SÉRIE B

Tombense ‘desafia’ matemática e projeta ‘jogo do ano’ contra a Ponte na Série B

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, técnico do time mineiro falou sobre a expectativa para o jogo deste sábado (11/11) e respondeu sobre permanência no Tombense para 2024

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Em um intervalo de cinco rodadas, o Tombense “desafiou” a matemática e mudou radicalmente de status na Série B do Campeonato Brasileiro. O time saiu de 90% de chance de queda para apenas 9% (números do Infobola) e subiu quatro posições na tabela – de 18º para 14º.

O rebaixamento, que antes parecia inevitável, tornou-se improvável. E para que ele seja praticamente impossível, a equipe tem uma missão: vencer o “jogo do ano” contra a Ponte Preta, neste sábado (11/11), às 18h, no Almeidão, em Tombos, pela 36ª rodada da competição.

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Moacir Júnior, técnico que comanda a reação do time mineiro na Série B, destacou a importância da partida contra a Macaca, 17ª colocada e adversária direta do Tombense na luta pela permanência na Segundona.

“O jogo mais importante do ano é contra a Ponte Preta. Confronto direto. Na minha visão, a gente crava a permanência (na Série B) caso consigamos vencer a partida.”

Moacir Júnior, técnico do Tombense

Por que a vitória pode ‘cravar’ permanência do Tombense na Série B?

Se vencer o clube paulista neste sábado, o Tombense afasta ainda mais a chance de rebaixamento.

Com a vitória, o time de Tombos chegaria a 40 pontos e ficaria, no mínimo, quatro pontos acima do Z4 ao fim da 36ª rodada. Isso no caso de a Chapecoense, 18ª colocada, vencer o Botafogo-SP neste sábado – o time catarinense chegaria a 36 pontos, passaria a Ponte e assumiria o 17º lugar.

Se a Chape não ganhar, o Tombense ampliará a vantagem em relação ao Z4 para cinco pontos – nesse caso, a primeira equipe da zona continuaria sendo a Macaca, que teria 35.

Em ambos os cenários, a vitória garante ao time de Moacir Júnior boa margem de pontos e encaminha a continuidade na B. O rebaixamento ainda não estaria 100% descartado, mas só aconteceria se houvesse uma combinação de resultados desastrosa. O time mineiro teria que perder os dois jogos restantes, além de Ponte ou Chape vencer as duas últimas partidas.

Tombense terá o fator casa

Contra a Ponte Preta, o Tombense terá a maior parte da torcida a seu favor, pois jogará no Almeidão, em Tombos.

Reinaugurado em outubro de 2023, após reforma que durou quase um ano e meio ao custo de R$ 3 milhões, o estádio teve a capacidade mais que dobrada, passando de 3.050 para 6.555 especitadores, e a estrutura foi modernizada.

Moacir Júnior não poupou palavras para elogiar a arena: “Posso garantir que o Almeidão é um dos melhores estádios do interior do Brasil, pela reforma que foi feita, pelo investimento, pelas condições gerais hoje. É motivo de orgulho para o povo de Tombos. Ter esse estádio belo com a equipe na Série B do ano que vem seria motivo de alegria para todos”.

Volta a Tombos foi crucial para reação do time na Série B

O treinador destacou que a volta do time para Tombos após um ano e meio atuando em Muriaé foi crucial para a recuperação do Tombense na Série B.

O Tombense está na Segunda Divisão desde 2022. Como o regulamento exigia capacidade mínima de 10 mil pessoas para os estádios receberem partidas da competição, o clube foi obrigado a deixar o Almeidão, em Tombos, que comportava pouco mais de 3 mil, e mandar os jogos em casa no Estádio Soares de Azevedo, em Muriaé – com quase 14 mil lugares.

Desta forma, a cada jogo em casa, o time tinha que viajar cerca de 60 quilômetros da cidade onde treinava até o local da partida.

Para 2023, a CBF mudou a regra e reduziu a capacidade mínima para 6 mil pessoas, sinalizando aos clubes que o mais importante era a qualidade do estádio. Assim, o Tombense reformou o Almeidão, melhorou a estrutura e mais que dobrou a capacidade para retornar à sua casa na Série B.

Foram 543 dias sem partidas oficiais em seu campo até a reabertura, em outubro. Nos dois primeiros embates na arena remodelada, o Tombense empatou com o Juventude, na 31ª rodada (1 a 1), e ganhou do Vila Nova, na 33ª (2 a 1).

O treinador destacou que o retorno a Tombos foi importante pela redução do deslocamento e por aproximar mais os jogadores do público.

“O Tombense é o time que tem a logística mais complicada da Série B. Jogando em Tombos, já tem esse problema, porque as equipes têm que se deslocar do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte para cá. E quando a gente ia jogar em Muriaé, também tínhamos que nos deslocar. Todos os jogos do Tombense, como mandante ou visitante, exigiam deslocamento. Enquanto a maioria dos times só se desloca para jogar fora de casa”.

“A falta do torcedor nativo também era um problema. O Tombense está no Módulo 1 do Campeonato Mineiro desde 2012, ativo há mais de 10 anos, já tem sua identidade. E ele precisa jogar em Tombos, pela honra do torcedor. Hoje, a cidade é conhecida em Minas Gerais, no país e até internacionalmente por causa da equipe de Tombense. Isso é motivo de orgulho para os habitantes”, completou.

Moacir Júnior, técnico do Tombense

Moacir fica no Tombense para 2024?

Perguntado sobre uma possível permanência no Tombense para a temporada 2024, Moacir Júnior preferiu não comentar o tema e revelou ter recebido convites de clubes das Séries B e C.

“Nós (treinadores) somos profissionais de mercado. Ao longo das temporadas, temos muitos convites. Eu já recebi alguns, de equipes das séries B e C, mas deixei claro que estou 100% focado na reta final de Série B. Prefiro não abordar esse assunto, porque meu futuro é sábado contra a Ponte Preta.”

Prováveis escalações de Tombense e Ponte Preta para decisão na Série B

  • Tombense: Felipe Garcia; Kevin, Ednei, Roger Carvalho e Egídio; Zé Ricardo, Bruno Matias e Guilherme Santos; Matheus Frizzo, Keké e Fernandão. Técnico: Moacir Junior.
  • Ponte Preta: Caíque França; Mailton, Castro, Fábio Sanches e Artur; Felipe Amaral, Léo Naldi, Feliphinho, Amaral e Elvis; Eliel e Jeh. Técnico: João Brigatti.
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