A primeira ida à semifinal do Mundial de Vôlei de Praia fez Carol Solberg refletir, e uma homenagem foi feita. A atleta se emocionou ao falar sobre a importância da mãe, Isabel Salgado, ícone do esporte brasileiro que morreu em 2022, e se declarou à lenda do vôlei.
Em entrevista à Federação Internacional de Vôlei nesta sexta-feira (21/11), Carol deixou claro que a classificação à semifinal foi para a mãe. Ao lado da parceira Rebecca, a atleta lutará por uma vaga inédita na final na manhã de sábado (22/11), às 6h30 (horário de Brasília).
“Sem dúvida nenhuma, essa semifinal é para minha mãe. Minha mãe sempre acreditou em mim. O primeiro Mundial foi ao lado dela, e tantas outras [competições também]. E não tem uma vez que eu entre dentro de quadra, que eu não pise nessa areia e que eu não sinta a presença dela. E nos momentos difíceis dentro de quadra, é nela que eu penso. Então, sem dúvida nenhuma, [a campanha] é para minha mãe que está sempre comigo”
Carol Solberg, sobre a mãe Isabel Salgado
Entre as principais conquistas de Carol Solberg estão as 10 medalhas de ouro em etapas do Circuito Mundial (2008, 2013, 2017, 2022, 2022, 2023, 2023, 2023, 2024) e no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia de 2021. Em 2024, representou pela primeira vez o Brasil em uma Olimpíada ao lado de Bárbara Seixas.
Quem é Isabel Salgado, ícone do vôlei
Isabel Salgado nasceu em 1960 e morreu em 2022, vítima de uma gripe que se agravou, levando a um quadro de síndrome aguda respiratória. A carreira no esporte contou com protagonismo nas quadras e no ativismo.
Precoce no vôlei, Isabel foi campeã da Superliga em 1978 e 1980 com a camisa do Flamengo. Ela defendeu o Brasil nos Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou, e 1984, em Los Angeles.
Isabel Salgado foi uma das precursoras do vôlei feminino brasileiro. Em 1980, tornou-se a primeira a jogadora do país a atuar em uma liga do exterior – jogou pelo Modena, da Itália. Também passou pelo vôlei de praia e conquistou o Mundial em 1994, junto de Roseli.
Já no campo do ativismo, Isabel levantou bandeiras para a defesa dos direitos das mulheres no esporte e participou do movimento das “Diretas Já”, na década de 1980. Foi, ainda, uma das fundadoras do movimento “Esporte pela Democracia”, em 2020.
Uma semana antes de morrer, em novembro de 2022, Isabel havia sido anunciada como integrante do grupo de trabalho de esporte na transição para o Governo Lula.