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No Athletico-PR, Cuca fala sobre anulação de condenação por estupro na Suíça

Novo técnico do Athletico-PR, Cuca falou sobre em entrevista sobre a anulação da condenação por estupro na Suíça
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O técnico Cuca foi anunciado oficialmente como treinador do Athletico-PR nesta segunda-feira (4/3). Esse será o primeiro trabalho do treinador desde que ele teve sua condenação por estupro anulada pela Justiça suíça.

Cuca havia sido condenado por estuprar uma garota menor de idade quando atuava pelo Grêmio, em 1987, durante uma excursão na Suíça. Ele e outros jogadores receberam a sentença de 15 meses de prisão e multa de oito mil dólares, mas como nunca retornaram ao país europeu para cumpri-la, o crime prescreveu.

Em 2023, após ser demitido do Corinthians devido a pressão gerada pela torcida em função da condenação, Cuca diz ter buscado uma resolução para o caso. No início do ano, a Justiça da Suíça anulou a punição sob a justificativa de que o treinador não teve um representante legal para se defender no julgamento, que ocorreu em 1989.

“Meu último clube foi o Corinthians, infelizmente uma passagem curta. Diante dos fatos (pressão da torcida) e acontecimentos resolvemos sair. Aquilo foi uma coisa que me marcou muito, a mim e à minha família. Ali eu coloquei na minha cabeça que deveria resolver aquela situação, ainda que tardia, deveria ter feito isso antes. As coisas estavam paradas. Na cabeça da gente, isso tinha acabado, mas eu, como homem, eu devia ter feito isso antes, ido atrás e ter resolvido”, iniciou o treinador em entrevista à Rede Furacão.

“Fomos na Suíça, contratamos duas equipes de advogados, civis e criminais, para que a gente pudesse buscar um novo julgamento, com mais duas equipes aqui no Brasil. Pela Justiça de lá (da Suíça) foi concedido o pedido e dentro da possibilidade dada essa condição, mas já tinha prescrito o episódio. Como já tinha a prescrição, o ministério de lá não tem como te dar um novo julgamento. Segundo os meus advogados, a nossa chance de absolvição era próxima de 100% e isso nos dava uma confiança grande. Infelizmente, pela prescrição não pôde (ter um novo julgamento), e o que melhor ocorreu foi a anulação, a descondenação e a indenização. De uma forma, a gente fica muito aliviado”, prosseguiu.

O treinador disse que por três vezes não havia sido reconhecido pela garota, que na época tinha 13 anos de idade, como um dos estupradores. Essa alegação, entretanto, já foi negada pelo advogado da vítima.

Ele também falou que o DNA encontrado na vítima, que era apontado como dele, foi testado como inconclusivo. A Justiça da Suíça, por outro lado, confirmou que havia sêmen de Cuca no corpo da jovem.

“Eu sempre falei a verdade e não menti em momento algum. Tem dizeres aí que a moça reconheceu. Por três vezes ela não reconheceu e está nos autos. Um DNA inconclusivo, que não é meu, um DNA que eles mesmos entenderam que é inconclusivo, sem contraprova. São coisas que não encaixo as palavras certas para poder falar”, completou.

Cuca é inocente?

Em janeiro, quando saiu a informação sobre a anulação da condenação, o No Ataque entrou em contato com Leonardo Pantaleão, especialista em direito e processo penal e sócio do Pantaleão Sociedade de Advogados. Ele explicou sobre o processo:

“Na ocasião, o advogado, constituído para defender Cuca e seus colegas, renunciou aos poderes antes do julgamento e consequentemente o processo avançou sem que o ex-jogador tivesse representação formal e seu direito de defesa exercido naqueles atos”, pontua Pantaleão.

Este resultado foi obtido após a defesa fazer um pedido de acesso aos autos do processo. Assim, foi possível identificar a falta de representação formal, levando o pedido a ser acatado, e a condenação anulada. O advogado, no entanto, aponta que Cuca não foi absolvido, apenas que a condenação foi desfeita.

“O técnico não foi absolvido porque a ação não ingressou no mérito da questão, apenas se entendeu que houve um defeito no tramitar da ação penal por ausência de advogado, gerando a nulidade da condenação. Dessa forma, Cuca volta a ter sua situação jurídica anterior de alguém que nunca sofreu nenhuma condenação nem no Brasil nem no exterior”, afirma.

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