Posse de bola de sobra, mas pouca inspiração. Contra o Peñarol, na última terça-feira (14/5), o Atlético registrou o pior número ofensivo da “era Milito”, tendo somado apenas seis finalizações. Contido por uma marcação disciplinada e eficiente, o Galo se viu sem alternativas para furar o bloqueio defensivo dos “Carboneros”.
Chama atenção o fato de que o Atlético também registrou, diante do Peñarol, o jogo com maior posse de bola sob o comando do técnico Gabriel Milito. O Galo esteve com a posse em 78% do tempo, enquanto os uruguaios ficaram com a bola nos outros 22%.
A estratégia conservadora do Peñarol de Diego Aguirre se mostrou efetiva no Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu. O time uruguaio se postou na maior parte do tempo com uma linha de seis defensores, em um 6-3-1, dificultando – e muito – o trabalho ofensivo da equipe mineira.
Nas beiradas, ponto forte do trabalho de Milito até então, Guilherme Arana e Saravia (posteriormente Alisson) se viram anulados por perseguições individuais de jogadores do Peñarol. Por dentro, o Atlético teve dificuldades para acionar os homens entre as compactas linhas dos Carboneros e poucas vezes chegou ao último terço em boas condições de finalizar.
Gabriel Milito tira lições da derrota
Na avaliação do “Marechal”, o revés alvinegro diante do Peñarol servirá de aprendizado ao clube mineiro. O ex-zagueiro apontou falta de profundidade do Atlético no Uruguai e reconheceu méritos do adversário.
“Será um bom aprendizado para o que vem pela frente. Penso sempre que tanto os triunfos como as derrotas fazem com que as pessoas aprendam e melhorem. Creio que o jogo de hoje vai nos dar boas conclusões de como poder atacar melhor a uma equipe que se fecha muito bem atrás, porque muitos times vão jogar assim. Não tivemos a claridade de outros dias – nem a agressividade para tentar marcar gol. Não conseguimos nos impor e impor as condições que habitualmente fazemos. Mas pode acontecer. Nos serve como aprendizagem, seguramente. Muito.”
Gabriel Milito, técnico do Atlético
As seis finalizações registradas diante do Peñarol representaram a pior marca do Galo sob o comando do argentino. O No Ataque consultou dados do SofaScore para a elaboração da lista a seguir.
Estatísticas de posse de bola e finalizações do Atlético na “era Milito”
1. Atlético 2 x 2 Cruzeiro – Arena MRV – Campeonato Mineiro
- Posse de bola: 52% x 48%
- Finalizações: 11 x 8
2. Caracas-VEN 1 x 4 Atlético – Estádio Olímpico UCV – Copa Libertadores
- Posse de bola: 27% x 73%
- Finalizações: 9 x 14
3. Cruzeiro 1 x 3 Atlético – Mineirão – Campeonato Mineiro
- Posse de bola: 43% x 57%
- Finalizações: 5 x 9
4. Atlético 2 x 1 Rosario Central-ARG – Arena MRV – Copa Libertadores
- Posse de bola: 66% x 34%
- Finalizações: 11 x 14
5. Corinthians 0 x 0 Atlético – Neo Química Arena – Campeonato Brasileiro
- Posse de bola: 48% x 52%
- Finalizações: 14 x 8
6. Atlético 1 x 1 Criciúma – Arena MRV – Campeonato Brasileiro
- Posse de bola: 68% x 32%
- Finalizações: 22 x 5
7. Atlético 3 x 0 Cruzeiro – Arena MRV – Campeonato Brasileiro
- Posse de bola: 56% x 44%
- Finalizações: 9 x 10
8. Atlético 3 x 2 Peñarol-URU – Arena MRV – Copa Libertadores
- Posse de bola: 64% x 36%
- Finalizações: 12 x 13
9. Cuiabá 0 x 3 Atlético – Arena Pantanal – Campeonato Brasileiro
- Posse de bola: 33% x 67%
- Finalizações: 4 x 12
10. Atlético 2 x 0 Sport – Arena MRV – Copa do Brasil
- Posse de bola: 65% x 35%
- Finalizações: 17 x 6
11. Fluminense 2 x 2 Atlético – Estádio Kléber Andrade – Campeonato Brasileiro
- Posse de bola: 43% x 57%
- Finalizações: 11 x 19
12. Rosario Central-ARG 0 x 1 Atlético – Estádio Gigante de Arroyito – Copa Libertadores
- Posse de bola: 25% x 75%
- Finalizações: 4 x 16
13. Peñarol 2 x 0 Atlético – Estádio Campeón del Siglo – Copa Libertadores
- Posse de bola: 22% x 78%
- Finalizações: 9 x 6
Em busca de reabilitação rápida, o Atlético volta a campo no próximo domingo (19/5), a partir das 16h, para enfrentar o Bahia na Arena MRV, em Belo Horizonte. A partida será disputada pela sétima rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.