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Cruzeiro x Vasco: ‘decisão’ no Brasileiro traz à tona final de 1974

Em clima de decisão, Cruzeiro e Vasco se enfrentarão nesta quarta-feira (22/11), às 19h, no Mineirão, pela 33 rodada do Campeonato Brasileiro
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Clima de decisão. Gostinho de final. Assim será o ambiente no Mineirão nesta quarta-feira (22/11), a partir das 19h, durante a partida entre Cruzeiro e Vasco, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. Ao considerar a importância do jogo, é impossível não relembrar a polêmica final do torneio nacional protagonizada pelas duas equipes em agosto de 1974.

Há 49 anos, Cruzeiro e Vasco se encontraram em busca da glória. Neste ano, o cenário é completamente diferente – na parte debaixo da tabela. A decisão se dá pelo fato de os clubes estarem na briga contra o rebaixamento à Série B. Ainda assim, é oportuno traçar um paralelo entre os dois momentos.

O que antecedeu a final de 1974

Cruzeiro e Vasco se classificaram à fase final do Brasileiro de 1974 ao lado de Santos e Internacional. Naquela época, o título era decidido no formato de quadrangular. Mineiros e cariocas empataram no número de pontos e, por isso, precisaram se reencontrar para resolver quem levaria a taça para casa.

Crise financeira, inversão de mando de campo: as polêmicas começaram antes mesmo da decisão. Durante o confronto, não foi diferente, e prevaleceram reclamações contra a arbitragem.

Para começar, a Raposa chegou à decisão do Brasileiro em meio a dificuldades financeiras. Naquela temporada, os jogadores defenderam a camisa celeste sem receber os salários em dia. Mesmo assim, não deixaram a desejar dentro de campo.

O clube mineiro também enfrentou outro problema, a inversão do mando de campo. A princípio, como fez campanha melhor que o Vasco, jogaria no Mineirão. No entanto, uma confusão ao fim da partida contra o Cruz-maltino, pelo quadrangular, influenciou na mudança da sede da final.

Antes de chegarem à final, Cruzeiro e Vasco empataram por 1 a 1. No fim daquela partida, o árbitro Sebastião Rufino não assinalou pênalti quando Alcir parou Palhinha na grande área. Com a cabeça quente, os cruzeirenses encurralaram Rufino. 

Do outro lado, o Vasco soube usar o regulamento, relatou a tentativa de agressão dos adversários contra o juiz e exigiu à Justiça Desportiva a inversão do mando de campo. 

A fim de se livrar dos trâmites do julgamento, a Raposa entrou em acordo com o Gigante da Colina e topou jogar no Maracanã. No Rio de Janeiro, então, entrou em campo sob os olhares de mais de 100 mil vascaínos.

Enfim, a final de 1974

Nem a falta de pagamento nem a quantidade de vascaínos amedrontaram os jogadores cruzeirenses, que proporcionaram duelo equilibrado em 1º de agosto de 1974.

Logo aos 14 minutos, Ademir abriu o placar para o Vasco. Pouco tempo depois, perdeu a oportunidade de ampliar quando o árbitro e também personagem do confronto Armando Marques assinalou impedimento. 

Na etapa final, também aos 14 minutos, Nelinho empatou o clássico interestadual. Menos de 20 minutos depois, Jorginho Carvoeiro recolocou os mandantes à frente. 

Já no fim da partida, entrou em cena, mais uma vez, Armando Marques. Quando Zé Carlos cabeceou e balançou a rede do Maracanã para empatar o jogo, o árbitro anulou o gol. A decisão foi contestada imediatamente porque o cruzamento de Nelinho partiu da linha de fundo, mas não teve conversa.

Em entrevista ao Superesportes em 2012, Armando Marques retrucou: “Já apitei mais de mil partidas. Você acha que eu vou lembrar de um jogo em 1974?”. Ele morreu em julho de 2014 e, até hoje, não se sabe a irregularidade que ocasionou a invalidação do gol.

Portanto, o duelo terminou com vitória vascaína: 2 a 1. O resultado deu ao Cruz-maltino o título do Campeonato Brasileiro daquele ano – o primeiro da história do clube.

A decisão de 2023

Cruzeiro e Vasco vão se encontrar novamente para mais uma decisão. Agora, as equipes lutam para permanecer na elite do futebol brasileiro. Também diferentemente do confronto de 1974, os times jogarão sem público.

Ambas têm a mesma quantidade de pontos: 40. O Vasco está à frente na tabela de classificação, em 15º, por ter uma vitória a mais que o Cruzeiro, 16º colocado. 

Na briga direta contra o rebaixamento, cada ponto importa. Sendo assim, caso algum clube some três pontos, dará passo importante na briga contra a degola. A vitória significa cinco de vantagem sobre o Bahia, primeiro do Z4.

Abaixo de Vasco e Cruzeiro estão Bahia (38 pontos), Goiás (35), Coritiba (29) e América (21).

O Coelho já está matematicamente rebaixado. O Coxa tem 99,9% de chance de seguir o mesmo caminho, segundo o Departamento de Matemática da UFMG.

No bolo, Goiás aparece com 94,4% de probabilidade de jogar a Série B em 2024. O Bahia tem 67,3%; o Cruzeiro, 13,9%; e o Vasco, 13,7%.

Próximos jogos do Cruzeiro

  • Cruzeiro x Vasco – 22/11 (quarta-feira) – 19h – Mineirão
  • Goiás x Cruzeiro – 27/11 (segunda-feira) – 21h – Hailé Pinheiro
  • Cruzeiro x Athletico-PR – 30/11 (quinta-feira) – 20h – Mineirão
  • Botafogo x Cruzeiro – 2/12 (sábado) – a confirmar – Nilton Santos
  • Cruzeiro x Palmeiras – 6/12 (quarta-feira) – a confirmar – Mineirão

Próximos jogos do Vasco

  • Cruzeiro x Vasco – 22/11 (quarta-feira) – 19h – Mineirão
  • Athletico-PR x Vasco – 25/11 (sábado) – 19h30 – Ligga Arena
  • Vasco x Corinthians – 28/11 (terça-feira) – 21h30 – São Januário
  • Grêmio x Vasco – 2/12 (sábado) – a confirmar – Arena Grêmio
  • Vasco x Bragantino – 6/12 (quarta-feira) – a confirmar – São Januário

Classificação do Campeonato Brasileiro

  1. Palmeiras – 62 pontos
  2. Botafogo – 60 pontos
  3. Grêmio – 59 pontos
  4. Bragantino – 59 pontos
  5. Atlético – 57 pontos
  6. Flamengo – 57 pontos
  7. Athletico-PR – 51 pontos
  8. Fluminense – 47 pontos
  9. Cuiabá – 47 pontos
  10. São Paulo – 46 pontos
  11. Corinthians – 44 pontos
  12. Fortaleza – 43 pontos
  13. Internacional – 43 pontos
  14. Santos – 42 pontos
  15. Vasco – 40 pontos
  16. Cruzeiro – 40 pontos
  17. Bahia – 38 pontos
  18. Goiás – 35 pontos
  19. Coritiba – 29 pontos
  20. América – 21 pontos
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