
O interesse em ver o mais alto nível do vôlei mundial passa pelos fãs do esporte. E a chance de assistir aos quatro jogos da Seleção feminina em 2025 no Brasil, com direito de ficar próximo das principais estrelas nacionais, arrastou esses torcedores de Norte a Sul.
O No Ataque conversou com quatro pessoas que viajaram ao Rio de Janeiro exclusivamente para assistir ao time verde-amarelo na Liga das Nações de Vôlei, entre 4 e 8 de junho, e as histórias chamam a atenção, incluindo roteiros longos repetidos, economias e até “turismo esportivo” em família.
Torcedores da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei que viajaram exclusivamente para a VNL
A maior distância já não é novidade
Corretor de imóveis de 26 anos, Alexsandro foi quem percorreu a maior distância entre os entrevistados pelo No Ataque. Porém, a viagem já não é novidade para o fã de vôlei. Ele esteve na VNL Feminina de 2024, que também foi disputada no Rio de Janeiro, e até realizou sonhos, como conhecer as centrais Thaisa (que se aposentou) e Carolana, que está fora da Seleção neste ano; além de Gabi Guimarães, ponteira que está em recuperação e só volta nas próximas etapas do torneio.
Alexsandro mora em Manaus e viajou de avião até o Rio de Janeiro, em um trajeto que percorreu quase três mil quilômetros (em linha reta). A motivação é única: a Seleção Brasileira Feminina de Vôlei. E o torcedor brasileiro fez questão de destacar que a logística para viajar até o Sudeste não é complicada.
“As pessoas que não moram em Manaus acham que é muito difícil. Eu paguei uma passagem que custou R$ 500 – e alguma coisa – e levou quatro horas de avião. Não é tão distante assim. As pessoas que dificultam a ida ou a vinda, mas pra mim é tranquilo. Eu venho todo ano para VNL”, afirmou Alexsandro, que seguiu.
“O meu principal interesse de VNL do ano passado era conhecer a Thaisa e eu consegui conhecer ela e uma gama de jogadores que eu queria muito, como a Carolana, a Gabi e entre outras. Eu queria que a Thaisa voltasse. A Carolana pode voltar a hora que ela quiser, é só ela falar que sim”, concluiu o corretor de imovéis.
Economias geraram a viagem desde o interior do Maranhão
Dois mil quilômetros. Felizmente, de avião graças às economias. Clara Giovana percorreu essa longa distância para deixar Caxias, cidade de mais de 150 mil habitantes no interior do Maranhão, e ir ao Rio de Janeiro pela primeira vez na vida. A motivação era ver o time feminino de vôlei do Brasil jogar e, principalmente, Gabi Guimarães, que está fora, desapontando a estudante de 19 anos.
Mesmo assim, a “aventura” valeu a pena para Clara, que tinha o desejo de acompanhar jogos in loco. Fãs de vôlei no Nordeste sofrem com a distância para as partidas da elite do vôlei, já que, na Superliga 2024/25, tanto masculina e feminina, nenhum clube era da região que tem 26,9% da população brasileira – 54.658.515 pessoas, segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022.
“Eu sou de Caxias, no interior do Maranhão. Só estou aqui pela VNL. É a minha primeira vez no Rio. E foi por conta do vôlei. Meu aniversário é neste mês. Eu juntei tudo: a vontade de vir para o Rio, porque a cidade é maravilhosa; a vontade de ver a Gabi e as outras jogadoras também, mas principalmente a Gabi; e a vontade também de ter a experiência de assistir a um jogo ao vivo, no estádio mesmo”
Clara Giovana, estudante, 19 anos
As viagens para assistir à Seleção são até familiares
O fã de vôlei não está sozinho na obsessão por assistir às partidas da Seleção. Caline e Maria contaram ao No Ataque que viajaram ao Rio de Janeiro com familiares. A primeira tem 25 anos, é funcionária pública e viajou mais de mil quilômetros desde Coronel Vivido, no interior do Paraná. Ela ainda contou com a companhia dos pais, que vivem em Palmitos, em Santa Catarina.
“Eu vim de Coronel Vivida, do Paraná. Estou com meu pai e minha mãe, que vieram de Palmitos, em Santa Catarina. A motivação [da viagem] foi exatamente ir ao Rio de Janeiro pra ver a Liga das Nações.. Eu que convidei eles. Foi [tranquilo], porque eles são muito fãs de vôlei”
Caline, funcionária pública, 25 anos
Já a estudante Maria pediu ao pai: o presente de 18 anos foi assistir à Seleção Brasileira no Rio de Janeiro. Para realizar o sonho da fã, eles saíram de Fortaleza e foram para a capital carioca, cidades que são separadas por quase 2.200 quilômetros (em linha reta).
“Eu sou de Teresina, no Piauí, e moro em Fortaleza, no Ceará. Vim [para o Rio de Janeiro] só para VNL. Viajei com meu pai. Convenci ele porque meu aniversário é em agosto. Falei que meu presente de aniversário seria assistir à VNL”, disse Maria.