O Brasil está na semifinal do Campeonato Mundial. Nesta quinta-feira (4/9), no Indoor Stadium Huamark, em Bangkok, capital da Tailândia, a Seleção Brasileira Feminina de Vôlei sofreu com o poderio ofensivo da França de Cazaute e Ndiaye, mas se afirmou e venceu as europeias por 3 sets a 0 (27/25, 33/31 e 25/19) para eliminá-las da competição.
Pela terceira vez, as francesas deram trabalho ao time verde-amarelo. Na Liga das Nações e na fase de grupos do Mundial, elas haviam vencido os dois primeiros sets e forçado virada da Seleção no tie-break. Desta vez, o Brasil teve dificuldades especialmente nas duas primeiras parciais, mas mostrou poder de reação ainda dentro dos sets – na “interminável” segunda parcial, salvou cinco set points – e conseguiu se impor na terceira etapa para vencê-las em menos tempo.
A Seleção teve boa distribuição ofensiva e contou com cinco jogadoras com dois dígitos na pontuação: as ponteiras Júlia Bergmann (17) e Gabi Guimarães (13), a oposta Rosamaria (12) e as centrais Diana (10) e Júlia Kudiess (10).
A maior pontuadora do jogo, no entanto, foi a ponteira francesa Héléna Cazaute, que colocou 20 bolas no chão e tornou-se a maior pontuadora da competição, com 109 pontos.
A equipe de Zé Roberto Guimarães terá “pedreira” na semifinal da competição: enfrentará a Itália, atual campeã olímpica, que derrotou a Seleção por 3 sets a 1 na final da Liga das Nações neste ano, na Polônia. O duelo será no sábado (6/9), a partir das 7h (de Brasília).
Como foi o jogo entre Brasil e França?
O técnico José Roberto Guimarães optou por fazer duas mudanças em relação à Seleção que entrou como titular contra a República Dominicana, nas oitavas de final: a levantadora Roberta entrou no lugar de Macris e a oposta Rosamaria entrou na vaga de Kisy.
Assim, escalou o Brasil com: Júlia Kudiess, Diana, Gabi Guimarães, Júlia Bergmann, Rosamaria, Roberta e Marcelle. Já Cesar Hernandez Gonzalez, técnico da França, levou a quadra Sylves, Elouga, Rotar, Cazaute, Ndiaye, Stojilkovice Juliette Gelin.
A Seleção começou melhor e manteve margem de três pontos ao longo da maior parte da primeira metade do set inicial. No entanto, a França se recuperou e acirrou o embate na segunda parte da parcial liderada pela ponteira Héléna Cazaute, principal jogadora da equipe, soberana no fundo de quadra e nos ataques. A equipe chegou a passar na frente – 21 a 20 -, mas o Brasil retomou a frente rapidamente e fechou em 28 a 26 após reta final eletrizante, na qual as europeias salvaram três set points.
Do lado brasileiro, as principais destaques do primeiro set foram a ponteira Gabi Guimarães, eficiente nas viradas de bola e bem no passe, e a central Júlia Kudiess, que iniciou a partida muito bem nos ataques e decisiva nos bloqueios – o principal “toco” foi para dar o último set point ao Brasil (27 a 26), em cima de Cazaute. As foram as maiores pontuadoras da Seleção na etapa inicial, com sete pontos, mesma quantia de Cazaute e da oposta francesa Ndiaye.
O cenário se inverteu no segundo set. A França começou dominante com o brilho de sua dupla de protagonistas, Cazaute e Ndiaye, e manteve por bom tempo vantagem de quatro pontos de diferença. O Brasil era pouco efetivo no ataque, com muitos erros nas tentativas de virada de bola e muitas falhas no passe. Quando perdia por 19 a 15, contudo, a Seleção “acordou”, reagiu e emplacou sequência de quatro pontos seguidos para empatar – 19 a 19.
Embalado, o time verde-amarelo virou (21 a 20) e chegou a ter dois set points (24 a 22), mas viu as francesas salvarem ambos. Depois, o Brasil conseguiu salvar cinco set points seguidos – com direito a desafio bem-sucedido. O final foi eletrizante, e a Seleção só retomou a frente do placar no 31 a 30. A França salvou – mas, na sequência, Gabi Guimarães decidiu com belo ataque para fechar a parcial em 33 a 31.
As destaques brasileiras do set “interminável” foram Júlia Bergmann (oito pontos) – que chegou a sair para a entrada de Helena e, ao retornar, passou a ser decisiva – e Rosamaria (sete).
O terceiro set começou equilibrado. No entanto, ainda antes da metade, a Seleção conseguiu impor seu ritmo e abriu vantagem de três pontos – 14 a 11. A partir daí, o Brasil jogou mais tranquilo, passou a dominar forçou as francesas a arriscarem mais. Liderado ofensivamente por Júlia Bergmann – maior pontuadora do set ao lado de Cazaute, com seis pontos -, o time de Zé Roberto ampliou a vantagem e fechou a parcial – e o jogo – em 25 a 19.