Suspeito de participar da briga entre torcedores de Atlético e Cruzeiro no último dia 2, Marcos Vinicius Oliveira de Melo, de 35 anos, foi preso nesta segunda-feira (11/3). Conhecido como “Vinicin”, o homem é ex-diretor da Galoucura, principal torcida organizada alvinegra, e estava foragido desde quinta-feira (7/3). A prisão foi executada por agentes da Polícia Civil.
Marcos foi identificado em um vídeo que flagrou a briga, que culminou na morte do cruzeirense Lucas Elias Vieira Silva, de 27 anos. Segundo o Boletim de Ocorrência, ele é o homem de capacete e tornozeleira eletrônica visto impedindo que pessoas socorressem a vítima.
As torcidas organizadas se encontraram na esquina da Rua Arquiteto Morandir com a Avenida Tereza Cristina, na Região do Barreiro. O momento da confusão foi flagrado em vídeo. Naquele dia, o Atlético enfrentou o Ipatinga na Arena MRV, no Bairro Califórnia, e o Cruzeiro encarou o Uberlândia, no Mineirão, na Pampulha.
O confronto terminou com a morte do entregador de aplicativos Lucas Elias, alvo de um tiro no tórax. Ele teve hemorragia e uma parada cardíaca no bloco cirúrgico. O cruzeirense era morador do Bairro Industrial, em Contagem, chegou a ser socorrido para o Hospital Santa Rita, mas não resistiu aos ferimentos.
O homem de 24 anos apontado como o responsável pelo disparo foi detido no dia do crime. Os tiros também feriram Wendell Morais de Souza e Maurício Filipe Reis Ferreira, ambos torcedores celestes.
Histórico de violência
Vinicin tem histórico de violência. Em janeiro de 2013, ele foi um dos seis integrantes da Galoucura a serem condenados por participação do assassinato do cruzeirense Otávio Fernandes, de 19 anos, em novembro de 2010. A pena estabelecida pelo tribunal do júri foi de 17 anos de prisão em regime fechado por homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha.
Otávio foi brutalmente espancado, com chutes, socos, pedaços de pau e até cavaletes. Ele havia acabado de sair do Arena Hall, onde foi promovido um campeonato de MMA. As imagens da agressão foram registradas pelas câmeras de vigilância da casa de shows e do shopping vizinho.
Foi com base nesse vídeo que o Ministério Público ofereceu à Justiça denúncia contra os seis integrantes da Galoucura. Além de Otávio, que morreu no local, outros três torcedores do Cruzeiro foram agredidos e sofreram ferimentos graves.
O ex-diretor da organizada foi acusado em outro caso de agressão, também contra torcedores celestes. Desta vez, o crime ocoreu na final do Campeonato Mineiro de 2018. Na época do júri, Marcos alegou ter sido provocado e disse ter dado um único golpe na vítima, que caiu.
Além disso, ele afirmou que saiu do local imediatamente e não soube o que ocorreu depois. Vinicin ainda afirmou que estava usufruindo de saída temporária da prisão pela condenação de 2010. Ele foi condenado a pouco mais de um ano por lesão corporal leve e incitação à violência.
Conforme a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), Vinicin teve a primeira passagem pelo sistema prisional em maio de 2008. Desde então, foram outros quatro registros. A última entrada foi em outubro de 2018.
Em outubro de 2022, ele foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, mas em abril do ano passado houve determinação judicial para a retirada do monitoramento. Ainda conforme a pasta de segurança, Vinicin, atualmente, está em processo de transferência, ou seja, aguardava entrada em alguma unidade prisional, mas não há detalhes sobre essa transferência.