação, Zé Roberto Guimarães promoveu mudanças, com a entrada de três ponteiras de origem: as titulares foram Júlia Kudiess, Diana, Ana Cristina, Gabi Guimarães, Júlia Bergmann, Macris e Laís. Nos primeiros movimentos, foi possível ver que Bergmann seria utilizada como oposta – nos testes anteriores, Ana Cristina havia atuado na função.

Primeiro set

O jogo começou de uma forma assustadora para a Seleção Brasileira, demostrando o futuro drama. Após sofrer oito dos dez primeiros pontos, a equipe brasileira teve que contar com dois tempos técnicos para reajustar a defesa, principalmente.

A última parada do Brasil foi em 15 a 8, e a recuperação foi notada na passagem de Júlia Kudiess no saque, tanto que foram seis pontos seguidos: de 18 a 11 para 18 a 17 – em um momento que a inversão de levantadoras e opostas, com entradas de Roberta e Rosamaria, funcionou. No entanto, mesmo com a recuperação do rival, a França seguiu em ótimo desempenho e fechou a parcial: 25 a 23.

Segundo set

Já o segundo set iniciou com uma notícia que preocupou não só o time brasileiro, mas também o torcedor. Após o segundo ponto da França – placar em 2 a 1 -, Ana Cristina subiu para tentar o bloqueio e já aterrissou com dores na perna esquerda, tendo que sair carregada de quadra. Só que a entrada de Helena deu forças ao time brasileiro.

Ana Cristina foi carregada após sentir dores em Brasil x França na VNL Feminina(foto: Reprodução SporTV )

Substituta da destaque, a ponteira fez quatro pontos e foi a segunda maior pontuadora da parcial que seguiu bem equilibrada, mas com uma evolução da Seleção, tanto que a primeira vez na liderança do jogo foi em 12 a 11, após ponto de Gabi Guimarães. Depois disso, a equipe controlou o resultado, não deixou o adversário liderar novamente e empatou com bloqueio decisivo de Diana: 25 a 21.

Terceiro set

Para a terceira parcial, Zé Roberto oficializou a mudança de líberos e levantadoras – pois Marcelle e Roberta já tinham revezado com Laís e Macris no set anterior – e ainda modificou a formação, entrando com Rosamaria como oposta, Júlia Bergmann retornando à ponteira, e Helena ficando no banco. Porém, apesar de um início melhor, a atuação caiu de nível em um apagão impressionante.

Brigando com a França pela liderança do placar até a 15ª bola, o Brasil aparentava estar no jogo. Porém, a passagem da oposta Iman Ndiaye no saque proporcionou oito pontos seguidos – até 23 a 15 -, e mais uma atuação excelente da ponteira Héléna Cazaute, que cravou oito bolas na parcial, deu tranquilidade às francesas: 25 a 17.

Jogadoras da França comemorando diante do Brasil na VNL(foto: Divulgação FIVB)

Quarto set

A necessidade de vencer para seguir no jogo motivou o Brasil para atingir o melhor nível de voleibol no duelo com a França. Embora equilibrado no início, o set deu confiança à equipe de Zé Roberto principalmente na passagem de Roberta no saque. A levantadora, que entrou na vaga de Macris, começou no fundamento com o placar negativo de 8 a 6, protagonizou uma série de sete pontos e levou o resultado para 13 a 8.

A vantagem deu tranquilidade ao Brasil, mas não confirmou a vitória no set. O bom desempenho da França voltou a chamar a atenção – tirou uma margem de cinco bolas com a passagem Ndiaye no saque de 19 a 14 para 19 a 18 -, só que a Seleção voltou a fazer um bom jogo na reta final – novamente em passagem de Roberta no saque – e empatou o jogo: 25 a 21.

Tie-break

O tie-break começou de uma forma impressionante, e a responsável foi Diana Duarte Alecrim. A central de 26 anos conseguiu a façanha de marcar os três primeiros pontos do set decisivo da mesma forma: em bloqueios contra o ataque adversário, retomando ainda mais a confiança para o lado brasileiro.

Esse início arrasador criou uma margem importante para que a Seleção apenas tivesse o controle do jogo no restante do tie-break. Um rally impressionante de 38 segundos ainda marcou o 11º ponto do Brasil, que assegurou a vitória suada e dramática sobre a França: 15 a 11.

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