NO ATAQUE COM NYEME

Medalhista olímpica reage a ‘inscrição surpresa’ no Mundial de Vôlei: ‘Ia de qualquer jeito’

Mesmo grávida, ícone do Minas foi inscrita por Zé Roberto Guimarães no Mundial Feminino de Vôlei; Nyeme reagiu em entrevista exclusiva ao No Ataque

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No dia 15 de julho, a líbero Nyeme foi surpreendida com a notícia de que, mesmo dois meses após dar luz à pequena Antonella, havia sido inscrita pelo técnico Zé Roberto Guimarães para defender a Seleção Brasileira Feminina no Mundial de Vôlei, disputado na Tailândia entre o fim de agosto e o início de setembro.

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, a medalhista olímpica de bronze pelo Brasil em Paris 2024′ – que retornou de pausa de mais de um ano no vôlei e foi anunciada de volta ao Minas na sexta-feira (19/9) – contou qual foi sua reação ao ver que estava na lista do tricampeão olímpico para o Mundial.

Eu estava dormindo, quando acordei foi um turbilhão de mensagens. Falei: ‘Gente, o que está acontecendo aqui?’ Aí, acho que foi o Micael que viu primeiro. Ele falou: ‘O Zé te inscreveu no Mundial’. Eu falei: ‘Eu não acredito nisso’ (risos). Não, mas é por precaução, né, caso acontecesse alguma coisa com as meninas, eu estaria ali’. Não sei o que eu ia fazer, mas eu ia de qualquer jeito.

Nyeme

A maranhense não chegou a ser convocada para defender o Brasil, apenas inscrita. As jogadoras da posição que foram para a Tailândis disputar a competição foram Marcelle – titular absoluta do início ao fim – e Laís, que começou a Liga das Nações como titular, mas perdeu a posição para a jovem de 23 anos do Fluminense e sequer chegou a entrar em partidas do Mundial, em que a Seleção foi bronze.

Nyeme explicou relação com Zé Roberto

Mesmo fora da última temporada de seleções devido à licença maternidade, Nyeme contou que continuou conversando com Zé Roberto para desejar boa sorte ao time antes dos jogos na Liga das Nações e do Mundial.

Com ele (Zé) eu conversava quase sempre antes dos jogos. Eu falava: ‘Zé, bom jogo. Estamos aqui torcendo’. Aí ele: ‘Obrigada, Nye, que bom que você está nos assistindo, dá um beijo na Antonella, no Micael’, com aquela voz grave dele. Eu sempre mandava mensagem nesses momentos, principalmente mais importantes, do campeonato e ele sempre me respondia”, iniciou.

“Mas a minha relação com o Zé é muito boa, desde sempre. Assim, a gente briga, mas é tipo pai e filha, a gente briga, mas a gente se ama” 

Nyeme, ao No Ataque

A carreira de Nyeme

Nascida em Barra do Corda, no sertão do Maranhão, Nyeme deu seus primeiros passos no esporte no Maranhão Vôlei mas, ainda na adolescência, mudou-se para São Paulo para jogar nas categorias de base do extinto ADC Bradesco.

Após três meses por lá, migrou para o Barueri, onde começou a chamar atenção do cenário nacional e conquistou seu primeiro título como profissional: o Campeonato Paulista de 2019. Foram duas temporadas no clube fundado por Zé Roberto Guimarães antes de, em 2021/22, migrar para o Bauru.

Nyeme brilhou na primeira e única temporada no time do interior de São Paulo – foi campeã da Copa Brasil e uma das melhores líberos da Superliga de Vôlei. O bom desempenho motivou o Minas, atual campeão da competição, contratá-la para substituir Léia, ícone do clube, que fez o caminho inverso aos 37 anos – para ficar mais próxima da família, a paulista saiu de Belo Horizonte e fechou com o Bauru.

Duas temporadas na Rua da Bahia foram o bastante para que a maranhense caísse nas graças da torcida, se transformasse em ícone do clube e passasse a figurar na lista de maiores líberos da história da equipe. entre 2022/23 e 2023/24, Nyeme conquistou cinco títulos pelo Minas: um Campeonato Mineiro (2022/23), uma Supercopa (2023/24), uma Copa Brasil (2022/23), uma Superliga (2023/24) e um Sul-Americano (2023/24).

Na Seleção Brasileira, a jogadora recebeu sua primeira convocação em 2021, quando conquistou a prata da Liga das Nações (VNL). No ano seguinte, foi vice-campeã novamente do torneio e também foi prata no Mundial. Em 2024, Nyeme brilhou na VNL e conquistou de vez o posto de líbero titular do time verde-amarelo para os Jogos Olímpicos de Paris 2024′. Na França, a maranhense foi uma das grandes destaques do Brasil e foi crucial para a conquista da medalha de bronze.

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