VÔLEI

Gabi se frustra de novo na Seleção e desabafa: ‘Mais uma vez batendo na trave’

Líder técnica e capitã da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei, ponteira valorizou desempenho em momento de renovação, mas quer mais

A história parece se repetir. Mais uma vez, a Seleção Brasileira feminina de vôlei emenda bons resultados e dá esperança à torcida, mas sucumbe no momento decisivo. Frustrada, a ponteira Gabriela Guimarães desabafou sobre o vice-campeonato da Liga das Nações (VNL) ao desembarcar no Brasil, nesta segunda-feira (28/7).

Nesse domingo (27/7), a equipe lutou, mas perdeu a final para a poderosa Itália por 3 sets a 1, na Polônia. É o quarto vice do Brasil na competição. Antes, a Seleção já havia perdido decisões para os Estados Unidos (2019 e 2021) e a mesma Itália (2022). Em 2018 e 2024, foi eliminado nas semifinais e acabou com a quarta posição.

“A gente chega a mais uma final, que é muito importante. A gente sempre fala dessa busca por medalhas. Eu, sinceramente, saí da partida bem frustrada, porque acho que a gente teve muita oportunidade de brigar de frente com a Itália. Mas a gente não conseguiu, na minha opinião, aproveitar grandes oportunidades e mais uma vez…”, lamentou Gabi.

História repetida

A sequência de “quases” não ocorre apenas na VNL. Em 2022, a Seleção foi vice do Mundial – perdeu na final para a Sérvia. Chegou às instâncias decisivas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (prata, derrotada pelos Estados Unidos) e Paris 2024 (bronze, derrotada pelas estadunidenses na semi e com vitória sobre a Turquia na disputa pelo terceiro lugar).

Gabi quer mais. A experiente jogadora de 31 anos vive o terceiro ciclo olímpico da carreira, após as corridas até Japão e França, e valoriza o que conquistou até aqui. Mas não esconde a frustração por ainda não ter conseguido a sonhada medalha de ouro com a Seleção Brasileira em torneios de primeira grandeza.

“Eu que participo do meu terceiro ciclo (olímpico), vamos dizer assim, chegando em finais e mais uma vez batendo na trave. É uma frustração muito grande. A gente não pode deixar de valorizar o resultado que foi feito, mas eu quero ganhar, tenho certeza que as meninas também, e a nossa mentalidade é essa, a gente tem trabalhado para isso. Então, gera uma frustração muito grande”, lamentou.

Erros contra a Itália

Para Gabi, a VNL consolida a Itália como o time a ser batido no vôlei feminino mundial. As italianas são as atuais campeãs olímpicas, bicampeãs da Liga das Nações e vêm de impressionantes 29 vitórias consecutivas. Além disso, contam com atletas de renome, como a melhor jogadora do mundo, a oposta Paola Egonu. Mesmo assim, a brasileira crê que a Seleção poderia ter feito mais na decisão desse domingo.

“Mais uma vez, pecamos, erramos muito, perdemos oportunidades importantes, principalmente em contra-ataques. Claro, a Seleção da Itália mostrou no campeonato por que são as grandes favoritas e por que hoje é o time a ser batido, vem de uma sequência de campeonatos, vitória olímpica muito importante, as duas grandes opostas (Antropova e Egonu) no mundo hoje, grandes jogadoras, não só elas, mas a (Monica) De Gennaro, a (Alessia) Orro, tem um time muito sólido”, analisou.

Paola Egonu, oposta da Itália, em jogo no Brasil(foto: Divulgação FIVB)

“A gente conseguiu marcar muitas delas durante a partida, elas acabaram praticamente com o time reserva dentro de quadra. Mas acho que passa muito pela nossa avaliação de entender o que realmente falta para a gente conseguir dar esse passo a mais, conseguir realmente bater de frente nos momentos decisivos. É uma frustração muito grande, mas a gente não pode deixar de valorizar o processo que tem sido feito neste primeiro ano pensando no ciclo de renovação”, projetou, em referência aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.

Renovação para LA28

Renovação foi a palavra-chave para Gabi. Mesmo frustrada com o vice, a capitão juntou os cacos para elogiar as jovens jogadoras que ganharam oportunidade com o técnico José Roberto Guimarães nesta VNL. De olho, é claro, em LA28.

“A gente não pode deixar de destacar a evolução do grupo, principalmente vindo de uma renovação, com jogadoras que nunca tiveram oportunidade de participar e vestir a camisa da Seleção Brasileira. Vestiram e serviram muito bem, com grande destaque nessa fase final principalmente a maneira como a Marcelle assumiu a posição de líbero, a Júlia Kudiess voltando de uma lesão muito complicada, Júlia Bergmann jogando muito bem, entre outras jogadoras”, pontuou.

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