O narrador Diogo Medeiros, do Cruzeiro Sports, comparou o modelo de SAF de Cruzeiro e Atlético. Em vídeo para o seu canal no YouTube, o cruzeirense apontou a grande diferença entre os rivais. Para ele, está no sentimento dos responsáveis pela gestão dos clubes.
“Não quero entrar no mérito de investimento, não estou falando de quem colocou mais dinheiro ou de quem é melhor ou pior. Só que, para mim, existe uma diferença absurda entre a SAF do Cruzeiro e a do Atlético. A diferença é que a SAF do Atlético é gerida por atleticanos, por pessoas que, as vezes, você pode contestar por uma coisa ou outra, mas são pessoas que amam o clube”, disse.
Para justificar seu ponto, Diogo lembrou das duas vezes em que foi barrado de entrar na Arena MRV para fazer a cobertura dos clássicos. A primeira delas foi no jogo da fase classificatória do Campeonato Mineiro. A proibição mais recente foi na partida de ida da final do Estadual, no dia 30 de março.
“Não estou falando se está certo, mas o negócio de me proibirem de entrar na Arena MRV é porque quem está lá em cima ama o clube e ficou p%$# com o que eu fiz e falei na Arena. Porque tem o sentimento de quem está lá em cima, de que ‘isso eu não aceito’. O Cruzeiro não tem isso”, completou.
Crise no Cruzeiro
O desabafo de Diogo está diretamente relacionado à crise ‘emocional’ vivida pelo Cruzeiro. O time celeste perdeu o título mineiro para o Atlético, no último fim de semana, em pleno Mineirão lotado com mais de 61 mil pessoas, e protagonizou um ‘vexame’ na segunda rodada do Grupo B da Copa Sul-Americana, nessa quinta-feira (11/4).
O Cruzeiro vencia o Alianza por 3 a 0 no primeiro tempo, mas se acomodou com o resultado e viu o adversário colombiano empatar o jogo no último lance da partida. Os cruzeirenses presentes no Gigante da Pampulha protestaram muito contra o time, que foi chamado de “pipoqueiro” e “sem raça”. Houve também críticas a jogadores bastante contestados.
Rafael Cabral foi o grande ‘vilão’. O goleiro falhou no segundo gol do Alianza ao tentar encaixar a bola no gramado e foi vaiado durante todo o jogo. Neris também foi alvo das críticas.
SAF do Atlético
A Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético tem 75% de suas ações controladas pela Galo Holding. Por meio de um aporte de R$ 913 milhões – sendo R$ 313 milhões em conversão de dívidas com as famílias Menin e Guimarães -, um grupo de empresários atleticanos assumiu controle do clube-empresa alvinegro.
Mais recentemente, o fundo de investimentos Galo Forte, capitaneado pelo Banco Master, do banqueiro Daniel Vorcaro, realizou um novo aporte de R$ 200 milhões na SAF do Atlético. Os recursos têm sido majoritariamente direcionados à quitação das dívidas onerosas – as mais prejudiciais à saúde financeira do clube-empresa.
Composição acionária da SAF do Atlético
- Rubens e Rafael Menin: 41,8%
- Associação: 25%
- Galo Forte FIP: 20,2%
- Ricardo Guimarães: 6,3%
- FIGA (ainda a pagar): 6,7%
A SAF do Atlético conta com um Conselho de Administração composto por nove membros – sete indicados pela Galo Holding e dois pela associação. São eles:
- Rubens Menin (2R Holding)
- Rafael Menin (2R Holding)
- Ricardo Guimarães (Galo Holding)
- Renato Salvador (Galo Holding)
- Gustavo Drummond (2R Holding)
- Daniel Vorcaro (FIP Galo Forte)
- Marcelo Patrus (FIGA)
- Sérgio Coelho (associação)
- Márcio André de Brito (associação)
O Comitê de Futebol, por sua vez, é composto por seis pessoas e responsável pelas principais decisões relacionadas ao esporte no Galo. Os integrantes são: Victor Bagy (diretor de futebol), Sérgio Coelho (presidente), Bruno Muzzi (CEO da SAF), Rafael Menin (investidor), Ricardo Guimarães (investidor) e Renato Salvador (investidor).