O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, desabafou sobre o início ruim da equipe no Campeonato Brasileiro. Segundo ele, não há que se falar em “motivação” em um clube que paga salários de até R$ 500 mil aos jogadores.
“Os caras ganham R$ 100 mil, R$ 200 mil, R$ 300 mil, R$ 400 mil, R$ 500 mil por mês. É ridículo falar em motivação. Para mim, isso se chama falta de vergonha na cara de quem não estiver motivado. Tem que mexer com outra coisa”, iniciou o dirigente.
Forte discurso do presidente do Cuiabá:
— Planeta do Futebol 🌎 (@futebol_info) April 28, 2024
"O cara que acorda de 5h pra cortar grama no CT, esse cara tem motivação. Mas é ridículo atleta que ganha R$ 100 mil, R$ 500 mil, falar em motivação. Falta de vergonha na cara. Vai mexer com outra coisa!"
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“Quem não tiver motivado em jogar numa arena de Copa do Mundo, em um gramado que é um tapete, contra o Atlético, cheio de jogadores conhecidos, sendo transmitido para o mundo inteiro. Acho que é falta de assumir a responsabilidade”, continuou.
“Há pessoas que está com a barriga cheia dentro do Cuiabá. Ganha bem, o bicho é bom, a estrutura do clube hoje é top. O campo que o Cuiabá tem é perfeito. Estamos construindo um CT que será um dos melhores do Brasil. Quem não estiver motivado aqui, tem que pedir para ir embora”.
Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá
Campanha do Cuiabá
Cristiano Dresch deu fortes declarações depois da derrota do Cuiabá para o Atlético (3 a 0), no último sábado (27/4), na Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.
O Dourado começou muito mal a Série A, pois perdeu também para Athletico-PR (4 a 0) e Grêmio (1 a 0). O duelo com o Vitória, pela segunda rodada, foi adiado em razão do compromisso da equipe mato-grossense contra o Vila Nova pela Copa Verde.
Em 2023, o Cuiabá terminou o Brasileirão em 12º lugar, com 51 pontos, campanha que lhe garantiu vaga na Copa Sul-Americana de 2024. No torneio internacional, o time está em segundo no Grupo G, com cinco pontos em três rodadas.
‘Caso’ Deyverson
A crise de resultados no Cuiabá se agravou com o impasse envolvendo o atacante Deyverson. Ele foi afastado pela diretoria em meio à negociação para assinar pré-contrato com outro clube. Cristiano Dresch comentou o imbróglio.
“Eu tinha uma frase no ano passado que quem não ajuda, atrapalha. E hoje ele é um atleta que infelizmente nos atrapalha. Em julho, quando ele já vai poder assinar um pré-contrato, a gente espera que algum clube interessado venha e compre ele do Cuiabá. A situação hoje, ele querendo jogar e o empresário dizendo que ele está negociando um pré-contrato com outra equipe, é ridícula”.
Nós temos que ter respeito por esse escudo. Nenhum atleta é melhor do que Cuiabá. Ninguém vai usar o Cuiabá de vitrine pra fazer contrato. Não tenho culpa se ele tem 33 anos e é o último contrato da vida dele, isso é problema dele
Cristiano Dresch sobre Deyverson
Aos 33 anos, Deyverson vive a melhor fase da carreira a serviço do Cuiabá. Desde que foi contratado, em agosto de 2022, o centroavante disputou 78 jogos, marcou 31 gols e deu nove assistências.
Finanças do Cuiabá
O Cuiabá chegou à Série A do Brasileirão em 2021. Apesar de não ter ficado na parte de cima da classificação, o clube conseguiu permanecer na elite e elevou suas receitas de maneira significativa.
No balanço de 2023, o Cuiabá contabilizou receita bruta de R$ 168,5 milhões, sendo R$ 164 milhões com a operação do futebol. Desse valor, R$ 103,5 milhões corresponderam às cotas de transmissão.
Deduzidos o custo do futebol profissional, de R$ 98,8 milhões, e as despesas administrativas, de R$ 21,1 milhões, o Cuiabá fechou 2023 com superávit de R$ 37,3 milhões. Em 2022, o Dourado já havia lucrado R$ 25,7 milhões.
O Cuiabá Esporte Clube já atua no modelo de SAF. As ações pertencem à Drebor, empresa do setor de borracha pertencente à família Dresch.
Últimos balanços do clube
- 2023: receita de R$ 168,5 milhões – superávit de R$ 37,3 milhões
- 2022: receita de R$ 133,3 milhões – superávit de R$ 25,7 milhões
- 2021: receita de R$ 70,1 milhões – déficit de R$ 4,9 milhões
- 2020: receita de R$ 22,8 milhões – déficit de R$ 158 mil
