VÔLEI

Vôlei: Bruninho analisa principais falhas do Brasil na VNL masculina

Dono de três medalhas olímpicas, Bruninho se aposentou do Brasil em 2024 e viu a eliminação na semifinal da VNL como torcedor

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Após quase duas décadas servindo a Seleção Brasileira Masculina de Vôlei, Bruninho mudou de “posição”. A aposentadoria do time verde-amarelo fez com que o campeão olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro 2016 se tornasse um torcedor em frente à televisão como qualquer outro brasileiro. E foi à distância que o levantador viu o Brasil, comandado pelo pai Bernardinho, cair na semifinal da Liga das Nações Masculina de Vôlei.

No sábado (2/8), a Seleção perdeu para a Polônia por 3 sets 0 (28/26, 25/19 e 25/21), em Ningbo, na China. É verdade que, no domingo (3/8), a equipe bateu a Eslovênia por 3 sets a 1 e ficou com a medalha de bronze, mas a frustração por não ir à decisão da VNL foi evidente. Já na segunda-feira (4/8), Bruninho conversou de forma exclusiva com o No Ataque e analisou o desempenho do Brasil, além de apontar as principais falhas cometidas.

“A percepção daquilo que eu li do jogo é que, sem dúvida, o saque polonês é uma grande arma. Essa parte de saque, bloqueio e defesa é o melhor sistema deles. Não passamos mal, mas eu acho que a gente poderia, talvez, ter evitado alguns pontos, colocando um pouco a bola para cima, jogar mais com passe C. Pecamos um pouco nas chances que tivemos de contra-ataque, que foi pouco eficiente e em jogos como esse que são detalhes que fazem a diferença. O contra-ataque é fundamental para te dar um respiro a mais”

Bruninho, levantador de 39 anos

Na sequência, Bruninho começou a citar alguns nomes importantes da Polônia que foram determinantes para o resultado na semifinal da Liga das Nações. Para o levantador que se aposentou da Seleção após a Olimpíada de Paris 2024, o Brasil até conseguiu impedir tentativas do ponteiro Wilfredo Leon, autor de nove pontos, mas o oposto Kewin Sasak, que cravou 18 bolas e foi o destaque da partida, não recebeu a marcação necessária.

“Conseguimos fazer boas marcações no bloqueio, principalmente com o Leon, mas talvez o oposto [Sasak] a gente não conseguiu marcar tão bem. Ele fez uma partida incrível. Mas o principal foi isso: talvez o nosso contra-ataque não ter sido tão eficiente e ter perdido aquele ‘momentinho’ no final do primeiro set, que conseguimos buscar o set e acabou no final sendo a Polônia levando aquele set”, destacou Bruninho.

Elogios de Bruninho ao Brasil na VNL

Porém, as falhas cometidas na semifinal não apagam a trajetória da Seleção Brasileira na VNL masculina. Foram 15 jogos disputados e 13 vitórias, além de ter deixado a competição preparatória para o Mundial com a medalha de bronze. A principal competição do ano é a próxima e ocorrerá em 12 e 28 de setembro, em Filipinas.

Além de ser uma preparação, o Brasil passa por uma reformulação, e a postura dessa “nova geração” foi elogiada por Bruninho. O levantador, que ficou com o ouro olímpico no Rio de Janeiro 2016 e a prata olímpica em Pequim 2008 e Londres 2012, fez questão de citar o comportamento dos jogadores que não desistiram em meio às dificuldades.

“Eu gostei muito da postura do time, não só na semifinal, como durante toda a Liga. O time não se entregou em nenhum momento, então isso é o grande ponto positivo que temos que tirar, não só dessa partida, porque mesmo assim o time continuou lutando, continuou brigando. Talvez não tenha algumas peças que não funcionaram tão bem como antes. Mas o principal foi o contra-ataque e poderíamos ter evitado um pouco os erros de ataque”

Bruninho, ícone do vôlei brasileiro

Bruninho longe da Seleção Brasileira de vôlei

Nascido em 1986 e dono de três medalhas olímpicas, Bruninho decidiu não participar da temporada de seleções a partir deste ano e não foi uma opção para ser convocado pelo próprio pai Bernardinho. Por isso, ele assumiu uma “posição” que foi substituída pela possibilidade de estar dentro de quadra nos últimos anos: a função de torcedor. Só que foi um “sofrimento” acompanhar a Seleção à distância, como revelou o levantador na exclusiva ao No Ataque.

“É sofrimento né? Quando você está em quadra, mesmo que no banco ou jogando, você está numa concentração diferente daquilo que você vê na televisão. E tem sido uma luta”

Bruninho, jogador do Campinas

Mas até no momento complicado, Bruninho conseguiu olhar o lado positivo de assistir aos jogos pela televisão. O levantador ressaltou que essa experiência pode ajudá-lo a gerenciar as emoções provocadas pelo vôlei.

“Eu acho até interessante porque é uma maneira também de eu me controlar, porque, em certos momentos do jogo, você está tenso, mas talvez porque você está focado ali você acaba não sentindo tanto. Na televisão é diferente. Então sofri, mas torci muito e vou seguir fazendo porque o mais bacana é que está dando gosto de ver jogar pela postura desse time”, concluiu Bruninho.

Nos próximos dias, fique atento ao No Ataque para conferir mais matérias da entrevista exclusiva com o Bruninho!

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