O Athletic recebeu transfer ban nesta terça-feira (7/1) e está proibido de registrar novos jogadores por três temporadas. A punição foi motivada por um conflito empresarial entre duas empresas que são sócias da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube.
Sócia minoritária da SAF, a Tiberis – que detém 16,5% das ações – representada por Fábio Bassan, entrou em conflito com a F&P, representada por Fábio Mineiro, dono majoritário das ações – 68,5%. Os outros 15% estão distribuídos entre o Athletic (associação), a Construtora Felipão e Testotrans.
Em contato com o No Ataque, representante da Tiberis afirmou que a empresa deseja investir no Athletic. Contudo, o empresário Fábio Mineiro, como acionista majoritário, pode impedir que a empresa injete dinheiro no clube. Isso porque, segundo a fonte, ele não tem investido no Esquadrão de Aço e pode, inclusive, negociar sua parte da SAF futuramente.
As diretrizes da SAF funcionam da seguinte forma: caso o sócio minoritário invista, o majoritário deve injetar dinheiro proporcional ou corre o risco de ser diluído da SAF.
Nessa segunda-feira (7/1), foi realizada Assembleia entre as partes do clube em que as questões foram colocadas a limpo. Contudo, na reunião, foi dito que o clube estava em dia com as contas e com os processos trabalhistas.
A Tiberis aguarda definição para tomar decisão. O prazo é o dia 25 de janeiro. Caso a situação não seja solucionada, a empresa pretende entrar na Justiça.
O que diz o Athletic
Em nota, o Athletic explicou que a punição veio “em decorrência de uma questão sistêmica no pagamento de uma negociação”. Contudo, destacou que não recebeu comunicação formal da Fifa ou da CBF sobre a situação.
O clube ainda afirmou que solicitou dados para regularizar o pagamento e, consequentemente, anular a punição. A expectativa é processar o valor ainda nesta terça-feira (7/1).
Por fim, o Athletic negou que a situação atrapalha o planejamento da temporada: “Reforçamos que o ocorrido não terá qualquer impacto no registro de novas contratações para o Campeonato Mineiro”.
Nota da Tiberis
Sobre a questão do Transfer Ban imposto ao Athletic, é imperioso ressaltar que a acionista minoritária da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), Tiberis, não teve meios para impedir tal medida. Há algum tempo a Tiberis vem requerendo ao acionista majoritário, representado pela empresa F&P e por seu sócio Fabio Mineiro, esclarecimentos sobre a situação financeira da empresa para garantir a estabilidade do clube.
Entretanto, a F&P, que detém o controle da SAF, tem recusado sistematicamente a prestação de informações detalhadas sobre as finanças da empresa, o que gera insegurança aos demais acionistas e prejudica o alinhamento estratégico necessário para a gestão eficaz da entidade. Adicionalmente, observa-se uma resistência da F&P em atender às convocações para discussões sobre possíveis chamamentos de capital, o que se apresenta como um entrave ao desenvolvimento sustentável do Athletic.
Por fim, é crucial salientar que a Tiberis, alinhada com os interesses dos demais acionistas, manifesta clara intenção de transformar o Athletic em uma referência entre as SAFs do interior de Minas Gerais. Contudo, tem encontrado dificuldades em concretizar tal objetivo, em razão da postura do acionista controlador, que tem imposto barreiras à plena realização desse propósito.
