O União Barbarense corre risco de perder o Estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães por conta de dívidas. O Alvinegro da Rua 13 manda seus jogos na Toca do Leão desde 1921, palco da conquista da Série C do Campeonato Brasileiro de 2004, maior título da história do clube.
A Justiça do Trabalho levou o estádio a leilão por R$ 11 milhões, segundo informações do portal ge. O valor equivale a um terço do avaliado e é insuficiente para sanar as dívidas do clube. O terreno que engloba a Toca do Leão e a sede social do clube foi avaliado em R$ 37 milhões por um perito e, posteriormente, por R$ 46 milhões em um laudo particular.
O primeiro leilão do estádio do União Barbarense ocorreu em 2021, com lance inicial pelo valor estabelecido pelo perito, mas não houve interessados. Depois, a pedida foi reduzida pela metade e, ainda assim, não houve lances. A última tentativa foi por meio de venda direta por 30% do inicial, e dois empresários de Americana ofereceram R$ 11 milhões.
Mesmo que os compradores não tenham manifestado quais os planos para o terreno, a venda da propriedade histórica causou comoção entre os torcedores. Como último apelo para manter a Toca do Leão, o presidente da Torcida Uniformizada Sangue Barbarense (TUSB) Carlos Dalberto ‘Festa’ iniciou a campanha para o tombamento do imóvel. A medida protegeria o estádio e a sede social de uma possível demolição.
Título da Série C e investidores suíços
O time de Santa Bárbara d’Oeste foi fundado em 1914, mas só foi iniciar a trajetória no futebol profissional 50 anos mais tarde. O Leão da 13 militou nas divisões de acesso do futebol paulista em grande parte da sua história centenária, mas conseguiu ganhar destaque no final da década de 1990 e início dos anos 2000.
A estreia do clube na Série A1 do Campeonato Paulista ocorreu em 1999, e a equipe conseguiu permanecer por sete temporadas consecutivas na elite.
Além do destaque no cenário estadual, o União Barbarense conquistou a Série C do Brasileiro em 2004 e o acesso à Segunda Divisão. O clube recebia desde 2003 aportes do grupo Union Balcan Corporation, que também investia em clubes da Suíça, República Checa e Ucrânia. O Leão da 13 ainda contou com o dirigente ucraniano Sergei Shibynsky, responsável pelas finanças do clube na época.
O time do interior paulista terminou na liderança do quadrangular final à frente do Gama, que também conseguiu o acesso. Americano-RJ e Limoeiro ficaram pelo caminho na última fase daquela Série C, que contou 60 participantes e apenas duas vagas para a Segunda Divisão.
Depois, o União Barbarense colecionou sucessivos rebaixamentos e voltou à Terceira Divisão estadual em 2006. A situação piorou, e o time de Santa Bárbara d’Oeste chegou a ficar afastado do futebol profissional entre 2021 e 2022.