Treinador interino do Cruzeiro até o fim do Campeonato Brasileiro, Paulo Autuori se irritou em entrevista coletiva nesta terça-feira (14/11). O diretor técnico mostrou incômodo ao ser questionado pelo apresentador Diogo Medeiros, da Cruzeiro Sports, sobre o uso de atletas das categorias de base.
A Raposa faz período de treinamentos em Itu, no interior de São Paulo, antes de viajar para o Ceará, onde enfrenta o Fortaleza. Os times se enfrentam no sábado, a partir das 18h30, no Castelão, em Fortaleza, em jogo atrasado da 30ª rodada da Série A.
Medeiros fez perguntas sobre jogadores da base, a demissão da comissão de Zé Ricardo e a escolha de Autuori em aceitar o trabalho. O comunicador questionou ao técnico se ele realmente estava satisfeito em assumir o cargo, pois tinha “muito olhar para baixo” e “expressão de apreensão”.
Incomodado, Autuori rebateu afirmando que Medeiros foi oportunista em algumas perguntas e, em outras, tirou conclusões com base em suas opiniões.
“Olhar para baixo? isso não é pergunta o que você me fez. Você está tirando conclusões. Não está aqui para olhar no meu olho, de repente no futuro vamos olhar no olho e vou te responder com muito prazer. E você, por favor, junte as letras, forme uma frase, junte as frases e concatene uma ideia.”
“Deixe o oportunismo de lado em determinados perguntas que coloca. Se você quiser falar de assuntos que posso aprofundar, vai ser um prazer, mas esse clichês, que por vezes nós somos acusados de ter, é grande. Repara bem, não existe um futebol forte sem que o intervenientes sejam fortes – público jogador, que são os protagonistas. Hoje há um excesso de protagonismo aos treinador, tiram a imagem dos jogadores para ficar mostrando o treinador, que gesticule para que a torcida ache que ele esta trabalhando. Há necessidade de debate mais sério e não esse tipo de pergunta que ‘está olhando pra baixo’. Não estou entendendo e vou ficar sem entender. Vocês falam o que querem e a gente tenta, com fatos, mostrar a realidade“, afirmou o técnico do Cruzeiro.
Leia a pergunta e a resposta na íntegra
Diogo Medeiros: “Você é diretor técnico do Cruzeiro, deixou isso claro. E foi dito que após o encerramento da temporada, vão querer ouvir o torcedor, coisas que o torcedor está tentando ser ouvido desde o início da temporada. Vocês falaram que a solução está e sempre estará na Toca da Raposa. A base esta na Toca e não tem oportunidade. Eu sei que expressão diz muito, vi não sei se uma apreensão, muito olhar pra baixo. Não sei se era isso que você gostaria de fazer mesmo, porque vocês falam de processo de convencimento. Você disse que não vai fazer nada de diferente, porque o trabalho dos outros era bem feito. Se era bem feito, por que saíram? Eu sinto que está um pouco confuso tudo o que está acontecendo.”
Paulo Autuori: “Se você parar pra ver como estava categoria de formação do Cruzeiro, nesses últimos meses, em relação ao que passou com o sub-17 e sub-20, não estou falando de vitórias e títulos. A ideia quando eu cheguei, o torcedor, é que base do Cruzeiro não tinha ninguém. Letras juntas formam uma palavra. Palavras juntas formam uma frase. Uma frase concatena uma ideia. A sua ideia são apenas palavras. Palavras são opiniões. Não interessa falar aquilo que não vai ilustrar e refletir um fato. Segundo, olhar pra baixo? Isso não é pergunta o que você me fez. Você está tirando conclusões. Não está aqui para olhar no meu olho, de repente no futuro vamos olhar no olho e vou te responder com muito prazer. E você, por favor, junte as letras, forme uma frase, junte as frases e concatene uma ideia.”
“Deixe o oportunismo de lado em determinados perguntas que coloca. Se você quiser falar de assuntos que posso aprofundar, vai ser um prazer, mas esse clichês, que por vezes nós somos acusados de ter, é grande. Repara bem, não existe um futebol forte sem que o intervenientes sejam fortes – público jogador, que são os protagonistas. Hoje há um excesso de protagonismo aos treinador, tiram a imagem dos jogadores para ficar mostrando o treinador, que gesticule para que a torcida ache que ele esta trabalhando. Há necessidade de debate mais sério e não esse tipo de pergunta que ‘está olhando pra baixo’. Não estou entendendo e vou ficar sem entender. Vocês falam o que querem e a gente tenta, com fatos, mostrar a realidade“, acrescentou o técnico.
“Agora, como comecei e vou terminar minha carreira, não vou aceitar determinadas situações, determinadas colocações que não têm pertinência alguma. Eu te respondo em termos da formação. Hoje, você pede jogadores e a torcida pede jogadores, normal. Eu acho que o Cruzeiro tem que voltar a fazer aquilo que sempre teve. Porque você, que é cruzeirense, me deu uma resposta aí. Qual foi o último grande jogador formado, origem pura… Sabe o que é origem pura? Formado desde pequeno no clube. Não é ‘meia-sola’, que vem mais tarde e é vendido. Há quantos anos o Cruzeiro não forma um jogador na Toca que possa ser vendido? Eu sei qual foi o último. Você sabe?“, finalizou.