O Cruzeiro viveu altos e baixos dentro de campo em 2023. No Campeonato Mineiro, o time foi eliminado pelo América nas semifinais. Na Copa do Brasil, torneio do qual é o maior vencedor, com seis títulos, caiu para o Grêmio nas oitavas de final. Já na Série A, a Raposa cumpriu o principal objetivo na temporada: terminou na 14ª colocação, com 47 pontos, e, de quebra, conquistou uma vaga na próxima Copa Sul-Americana.
Com a comemoração dos 103 anos de fundação a ser celebrada nesta terça-feira, 2 de janeiro, o Cruzeiro já prepara o planejamento de 2024. O projeto será elaborado em conjunto entre a diretoria da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) celeste e o novo técnico, Nicolás Larcamón.
Veja abaixo os desafios e as metas cruzeirenses para o ano que se inicia.
Reestruturação do plano de sócios
O Cruzeiro terá que reestruturar o programa de sócios-torcedores, fonte de renda essencial para as finanças, e apresentar melhores condições aos contribuintes. O projeto teve decadência em 2023 e terminou o ano com 45.776 pagantes, bem longe da marca de 100 mil colaboradores estipulada por Ronaldo Fenômeno após a conquista da Série B.
A diminuição no quadro de sócios pode ser explicada por alguns fatores simples: encerramento das cadeiras cativas e poucas vantagens entre as modalidades. Além disso, a falta de uma casa fixa em boa parte da temporada prejudicou a execução do projeto. O desempenho esportivo ruim também pode ser citado.
Conciliação com o Mineirão
Acostumado a comemorar vitórias e a celebrar títulos no Mineirão, o torcedor do Cruzeiro viu metade dos jogos como mandante na temporada longe do Gigante da Pampulha. Das 26 partidas disputadas em casa, contabilizando confrontos do Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro, 13 foram em outros estádios.
Primeiramente é preciso relembrar o motivo pelo qual o Cruzeiro disputou tantos jogos como mandante distante do Mineirão. Em janeiro, antes mesmo do início do Estadual, Ronaldo anunciou uma ruptura no acordo com o consórcio Minas Arena, responsável por administrar o estádio.
Em 2024, o gestor da SAF não quer que essa situação se repita, mesmo ainda insatisfeito com algumas questões do Mineirão – como o recorrente problema com o estado do gramado depois de eventos e shows. Ele confirmou o palco como a casa do time na próxima temporada.
“Não é o ideal ainda o Mineirão para a gente, mas é a casa do Cruzeiro, queremos jogar mais vezes lá, queremos condições melhores, o gramado nos prejudicou muito neste ano. Inclusive no retrospecto em casa. Na reta final, ficou bom novamente. Jogar no Mineirão é a nossa ideia é receber nosso torcedor com melhores condições. É onde o torcedor se identifica”, disse em entrevista ao canal Samuel Venâncio.
Metas esportivas mínimas do Cruzeiro
O Cruzeiro não passou nem perto de conquistar um título em 2023. O planejamento esportivo já previa que o clube teria algumas dificuldades no primeiro ano de retorno à elite nacional. Contudo, as metas para 2024 já são mais ousadas.
O objetivo principal é melhorar o desempenho nas competições de mata-mata (Copa do Brasil e Sul-Americana). Outro ponto importante é voltar a conquistar o estadual, o que não ocorre desde 2019.
Internamente, a Raposa colocou como meta mínima esportiva o décimo lugar na Série A, além das quartas de final da Copa do Brasil.
Fortalecer o elenco
Para conseguir ter sucesso dentro de campo, o Cruzeiro se movimenta no mercado da bola em busca de reforçar o elenco. A diretoria celeste já anunciou as chegadas do zagueiro Zé Ivaldo, ex-Athletico-PR, e dos atacantes Gabriel Veron, do Porto, e Rafa Silva, ex-Jeonbuk Motors, da Coreia do Sul.
O Cruzeiro ainda tem negociações bem adiantadas com o volante Lucas Romero, do León, do México, e o centroavante Juan Dinenno, do Pumas. Outro nome que desperta o interesse dos mineiros é o do volante Fernando, que rescindiu contrato com o Sevilla, da Espanha.
As novas peças chegam para fortalecer o elenco que perdeu cinco jogadores até o momento. O goleiro Gabriel Mesquita foi contratado pelo Operário-PR para a disputa da Série B de 2024. Já o zagueiro Castán acertou com o Sport.
Dos homens de frente, o meia Nikão retornou de empréstimo ao São Paulo. Por sua vez, Bruno Rodrigues foi vendido ao Palmeiras em uma negociação surpreendente. O ex-camisa 9 estava emprestado à Raposa pelo Tombense até o fim de dezembro, mas já sabia que não ficaria.
Outra saída bem encaminhada no Cruzeiro é a de Mateus Jussa. O volante de 27 anos não teve o contrato de empréstimo renovado e retornará ao Fortaleza assim que se recuperar de uma lesão no reto femoral da coxa direita.