Dois torcedores do Cruzeiro foram presos em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (9/5), por ataque que causou morte de um atleticano que estava em ônibus, em 2021. A dupla já havia sido condenada, mas recorreu em liberdade e ficaram sob uso de tornozeleira eletrônica desde o julgamento, em maio de 2023.
Na época, Gustavo Luiz da Silva e Walker Marcelino – integrantes da torcida organizada Máfia Azul – foram condenados a mais de 55 anos de prisão pela morte de Mateus de Freitas Ferreira, de 20 anos, integrante da Galoucura, maior organizada do Atlético. Contudo, o Ministério Público permitiu que eles recorressem em liberdade.
Promotores entraram com recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), e alegaram que a decisão foi omissa. Isso porque de acordo com a lei, penas iguais ou superiores a 15 anos devem ter a execução provisória determinada – isto é, os condenados teriam que iniciar o cumprimento da sentença de forma imediata.
O TJMG acolheu a solicitação e determinou a expedição dos mandados de prisão nesta terça-feira (7/5).
Relembre o ocorrido
Em novembro de 2021, após a partida entre Atlético e Fluminense (2 a 1), no Mineirão, torcedores do Cruzeiro fizeram emboscada a um ônibus do Move (linha 6350) que tinha, entre os passageiros, diversos torcedores do Galo. Na época, o alvinegro estava com o título brasileiro encaminhado. O atentado, além ter terminado em uma morte, deixou ao menos 11 pessoas com queimaduras e ferimentos.
O coletivo passava pelo Anel Rodoviário, em BH, quando homens ligados à Máfia Azul forçaram a sua parada. De acordo com a Polícia, foram arremessadas pedras, rojões e bombas do tipo coquetel molotov. O fogo causado pelos artefatos gerou ferimentos em passageiros.
Depois, o grupo fugiu em carros. Uma blazer branca, lotada de suspeitos, acabou interceptada por militares do 41° Batalhão da Polícia Militar.
Condenação
Os dois torcedores foram a júri popular, em maio de 2023. Gustavo foi condenado a 61 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Walker foi condenado a 56 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado também por homicídio triplamente qualificado e por sete homicídios tentados duplamente qualificados.