A venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Athletic para Thássilo Soares, agente do atacante Vinicius Júnior, segue sendo alvo de polêmica. Depois de a operação ter sido mantida pela Justiça de São Paulo, a empresa italiana Tiberis busca outras formas de suspender o negócio.
Segundo o jornal espanhol Marca, a Tiberis apresentou uma denuncia contra Vini Jr na Comissão de Ética da Fifa. Os italianos se baseiam no artigo 20 do Código de Ética da Fifa e no artigo 22 do Código de Justiça Esportiva da Federação Espanhola, os quais dizem, em linhas gerais, que jogadores em atividade não podem ser donos, direta ou indiretamente, de clubes profissionais – ainda que exista apenas um risco aparente de conflito de interesses.
Vini Jr também teve o nome ligado ao grupo de investidores que adquriu o Alverca, de Portugal – do qual faz parte Thássilo Soares. Ainda que o jogador do Real Madrid não tenha comprado nenhum dos clubes diretamente, a Tiberis entende haver relação do jogador com as aquisições e, por isso, realizou a denúncia.
Qual punição Vini Jr pode receber?
Caso a Fifa aceite a denuncia e, após investigação, decida condendar Vini Jr, ele pode ser suspenso do futebol por até dois anos. Outras punições seriam a aplicação de multa e a obrigação de vender as ações do clube.
O imbróglio envolvendo Athletic, Tiberis e Vini Jr
Em fevereiro deste ano, o No Ataque destrinchou em primeira mão (clique para ler) os detalhes envolvendo o imbróglio entre a All Sports Agenciamento Esportivo, de Thássilo Soares, o Athletic, e a Tiberis. Entenda a seguir:
A Tiberis apontou à Justiça irregularidades na operação envolvendo a F&P e Thássilo. Segundo a reclamante, o agente de Vini Jr comprou as ações da SAF do Athletic de forma indireta, pois se tornou sócio da própria F&P, que tinha Fábio Ernesto Lima Campos, o Fábio Mineiro, e Jean Pierre Fernandes como proprietários.
Nessa transação, Thássilo se tornou dono de 53,5% da SAF do Athletic por intermédio da All Agenciamento Esportivo Ltda, que entrou como sócia da F&P Gestão Esportiva Ltda, enquanto Fábio Mineiro ficou com 15%. Jean Pierre, por sua vez, vendeu a totalidade de suas ações.
A Tiberis argumentou à Justiça de São Paulo que a transferência violaria o direito de preferência de compra das ações que ela teria como sócia minoritária. Em 18 de fevereiro, juiz Eduardo Palma Pellegrinelli acatou as alegações da empresa e suspendeu a venda.
Em 3 de abril, a Justiça derrubou a liminar, tornando a negociação válida até a realização de julgamento.
